segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A AUTO-OBSESSÃO*



O homem não raramente é o obsessor de si mesmo. (Obras Póstumas. Allan Kardec. Primeira Parte. Manifestações dos Espíritos – item 58)”.
    
A humanidade já atravessou períodos tenebrosos de pura dominação e submissão. Tal constatação decorre da análise da história, desde a idade antiga até a idade contemporânea. Parece que o homem anseia incessantemente o poder e, com ele, a dominação de outros homens.
            
Esta ânsia pela dominação e o domínio propriamente dito pode ser classificado como uma obsessão, neste caso, de encarnado – Espírito envolvido pelo invólucro corporal, o indivíduo em si – para encarnado.
            
Na obra A Gênese, capítulo 14, item 45, Allan Kardec chama de obsessão “a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo”. A maldade sendo entendida como sinônimo de imperfeição. Por outro lado, nem sempre a ação persistente será de um Espírito mau sobre um indivíduo, poderá ocorrer, entre outras hipóteses, como no exemplo trazido acima, de indivíduo para indivíduo ou, até mesmo, ser ocasionada pelo próprio indivíduo em si mesmo. É o caso da auto-obsessão.
            
A auto-obsessão é o vínculo de natureza intrapsíquica, que independe de qualquer outra mente, isto é, o indivíduo é o obsessor de si mesmo. Ela pode ter origem na vida presente pela vivência de experiências traumáticas ou, também, em vidas passadas, devido a algum comprometimento cármico.
            
Hospitais, postos de saúde e consultórios estão abarrotados de pessoas que se queixam dos mais diversos males, aos quais não existem medicamentos apropriados. São indivíduos que vivem voltados para si mesmos, detectando sintomas de doenças e dramatizando situações do cotidiano, sofrendo por antecipação. Em suma, são indivíduos que sofrem, por ignorância, de auto-obsessão.
            
Não é menos verdade, também, que o estado mental gerado pela auto-obsessão pode abrir campo aos desencarnados menos felizes, instalando-se, assim, o desequilíbrio por obsessão.
            
A obra Estude e Viva, capítulo 28, traz o esclarecimento do Espírito André Luiz: “Através da invigilância, da auto-piedade, o medo ou do exagero de determinados problemas ou impressões, as pessoas podem tornar-se ‘vítimas de si mesmas’, nos domínios das moléstias fantasmas”.
            
O próprio Allan Kardec, em Obras Póstumas, Primeira Parte, Manifestações dos Espíritos, item 58, refere que “alguns estados doentios e certas aberrações que lançam à conta de uma força oculta, derivam do Espírito do próprio indivíduo”, ou seja, muitas pessoas preferem jogar a culpa de seus tormentos e aflições aos Espíritos, isentando-se de maiores responsabilidades. Fato é que são irmãos que se encontram “doentes da alma”, necessitando como tais de terapia adequada e fraterna para o devido reequilíbrio.
            
O primeiro passo para sair deste tenebroso túnel pode ser a busca por especialistas da área médica e da psicoterapia que, ao lado da metodologia de autoconhecimento, destacada em O Livro dos Espíritos, questão 919, pode ser uma ferramenta bastante eficaz no tratamento da auto-obsessão.
            
É importante, também, que não deixemos de utilizar um dos remédios mais eficazes e que foi ensinada pelo próprio Jesus Cristo: a prece sincera. Ela pode ser o elo que estava faltando para nos religar a Deus e, assim, poderá auxiliar a nós mesmos e àqueles a que estão afligidos pela auto-obsessão.
           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Acesse: facebook.com/bagespirita
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição de final de semana, dias 23 e 24 de feverereiro, que  também pode ser lido através do link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=84764&data=23/02/2013&volta=1.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

AGE COM RETIDÃO


Um coração tranqüilo é o resultado de uma conduta reta e, por conseqüência, fator basilar para uma consciência de paz. - Joanna de Ângelis[1]

No estudo sobre as paixões que os Espíritos Superiores levam a efeito junto a Allan Kardec, vamos apreender que o abuso daquelas é o fator em que reside o seu desequilíbrio moral. Neutras, em seu princípio, podem conduzi-lo a grandes realizações, desde que conscientemente dirigidas pelo Espírito imortal e postas a serviço de seu crescimento para Deus.

Tendo por fundamento uma necessidade natural ou um sentimento, a paixão que concita o indivíduo à sua natureza animal afasta-o de sua espiritualização e, doutra feita: “Todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal denota predominância do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição.”[2]

Deriva desse raciocínio a constatação de que todo o sentimento e toda a necessidade exagerada em seu princípio, materializados pela ação, tende a nos atrelar a um estado de inferioridade espiritual. Contudo, a ação reta inspirada pela disposição afetiva enobrecida ou pela carência equilibrada favorece a espiritualização do indivíduo, diluindo as influências negativas do ego sobre o ser que, menos esclarecido, assume atitudes mendazes.

