segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A CARIDADE DIANTE DA CALAMIDADE*



Por que a população somente encontra o verdadeiro significado da palavra caridade quando estamos sendo maltratados por calamidades gigantescas?

Se observarmos ao nosso redor, em tempos como estes que estamos vivenciando, surgem almas verdadeiramente abnegadas que não pensam em outra coisa que não seja fazer a caridade ao irmão que mais necessita, não importa de que forma.

Infelizmente, o último janeiro restou marcado por essa tragédia sem precedentes no município de Santa Maria que até o presente momento já vitimou duzentas e trinta e seis pessoas.

Porém, situações assim, onde predomina o sofrimento, a caridade se emociona e faz com que brotem verdadeiros impulsos generosos.

O mérito da caridade não está em fazê-la diante de ampla cobertura da imprensa, como muitos querem que assim seja. Os que praticam esse tipo de caridade já recebem na hora os seus méritos, segundo Jesus.

E foi isso que Ele destacou em S. Mateus, cap. VIII, vv. 1 a 4, que abaixo se transcreve:
            
Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus. – Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. – Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; - a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará”.

Não são raras as vezes que podemos observar pessoas “caridosas” que dão grandes quantias em público e que às ocultas não dão um só centavo para ninguém.
            
Existem também aqueles que até se desprendem de alguma quantia apenas na esperança que este saia a dizer para todos: - quão “caridoso” é o fulano. De acordo com a lição do Mestre Jesus, todos esses já receberam as suas recompensas aqui mesmo na Terra, pois são destacados incessantemente em notas nas páginas da internet, em colunas sociais e destaques televisivos.
            
Além disso, o que se pode afirmar com certeza é que calamidades, como essa ocorrida em Santa Maria, não deixarão de ocorrer tão cedo, pelo menos por enquanto. Mas também se pode afirmar, com a mesma pontualidade, que encontraremos métodos para minimizar suas conseqüências, pois elas também servem para impulsionar o progresso em direção a um mundo mais harmonioso.
            
Sabendo disso, não podemos deixar de lado as calamidades particulares que estão estampadas em nossos olhos todos os dias da semana.
            
Atentemo-nos!
            
Devemos agir para minimizar também essas.
            
Agora, não fiquemos de braços cruzados esperando, porque como disse Allan Kardec[1]esses infortúnios discretos é que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que peçam assistência”.

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Acesse: facebook.com/bagespirita
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição de final de semana, dias 02 e 03 de fevereiro de 2013 e que também pode ser lido pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=84045&data=&ok=1.

[1] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 4.