sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

ACENDAMOS A LUZ DA VIDA


“Curai os enfermos, erguei os mortos, purificai leprosos, expulsai daimones; de graça recebestes, de graça dai”. (Mateus 10:8)
            
“Ressuscitai os mortos” – disse- nos o Senhor – mas se é verdade que não podemos ordenar a um cadáver se levante, é justo tentemos o reavivamento daqueles que nos acompanham, muitas vezes, mortificados pela dor ou necrosados pela indiferença.
             
Não nos esqueçamos.
             
Os verdadeiros mortos estão sepultados na carne terrestre.
             
Alguns permanecem no inferno do remorso ou do sofrimento criados por eles mesmos, acreditando-se relegados a supremo abandono; outros jazem no purgatório da aflição a que se arrojaram, desprevenidos, em dolorosas súplicas de auxílio; e ainda outros repousam, inadvertidamente, em supostos céus de adoração religiosa, que, em muitos casos, são simples faixas de ociosidade mental.
             
Aguçai a visão e observemos a infortunada caravana de fantasmas que seguem, vacilantes e enganados, dentro da vida.
             
Há quem morreu sufocado em orgulho vão, no mausoléu da vaidade infeliz.
             
Há quem permaneça cadaverizado em sepulcro de ouro, incapaz de um simples olhar à plena luz.
             
Há mortos que vos partilham o pão cotidiano, no túmulo das terríveis ilusões que lhes anulam a existência e há corações paralíticos no catre da crueldade e da incompreensão que nos armam ciladas de angústia, a cada passo, para os quais se faz imprescindível a assistência de nossa devoção fraternal infatigável.
             
Se Cristo penetrou o templo de vossa alma, auxiliemo-los na necessária ressurreição.
             
Acendamos a luz da vida.
            
Trabalhemos no bem, enriquecendo as horas da peregrinação terrena com os melhores testemunhos de nossa boa vontade para com os semelhantes em nome do Mestre da Redenção, para quem o nosso espírito já se inclina, à maneira da planta à procura de sol, de vem que somente irradiando a luz do Amor infinito conseguiremos aniquilar e vencer, na Terra, as densas trevas da morte”.

            
 (Referências: “O Evangelho por Emmanuel”. Comentários ao Evangelho Segundo Mateus. Coordenação de Saulo Cesar Ribeiro da Silva. Editado pela Federação Espírita Brasileira no ano de 2017. p. 336-337)

domingo, 25 de março de 2018

CRISES



"(...) Pais, salva-me desta hora? Mas, para isso, vim a esta hora". (João 12:27)

O "Domingo de Ramos" é uma data cheia de simbologia para algumas escolas religiosas. No entanto, podemos compreendê-la como um momento crucial da vida de Jesus onde, em meio a crise, o Mestre preparava-se para o testemunho maior.

Diante disso, vale rememorar belíssimo texto do Espírito Emmanuel, o qual veio até nós pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier na obra "Vinha de Luz". 

"A lição de Jesus, neste passo do Evangelho, é das mais expressivas.

Ia o Mestre provar o abandono dos entes amados, a ingratidão de beneficiários da véspera, a ironia da multidão, o apodo na via pública, o suplício e a cruz, mas sabia que ali se encontrava para isto, consoante os desígnios do eterno,

Pede a proteção do pai e submete-se na condição do filho fiel.

Examina a gravidade da hora em curso, todavia reconhece-se a necessidade do testemunho.

E todas as vidas na Terra experimentarão os mesmos trâmites na escala infinita das experiências necessárias.

Todos os seres e coisas se preparam, considerando as crises que virão. é a crise que decide o futuro.

A terra aguarda a charrua.

O minério será remetido ao cadinho.

A árvore sofrerá a poda.

O verme será submetido à luz solar.

A ave defrontará com a tormenta.

A ovelha esperará a tosquia.

O homem será conduzido à luta.

O cristão conhecerá testemunhos sucessivos.

É por isto que vemos, no serviço divino do Mestre, a crise da cruz que se fez acompanhar pela bênção eterna da Ressurreição.