No estágio espiritual em que nos encontramos não é incomum surpreendermo-nos em equívoco no plano das ações, seja no campo mental, seja nas atitudes diárias ou no falar. Sem dar acolhida à hipocrisia, na análise crítica sobre si mesmo, instala-se a crise que antecede um novo tempo para a alma.

O sentimento de culpa pode ser um elemento que ressoe na consciência, devendo ser constatado para a imediata renovação das atitudes e não para que se torne combustível de intrincados processos de transtorno emocional ou obsessivo, pelo desgosto que o indivíduo passe a ter consigo mesmo.

Ao sentir-se alguém culpado seria oportuno que procurasse remontar às causas íntimas que o impulsionaram às atitudes incorretas, objetivando a devida correção moral e, perdoando-se, buscasse o equilíbrio reparando as faltas cometidas via prática do bem e cumprimento do dever.

Somos, assim, convidados à renovação das atitudes pelo sofrimento que o erro provoca e, sem o cultivo inútil de culpa, podemos mudar o rumo de nossas tendências pessoais.

A mentora Joanna de Ângelis afirma que a “atitude mantida pelo indivíduo em relação à vida e às demais pessoas é a radiografia moral que melhor o define.”[3] Oriundas dos hábitos cristalizados no comportamento, as atitudes expressam os sentimentos e as qualidades da criatura.

Na mesma mensagem, a benfeitora espiritual propõe uma eficaz tecnologia para a renovação das atitudes a quem queira agir de forma correta em prol da sua evolução espiritual. São passos simples ao alcance de quem tem vontade firme para esse cometimento feliz.

Primeiramente o sujeito deve abandonar o ressentimento e os sentimentos que dele derivam, para, logo em seguida, assumir atitudes edificadoras para fruir de abençoados momentos no imo da alma, na medida em se reveste do amor.

Em um passo adiante, é preciso construir hábitos mentais saudáveis que se transformarão em postura existencial formadora de comportamentos mais equilibrados.

Iluminar a mente com as lições do Evangelho de Jesus, meditando sobre seu conteúdo e enriquecendo o verbo com expressões edificadoras, para impulsionar a alma às atitudes nobres.  

Cabe, também, nesse tentame, o desenvolvimento de clichês mentais de paz, compaixão, amorosidade profunda que fomentam o bem-estar que a retidão gera.

Assim sendo, coração amigo, procure ser fiel ao projeto renovador que abraça delineando-o nas ações corretas que, por sua vez, te levarão à saúde moral sonhada há tanto tempo.

Prof. Dr. Vinícius Lousada
Pedagogo, Expositor e Articulista Espírita


[1] FRANCO, Divaldo. Plenitude. (Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis). Salvador/BA: LEAL, 1991, p. 91.
[2] O Livro dos Espíritos, questão 908.
[3] FRANCO, Divaldo. Iluminação interior. (Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis). Salvador/BA: LEAL, 2006, p. 67

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O DEVER PARA COM O IDOSO*



Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo sobre a terra, que o senhor vosso Deus vos dará (Decálogo; Êxodo, cap. 20, v. 12)”.
            
As leis são extremamente necessárias para que o homem aprenda a viver em sociedade. Elas se mostram “apropriadas a certos costumes e o aperfeiçoamento social fará com que desapareçam pouco a pouco”, conforme comentário de Allan Kardec no item 701 de O Livro dos Espíritos.

Nessa linha, observando o nosso país, notamos que o Brasil é recordista quando o quesito em análise é a edição de leis. No entanto, enquanto muitas dessas leis já nascem inconstitucionais, como ressalta a Professora e pesquisadora do Poder Judiciário Brasileiro Maria Tereza Sadek[1], em entrevista concedida ao site “Consultor Jurídico”, outras são de uma utilidade imensa. Como exemplo pode ser citado o Estatuto do Idoso.

Consta no art. 3º do referido Estatuto que cabe à família, à sociedade e ao Poder Público, a responsabilidade de assegurar ao idoso o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

Porém, antes mesmo do Estatuto do Idoso, que é datado apenas do ano de 2003, no Monte Sinai, os Espíritos já haviam entregue à Moisés os Dez Mandamentos, entre os quais constava um que está transcrito no início da presente coluna.

Segundo Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 14, item 03, “o mandamento: ‘Honrai a vosso pai e a vossa mãe’ é uma consequência da lei geral de caridade e de amor ao próximo, porque não se pode amar o próximo sem amar pai e mãe; mas a palavra honrai encerra um dever a mais a seu respeito: o da piedade filial”.

