Cada vez mais os veículos de comunicação têm
reservado grande espaço para notícias relacionadas a crimes. De igual forma, nunca
se viu tantas pessoas preocupadas com a própria segurança como atualmente.
É bem verdade, também, que a
quantidade de crimes cometidos aumenta proporcionalmente à quantidade de
pessoas que habitam o nosso Planeta.
Entretanto, será que a sociedade vem
agindo da forma correta com os ditos criminosos? E nós, será que sabemos nos
comportar diante daquele que já cometeu algum crime contra nós ou contra
terceiros?
Em primeiro lugar, é necessário que
nos despojemos do orgulho e do egoísmo e saibamos amar esses irmãos infelizes
como criaturas de Deus, as quais o perdão e a misericórdia serão concedidos
caso se arrependam, assim como nós, quando cometemos faltas contra as suas
leis.
Sabe-se que isso é bem difícil, porém
muito mais culpados somos nós que, conhecendo Deus, cometemos diversas faltas
contra as suas leis, ao passo que aquele que é taxado de criminoso, muitas
vezes, sequer O conhece.
O julgamento efetuado contra este
criminoso certamente o será feito contra nós de modo muito mais severo, porque
não se pode deixar de lado que diversas faltas que a sociedade sequer aponta,
aos olhos de Deus, são crimes bem graves.
O Espírito Elisabeth de França, em
comunicação oferecida em Havre, no ano de 1862 e que está reproduzida em O
Evangelho Segundo o Espiritismo de autoria de Allan Kardec, refere que “não é preciso dizer de um criminoso: é um
miserável, é preciso expurgá-lo da Terra (...). não, não é assim que deveis
falar. Olhai vosso modelo, Jesus; que diria ele se visse esse infeliz perto de
si? Lamentá-lo-ia, o consideraria como um doente bem miserável e lhe estenderia
a mão. Não podeis fazer isso em realidade, mas, pelo menos, podeis orar por
ele, assistir seu Espírito durante alguns instantes que deve ainda passar sobre
a vossa Terra. O arrependimento pode tocar-lhe o coração se orardes com fé”.
Ora, não poderíamos ter um modelo
mais claro do que aquele oferecido por Deus, através de seu próprio filho Jesus,
vítima de uma das maiores injustiças que já se viu sobre a Terra. Enquanto
Pôncio Pilatos lavava as mãos e não se importava com o destino do Mestre
Nazareno e, assim, permitia que ele fosse conduzido ao suplício
injustiçadamente, Jesus perdoava todos os seus algozes e orava por eles.
Que possamos percorrer as santas
estações dos martírios que nos são destinados, abraçando os irmãos criminosos e
ofertando as nossas orações a eles. Essa é a prática da mais pura caridade exemplificada
por Jesus e que se encontra ao alcance de todos nós.
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
https://www.facebook.com/bagespirita
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josearturmaruri@hotmail.com
*Artigo publicado no Jornal Minuano, edição de final de semana, dias 05 e 06 de janeiro de 2013 e que também pode ser lido pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=82978&data=&volta=.