Quando pois te encontrares em luta imensa, recorda que o Senhor te conduziu a semelhante posição de sacrifício, considerando a probabilidade da tua exaltação, e não te esqueças de que toda crise é fonte sublime de espírito renovador para os que sabem ter esperança".

Que possamos, à lição do Mestre Jesus, refletir sobre o momento singular porque estamos passando e, assim, renovar o nosso espírito de esperança!

(Referência: Francisco Cândido Xavier. Espírito Emmanuel. Vinha de Luz. FEB Editora. capítulo 58)

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
josearturmaruri@hotmail.com

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

COMPREENDER PARA CRER*


Dias atrás, ao acompanhar matéria jornalística num portal de notícias de uma revista de grande circulação nacional, constatamos como é grande ainda o número de pessoas que se dizem religiosas, até mesmo utilizando a bíblia em suas fundamentações, no entanto, se encontram envoltas de um ceticismo surpreendente com as questões espirituais.
            
Parece uma contradição, dizer-se crente num ser superior que não apresenta nenhuma característica física, utilizar-se de um embasamento bíblico e permanecer cético quando se depara com a realidade da sobrevivência da alma após a falência do corpo.
            
É de se considerar inteligível que o indivíduo incrédulo e materialista, aquele que se diz ateu, desconsidere a sobrevivência da alma após a morte, no entanto, apenas a fé cega explica a situação do indivíduo que se diz temente à Deus e desconhece da possibilidade de sobrevivência do Espírito após a morte.
            
Doutrinas que disseminam a incredulidade e o materialismo e rendem cultos ao nada não tem outra função que não seja a de causar o chamado vazio moral, cavando abismos para a sociedade ao destruírem os laços mais sólidos de fraternidade.
            
No entanto, doutrinas assim encontram solo fértil no coração daqueles que não se convencem com as contradições das religiões que estão disponíveis até os dias de hoje. Religiões que cultuam faces de pedra ou então que creem no sono profundo do corpo após a morte até o dia de uma suposta ressurreição quando a ciência, há muito tempo, demonstra que dentro do túmulo somente resta a podridão de um corpo putrefato.
            
As concepções religiosas descritas somente tem razão de ser porque estão assentadas na fé cega. Aceitam as palavras sem qualquer exame. Segundo Allan Kardec, “a fé cega podia ter sua razão de ser num certo período da Humanidade”, por outro lado, “se hoje ela não basta mais para fortalecer a crença, é porque está na natureza da Humanidade que assim deve ser”.
            
Resta claro e cristalino que a fé cega serve apenas para disseminar doutrinas materialistas que afastam o indivíduo do seu Criador.
            
Relata Alan Kardec: “Quem fez as leis da Natureza? Deus ou satã? Se foi Deus, não haverá impiedade em seguir suas leis. Se, hoje, compreender para crer se tornou uma necessidade para a inteligência, como beber e comer o é para o estômago, é que Deus quer que o homem faça uso de sua inteligência, pois do contrário não teria lhe dado”.
            
O objetivo não é censurar quem crê sem exame. No entanto, como dizia o próprio Allan Kardec, “o Espiritismo não se dirige a elas; desde que tem tudo o de que precisam, nada há a oferecer-lhes; não obriga a comer à força aqueles que declaram não ter fome”.
            
O Espiritismo dirige-se sim àqueles para os quais o alimento intelectual dado não é suficiente e o número de pessoas nessa condição não é pequeno. Para estes o Espiritismo está a dizer: - estou aqui, sou assim e apresento o que trago, quem sentir necessidade pode vir até mim.

(Referências: Allan Kardec. Viagem Espírita em 1862. FEB Editora. p.71-73).
             
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano em outubro de 2015.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O ADIANTAMENTO DOS SERES HUMANOS*


Apesar de já termos indicado por aqui algo nesse sentido, é importante reiterar que, o Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica.
            
Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que decorrem dessas relações.
            
Da dita ciência prática, da ciência de observação, conseguiu-se a obtenção de informações importantíssimas que poderiam servir como base de esclarecimento para inúmeras dificuldades de ordem intelectual e moral que não alcançamos respostas através da ortodoxia da ciência tradicional.
            