Como se vê, à época de Moisés a civilização tomou conhecimento de sua responsabilidade de honrar pai e mãe, inclusive, e principalmente, enquanto idosos. Mais tarde, o próprio Jesus reiterou os dez mandamentos e enfatizou que devemos amar o próximo como a si mesmo. E quem é mais próximo que o pai e a mãe?

Honrar o pai e a mãe não significa que devemos apenas respeitá-los, mas assisti-los na necessidade, proporcionando-lhes o repouso na velhice, os cercando de solicitude como fizeram por nós em nossa infância. E se assim não procederam para conosco, se abre uma oportunidade imensa de exercermos outra virtude chamada indulgência.

O advento do Estatuto do Idoso veio apenas confirmar o que já havia sido colocado pelos Dez Mandamentos e, mais tarde, pelo próprio Jesus, de forma que é grande a probabilidade de que com o passar dos anos possamos abolir mais esta lei, não por ser inconstitucional ou não encontrar praticidade em nosso dia a dia, mas por termos alcançado um estágio onde não serão mais necessários os abrigos para idosos ou cominações legais para quem os desrespeitar, porque chegará o dia em que todos os filhos saberão lhes honrar as suas existências.

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Acesse: facebook.com/bagespirita
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição de final de semana  que circulou entre os dias 16 e 17 de fevereiro de 2013 e que também pode ser lido pelo link  http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=84504&data=16/02/2013&ok=1.


[1] http://www.conjur.com.br/2008-jun-13/brasil_recordista_numero_leis_inconstitucionais

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O PODER DA CIÊNCIA E OS BENEFÍCIOS DO AMOR*



Vós o sabeis, cristãos, o coração e o amor devem caminhar unidos à ciência”. (Fénelon, Poitiers, 1861, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 1, item 10)”.

Uma das maiores lições contidas no âmbito da Doutrina Espírita é a possibilidade real de aliar, em seu tríplice aspecto, a ciência, a filosofia e a moral ensinada por Jesus Cristo, com todas as suas conseqüências, entre as quais se encontra aquela que religa o ser humano com Deus, “inteligência suprema, causa primária de todas as coisas[1]”.

Nesse sentido, a ciência tem nos reservado na atualidade descobertas nunca antes imaginadas, como a possibilidade de utilização de energias renováveis, universidades inteiras à distância de um clique, células que reprogramadas poderão criar tecidos e órgãos, etc.

Contudo, para essa mesma ciência pouco importa que o homem lhe use os frutos para o bem ou para o mal. Ela não compreende o desinteresse e muito menos as finalidades mais santas. Porém, o amor aproxima-se de seus labores e retifica-os, conferindo-lhe a consciência do bem.

Para o Espírito Emmanuel, em texto extraído da obra Caminho, Verdade e Vida, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier[2]se a ciência descobre explosivos, esclarece o amor quanto à utilização deles na abertura de estradas que liguem os povos; se a primeira confecciona um livro, ensina o segundo como gravar a verdade consoladora. A ciência pode concretizar muitas obras úteis, mas só o amor institui as obras mais altas. Não duvidamos de que a primeira, bem interpretada, possa dotar o homem de um coração corajoso; entretanto, somente o segundo pode dar um coração iluminado”.

Ao contrário da belíssima lição trazida pelo benfeitor espiritual, o mundo prefere viver na obscuridade e no sofrimento, porque a ciência ainda é utilizada para saciar os interesses pessoais que a deturpam.

Chegará o dia em que a ciência, utilizada com desinteresse e em prol de uma humanidade mais justa, acompanhará o coração das pessoas e se renderá ao amor de Jesus-Cristo.
  
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
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*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, edição de final de semana que circulou nos dias 09 e 10 de fevereiro de 2013 e que também pode ser lido pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=84325&data=&volta=.


[1] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Capítulo 1. Questão 01. Tradução de José Herculano Pires.
[2] Item 152, pag. 320.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A CARIDADE PARA COM OS CRIMINOSOS*


Cada vez mais os veículos de comunicação têm reservado grande espaço para notícias relacionadas a crimes. De igual forma, nunca se viu tantas pessoas preocupadas com a própria segurança como atualmente.

É bem verdade, também, que a quantidade de crimes cometidos aumenta proporcionalmente à quantidade de pessoas que habitam o nosso Planeta.
            
Entretanto, será que a sociedade vem agindo da forma correta com os ditos criminosos? E nós, será que sabemos nos comportar diante daquele que já cometeu algum crime contra nós ou contra terceiros?
            
Em primeiro lugar, é necessário que nos despojemos do orgulho e do egoísmo e saibamos amar esses irmãos infelizes como criaturas de Deus, as quais o perdão e a misericórdia serão concedidos caso se arrependam, assim como nós, quando cometemos faltas contra as suas leis.
            
