Por que a população somente encontra o
verdadeiro significado da palavra caridade quando estamos sendo maltratados por
calamidades gigantescas?
Se observarmos ao nosso redor, em
tempos como estes que estamos vivenciando, surgem almas verdadeiramente
abnegadas que não pensam em outra coisa que não seja fazer a caridade ao irmão
que mais necessita, não importa de que forma.
Infelizmente, o último janeiro restou
marcado por essa tragédia sem precedentes no município de Santa Maria que até o
presente momento já vitimou duzentas e trinta e seis pessoas.
Porém, situações assim, onde
predomina o sofrimento, a caridade se emociona e faz com que brotem verdadeiros
impulsos generosos.
O mérito da caridade não está em
fazê-la diante de ampla cobertura da imprensa, como muitos querem que assim
seja. Os que praticam esse tipo de caridade já recebem na hora os seus méritos,
segundo Jesus.
E foi isso que Ele destacou em S.
Mateus, cap. VIII, vv. 1 a 4, que abaixo se transcreve:
“Tende
cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas,
pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus. –
Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas
sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade,
que eles já receberam sua recompensa. – Quando derdes esmola, não saiba a vossa
mão esquerda o que faz a vossa mão direita; - a fim de que a esmola fique em
segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará”.
Não são raras as vezes que podemos
observar pessoas “caridosas” que dão grandes quantias em público e que às
ocultas não dão um só centavo para ninguém.
Existem também aqueles que até se
desprendem de alguma quantia apenas na esperança que este saia a dizer para
todos: - quão “caridoso” é o fulano. De acordo com a lição do Mestre Jesus,
todos esses já receberam as suas recompensas aqui mesmo na Terra, pois são
destacados incessantemente em notas nas páginas da internet, em colunas sociais
e destaques televisivos.
Além disso, o que se pode afirmar com
certeza é que calamidades, como essa ocorrida em Santa Maria, não deixarão de
ocorrer tão cedo, pelo menos por enquanto. Mas também se pode afirmar, com a
mesma pontualidade, que encontraremos métodos para minimizar suas conseqüências,
pois elas também servem para impulsionar o progresso em direção a um mundo mais
harmonioso.
Sabendo disso, não podemos deixar de
lado as calamidades particulares que estão estampadas em nossos olhos todos os
dias da semana.
Atentemo-nos!
Devemos agir para minimizar também essas.
Agora, não fiquemos de braços
cruzados esperando, porque como disse Allan Kardec[1]
“esses infortúnios discretos é que a
verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que peçam assistência”.
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição de final de semana, dias 02 e 03 de fevereiro de 2013 e que também pode ser lido pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=84045&data=&ok=1.
[1]
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 4.