Já referiu Allan Kardec que “os Espíritos não são, como frequentemente se imagina, seres à parte na criação; são almas daqueles que viveram sobre a Terra ou em outros mundos. As almas ou Espíritos são, pois, uma única e mesma coisa; de onde se segue que quem crê na existência da alma crê, por isso mesmo, na dos Espíritos. Negar os Espíritos seria negar a alma”.
            
Os Espíritos, segundo observamos, povoam o espaço, eles constituem o mundo invisível que nos rodeia, no meio do qual vivemos, e com o qual estamos, sem cessar, em contato. Daí a importância de sua observação, até mesmo para uma análise sociológica de seus ajuntamentos, meios de subsistência, etc.
            
Consta da obra “O Que é o Espiritismo”, autoria de Allan Kardec, que “os Espíritos tem todas as percepções que tinham na Terra, mas num mais alto grau, porque suas faculdades não estão mais amortecidas pela matéria; tem sensações que nos são desconhecidas; veem e ouvem coisas que nossos sentidos limitados não nos permitem nem ver e nem ouvir”.
            
Cabe, então, uma indagação: por que não tornar objeto de estudo os resultados das comunicações com os Espíritos?
            
O Espiritismo não seguiu a linha da ciência ortodoxa e, ao contrário, assentou como base de sua doutrina a comunicabilidade com os Espíritos.
            
Dessa forma, o fenômeno abriu um leque de possibilidades aos adeptos, entre os quais, um dos maiores objetivos do Espiritismo, o adiantamento dos seres humanos.

(Referências: Allan Kardec. O Que é o Espiritismo. IDE Editora. Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas. p.172-173).
             
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano no mês de outubro do ano de 2015.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O CONTROLE UNIVERSAL DO ENSINO DOS ESPÍRITOS*

Allan Kardec
Sabe-se que Allan Kardec é o precursor do Espiritismo, no entanto, não alcançaria essa posição sem ter o trabalho incansável de separar o joio do trigo no que diz respeito ao ensino dos Espíritos.
            
A Doutrina Espírita não é fruto de suas concepções, porque como ele mesmo diz, se assim fosse, “não ofereceria por penhor senão as luzes daquele que a houvesse concebido”.
            
Disse mais: “Se os Espíritos que a revelaram se houvessem manifestado a um só homem, nada lhe garantiria a origem, porquanto fora mister acreditar, sob palavra, naquele que dissesse ter recebido deles o ensino. Admitida, de sua parte, sinceridade perfeita, quando muito poderia convencer as pessoas de suas relações; conseguiria sectários, mas nunca chegaria a congregar todo o mundo”.
            
Quando as revelações chegam aos homens – e não foi diferente com o Espiritismo – elas não podem vir a um só, elas vêm de um polo ao outro e se faz presente perante por toda a parte, sem conferir privilégio a ninguém.
            
Allan Kardec dizia que um homem só poderia ser ludibriado, mas isso jamais aconteceria quando milhões de criaturas veem e ouvem a mesma coisa. É uma garantia para um e para todos. Poderão faltar os homens para difundi-la, ainda assim, haverão sempre os Espíritos que não podem ser atingidos.
            
Dessa forma, os Espíritos vão propagando o ensinamento com o auxílio de inúmeros médiuns que também vão brotando de todos os lados, de modo que se houvesse apenas um intérprete, por mais capacitado que fosse, jamais o Espiritismo seria conhecido no mundo todo.
            
De outra banda, sabe-se que os Espíritos, em razão da diferença de capacidade, estão longe da posse de toda a verdade, porque não é dado penetrar certos mistérios, portanto, seria imprudência aceitar e propagar, sem exame, revelações de caráter individual, como verdades absolutas; é necessário, primeiramente, passar pelo crivo da razão tudo o que venha dos Espíritos.
            
Assim relatava Kardec: “Toda a teoria em manifesta contradição com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos já adquiridos, deve ser rejeitada, por mais respeitável que seja o nome que traga como assinatura”.
            
A concordância no que ensinem os Espíritos é a melhor comprovação. “uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares”.
            
Com isso, buscamos esclarecer, ainda que de maneira superficial, o que se denomina por “controle universal do ensino dos Espíritos”, uma das bases de fundamentação do Espiritismo.
            