Sabe-se que isso é bem difícil, porém muito mais culpados somos nós que, conhecendo Deus, cometemos diversas faltas contra as suas leis, ao passo que aquele que é taxado de criminoso, muitas vezes, sequer O conhece.
            
O julgamento efetuado contra este criminoso certamente o será feito contra nós de modo muito mais severo, porque não se pode deixar de lado que diversas faltas que a sociedade sequer aponta, aos olhos de Deus, são crimes bem graves.
            
O Espírito Elisabeth de França, em comunicação oferecida em Havre, no ano de 1862 e que está reproduzida em O Evangelho Segundo o Espiritismo de autoria de Allan Kardec, refere que “não é preciso dizer de um criminoso: é um miserável, é preciso expurgá-lo da Terra (...). não, não é assim que deveis falar. Olhai vosso modelo, Jesus; que diria ele se visse esse infeliz perto de si? Lamentá-lo-ia, o consideraria como um doente bem miserável e lhe estenderia a mão. Não podeis fazer isso em realidade, mas, pelo menos, podeis orar por ele, assistir seu Espírito durante alguns instantes que deve ainda passar sobre a vossa Terra. O arrependimento pode tocar-lhe o coração se orardes com fé”.
            
Ora, não poderíamos ter um modelo mais claro do que aquele oferecido por Deus, através de seu próprio filho Jesus, vítima de uma das maiores injustiças que já se viu sobre a Terra. Enquanto Pôncio Pilatos lavava as mãos e não se importava com o destino do Mestre Nazareno e, assim, permitia que ele fosse conduzido ao suplício injustiçadamente, Jesus perdoava todos os seus algozes e orava por eles.
            
Que possamos percorrer as santas estações dos martírios que nos são destinados, abraçando os irmãos criminosos e ofertando as nossas orações a eles. Essa é a prática da mais pura caridade exemplificada por Jesus e que se encontra ao alcance de todos nós.
  
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
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*Artigo publicado no Jornal Minuano, edição de final de semana, dias 05 e 06 de janeiro de 2013 e que também pode ser lido pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=82978&data=&volta=.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A CARIDADE DIANTE DA CALAMIDADE*



Por que a população somente encontra o verdadeiro significado da palavra caridade quando estamos sendo maltratados por calamidades gigantescas?

Se observarmos ao nosso redor, em tempos como estes que estamos vivenciando, surgem almas verdadeiramente abnegadas que não pensam em outra coisa que não seja fazer a caridade ao irmão que mais necessita, não importa de que forma.

Infelizmente, o último janeiro restou marcado por essa tragédia sem precedentes no município de Santa Maria que até o presente momento já vitimou duzentas e trinta e seis pessoas.

Porém, situações assim, onde predomina o sofrimento, a caridade se emociona e faz com que brotem verdadeiros impulsos generosos.

O mérito da caridade não está em fazê-la diante de ampla cobertura da imprensa, como muitos querem que assim seja. Os que praticam esse tipo de caridade já recebem na hora os seus méritos, segundo Jesus.

E foi isso que Ele destacou em S. Mateus, cap. VIII, vv. 1 a 4, que abaixo se transcreve:
            
Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus. – Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. – Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; - a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará”.

Não são raras as vezes que podemos observar pessoas “caridosas” que dão grandes quantias em público e que às ocultas não dão um só centavo para ninguém.
            
Existem também aqueles que até se desprendem de alguma quantia apenas na esperança que este saia a dizer para todos: - quão “caridoso” é o fulano. De acordo com a lição do Mestre Jesus, todos esses já receberam as suas recompensas aqui mesmo na Terra, pois são destacados incessantemente em notas nas páginas da internet, em colunas sociais e destaques televisivos.
            
Além disso, o que se pode afirmar com certeza é que calamidades, como essa ocorrida em Santa Maria, não deixarão de ocorrer tão cedo, pelo menos por enquanto. Mas também se pode afirmar, com a mesma pontualidade, que encontraremos métodos para minimizar suas conseqüências, pois elas também servem para impulsionar o progresso em direção a um mundo mais harmonioso.
            
Sabendo disso, não podemos deixar de lado as calamidades particulares que estão estampadas em nossos olhos todos os dias da semana.
            
Atentemo-nos!
            
Devemos agir para minimizar também essas.
            
Agora, não fiquemos de braços cruzados esperando, porque como disse Allan Kardec[1]esses infortúnios discretos é que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que peçam assistência”.

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
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*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição de final de semana, dias 02 e 03 de fevereiro de 2013 e que também pode ser lido pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=84045&data=&ok=1.

[1] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 4.