“Nessa universalidade do ensino dos Espíritos reside a força do Espiritismo e, também, a causa de sua tão rápida propagação”. – Allan Kardec

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Introdução. Item II. p.19-20).
             
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé, no mês de outubro de 2015.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

ADVENTO DO ESPÍRITO DE VERDADE*


Um dos trechos mais belos da obra O Evangelho Segundo o Espiritismo de autoria de Allan Kardec, mas com concepção em espaços superiores, trata-se do advento do Espírito de Verdade (Cap. 6, item 6).
            
No entanto, antes de transcrevermos o trecho para que o leitor possa interpretá-lo, vale dizer que o “Codificador do Espiritismo”, Allan Kardec, em 14 de setembro de 1863 recebeu a seguinte declaração de seus guias: “Nossa ação, principalmente a do Espírito da Verdade, é constante ao teu redor, e de tal maneira, que não a podes negar. Assim não entrarei em detalhes desnecessários, sobre o plano da tua obra, que, segundo os meus conselhos ocultos, modificaste tão ampla e completamente”. Logo adiante acentuavam: “Com esta obra, o edifício começa a libertar-se dos andaimes, e já podemos ver-lhe a cúpula a desenhar-se no horizonte”.      
            
Um dos objetivos de tão magnânima obra, segundo o próprio Allan Kardec, foi o de oferecer o acesso à moral evangélica para todos, sem intermediários. Disse Kardec: “Todo o mundo admira a moral evangélica; todos proclamam a sua sublimidade e a sua necessidade; mas muitos o fazem confiando naquilo que ouviram, ou apoiados em algumas máximas que se tornaram proverbiais, pois poucos a conhecem a fundo, e menos ainda a compreendem e sabem tirar-lhe as consequências”.
            
Por outro lado, como iremos crer no ensino de Espíritos que se dizem auxiliares na interpretação das máximas evangélicas, se eles falam pela língua de homens comuns. E aí está a autoridade da Doutrina Espírita, no “controle universal do ensino dos Espíritos” – ou seja, “a única garantia segura do ensino dos Espíritos está na concordância das revelações feitas espontaneamente, através de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e em diversos lugares”.
            
Feitas tais considerações que em outra oportunidade esmiuçaremos amiúde, vamos ao trecho aludido logo no início, o advento do Espírito de Verdade em Paris, 1861:
            
Venho ensinar e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem sua resignação ao nível de suas provas; que chorem, porque a dor no Jardim das Oliveiras, mas que esperem; porque os anjos consoladores virão enxugar as suas lágrimas.
            
Trabalhadores, traçai o vosso sulco. Recomeçai no dia seguinte a rude jornada da véspera. O trabalho de vossas mãos fornece o pão terreno aos vossos corpos, mas vossas almas não estão esquecidas: eu, o divino jardineiro, as cultivo no silêncio dos vossos pensamentos. Quando soar a hora do repouso, quando a trama escapar de vossas mãos, e vossos olhos se fecharem para a luz, sentireis surgir e germinar em vós a minha preciosa semente. Nada se perde no Reino de nosso Pai. Vossos suores e vossas misérias formam um tesouro, que vos tornará ricos nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas, e onde o mais desnudo entre vós será talvez o mais resplandecente.
            
Em verdade vos digo: os que carregam seus fardos e assistem os seus irmãos são os meus bem-amados. Instrui-vos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas e vos ensina o objetivo sublime da prova humana. Como o vento varre a poeira, que o sopro dos Espíritos dissipe a vossa inveja dos ricos do mundo, que são freqüentemente os mais miseráveis, porque suas provas são mais perigosas que as vossas. Estou convosco, e meu apóstolo vos ensina. Bebei na fonte viva do amor, e preparai-vos, cativos da vida, para vos lançardes um dia, livres e alegres, no seio daquele que vos criou fracos para vos tornar perfeitos, e deseja que modeleis vós mesmos a vossa dócil argila, para serdes os artífices da vossa imortalidade”.

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Explicação por José Herculano Pires. Introdução. Cap. 06. Item 06).
             
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé, ainda no ano de 2015, mês de outubro.

terça-feira, 9 de maio de 2017

SETEMBRO AMARELO*


Ao nos aproximarmos do final de setembro, não poderíamos deixar de tecer algumas considerações sobre a importância da iniciativa da Associação internacional de Prevenção ao Suicídio ao adotar o mês e colori-lo de amarelo, em alerta sobre a importância das ações de prevenção.
            
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o suicídio é responsável por 1,4% do total de mortes anualmente (cerca de um milhão). Ou seja, a cada 45 segundos, ocorre um suicídio em algum lugar do mundo, o que equivale a 1920 pessoas diariamente. Esses números ao final de um ano superam a soma das mortes causadas por homicídios, acidentes de transporte, guerras e conflitos civis. Isso sem incluir as tentativas de suicídio, que são de 10 a 20 vezes mais frequentes.
            
O Coordenador de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Roberto Tykanori, conta que a rede de atenção é fundamental para prevenção das tentativas de suicídio “Os dados gerais de epidemiologia do suicídio mostram que mais da metade das pessoas que cometem o ato tem um histórico anterior de transtorno mental. O fato de termos redes de serviço que acolhem e atendem pessoas com estes distúrbios, por si, já tem um efeito preventivo. Outro ponto importante, é que ter esta rede permite o acesso de pessoas que nunca tiveram este tipo de problema, mas podem vir a procurar em momentos de dificuldade”, explica.
            
O espiritismo faz a sua parte à medida que ao estudar o fenômeno da sobrevivência da alma após o cometimento do ato extremo leva o potencial suicida a refletir qual será o resultado da ação danosa.
            
Nessa linha, conta-nos Allan Kardec que o gênero de morte influirá sobre o estado de sua alma decisivamente. “Na morte natural, o desligamento se opera gradualmente e sem abalo; frequentemente, ele começa mesmo antes que a vida se extinga. Na morte violenta por suplício, suicídio ou acidente, os laços se rompem bruscamente; o Espírito, surpreendido pelo imprevisto, fica como atordoado pela mudança que nele se opera e não compreende sua situação. Um fenômeno mais ou menos constante, em semelhante caso, é a persuasão em que se acha de não estar morto, e essa ilusão pode durar vários mesmo e mesmo vários anos”.
            
A afirmação de Allan Kardec fundamenta-se, entre outros relatos conduzidos por Espíritos sérios, numa comunicação obtida na Sociedade Espírita de Paris e reproduzida na Revista Espírita, no ano de 1858, com um Espírito que havia comedido o suicídio seis dias antes, na cidade de Paris, no estabelecimento de Samaritana. Indagou Allan Kardec: “Qual o motivo que vos arrastou ao suicídio?”. Resposta: “Morto? Eu? Não... que habito o meu corpo... Não sabeis como sofro! Sufoco-me... Oxalá que mão compassiva me aniquilasse de vez!” Observação de Kardec: “Sua alma, posto que separada do corpo, está ainda completamente imersa no que poderia chamar-se o turbilhão da matéria corporal; vivazes lhe são as ideias terrenas, a ponto de se acreditar encarnado”.
            
Segundo o Ministério da Saúde, são quatro os sentimentos principais de quem pensa em se matar. Todos começam com “D”: depressão, desesperança, desamparo e desespero (regra dos 4D). Caso alguém seja notado com este comportamento, a ajuda pode começar em uma unidade básica de saúde, que é a porta de entrada para os usuários do SUS. Se necessário, o paciente será encaminhado a um serviço de atenção especializada.
            
Outrossim, resta aqui o alerta efetuado pelo “Setembro Amarelo” e para que nos mantenhamos sempre em oração, principalmente em momentos que enfrentamos extremas dificuldades. Não percamos a fé na inteligência suprema e causa primária de todas as coisas.
            
Por fim, não pode se deixar de referir que a prática da prece faz com que estejamos em sintonia elevada e equilibrada, além de ser um ato de amor.

(Referências: Gabriela Rocha. Blog da Saúde. Sítio mundodapsi.com. Allan Kardec. O Que é o Espiritismo. IDE Editora. p. 137-138. Allan Kardec. Revista Espírita. Junho  de 1858. FEB Editora. p. 261).
             
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé, em setembro de 2015.