quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Compartilhando Conhecimento

         Abrindo uma série de publicações onde companheiros no ideal da divulgação do Espiritismo compartilham os seus trabalhos aqui no Bagé Espírita, temos a honra de levar a vocês, leitores, um artigo deveras importante para qualquer adepto da Doutrina dos Espíritos.

            Trata-se de um trabalho realizado pelo companheiro Gianni Salvini e publicado pelo jornal local Folha do Sul (http://www.folhadosulgaucho.com.br/?p=15&n=8116), onde ele expõe com maestria os ditames para que nos tornemos UM BOM ESPÍRITA.

             Gianni Salvini, atualmente, é colaborador na União Espírita Bageense - Caminho da Luz e grande amigo deste "blogueiro".

                Bons estudos!

O BOM ESPÍRITA

            Cada vez aumenta mais o numero de espíritas no Brasil e no mundo. Novos adeptos dessa doutrina que só tem a acrescentar no progresso moral e intelectual de cada um. Porém quanto mais avançamos nos estudos e na prática, nos deparamos com a seguinte dúvida o que fazer para ser um bom espírita?
            Kardec responde que reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.[1]
            Para nos tornarmos bons espíritas devemos praticar a lei da justiça, do amor e da caridade. Estas leis são nada mais, que a lei de Deus, que estão gravadas em nossa própria consciência. Interroguemos nossa consciência após alguma ação ou decisão e teremos a resposta se ferimos ou não esta lei.
            O espírita deve colocar os bens espirituais acima dos bens temporais, ver a riqueza e o poder como um depósito que deve fazer bom uso, porque da mesma maneira que lhe foi dado por Deus, pode ser retirado a qualquer instante.
            Se hoje tens um cargo de chefia, que te põe a frente de outras pessoas, aproveita este momento para elevar-lhes o moral, e não para esmagar-lhes com teu orgulho.[2] Trata-os com benevolência, sem distinção de raças e crenças, porque todos somos irmãos. 
            Sê indulgente com a fraqueza alheia, tendo em mente as palavras de Jesus: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado.”.
            O Espiritismo se bem compreendido e, sobretudo, se bem sentido leva o homem ao seu aperfeiçoamento moral. Não existe uma regra, um mandamento que se seguido passo a passo, nos levará a perfeição. Cabe a nós mesmos procurar o caminho reto, mantendo sempre um equilíbrio em nossas ações, na prática do bem.
            A lei da justiça, do amor e da caridade parece simples, porém difícil de ser praticada, dificuldade esta, que encontramos em nossas paixões e vícios que adquirimos nesta vida ou em outras caminhadas.
            Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem...Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial.[3]
            Procuremos então a perfeição, mesmo sabendo que somente Deus possui a perfeição infinita, mas tentemos nos aproximar ao máximo desta essência. Jesus com estas palavras mostra que a essência da perfeição é a caridade na sua mais ampla acepção, porque implica a prática de todas as outras virtudes.
            Praticar o bem e procurar conhecer-se cada vez mais, seguindo sempre a lei de Deus, desta maneira nos tornaremos cada vez mais homens de bem e, por conseguinte bons espíritas. 


Gianni Salvini
Colaborador da União Espírita Bageense
sgtsalvini@hotmail.com


[1]  KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o espiritismo. 112º edição. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira. 1996.
[2] KARDEC, Allan. O Livro dos espíritos. 76º edição. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira. 1995.
 [3] Evangelho de Mateus cap. V, VV. 44-48.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Nuances do Espiritismo


           Não se pretende com este singelo monólogo estabelecer premissas e traçar conclusões sobre uma doutrina que já atravessa cento e cinquenta anos e parece estar sempre renovada.

           É bem verdade também que aquilo com que se ocupam os adeptos do Espiritismo não teve início em meados do Século XIX com algumas manifestações definidas, à época, como de ordem sobrenatural. Todo aquele sobrenatural advém desde a era mitológica quando as civilizações antigas rendiam homenagens aos seus deuses.

            Porém, já que referido, uma pergunta é bastante comum por parte daqueles que nunca adentraram em uma Casa Espírita: com o que se ocupam os adeptos do Espiritismo?

            Não se pode responder essa questão sem antes procurar na obra daquele que codificou a Doutrina Espírita: Allan Kardec. Vamos a sua própria definição de Espiritismo[1]:

            O Espiritismo é ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, ele compreende todas as conseqüências morais que decorrem dessas relações”.

            Podemos ir mais longe ainda. O próprio Kardec, na Revista Espírita, inferiu acerca do Espiritismo atrelado a palavra religião. Como isso? Tal palavra deriva do latim “re-ligare” que significa ligar com, ou seja, não se descarta do Espiritismo seu aspecto religioso porque ele religa o homem com Deus, um dos princípios da Doutrina Espírita.

            Os adeptos do Espiritismo também se ocupam com o estudo dos princípios dessa Doutrina. Tais princípios podem ser enumerados como sendo: Deus, a imortalidade da alma, a comunicabilidade com os Espíritos, a pluralidade dos mundos habitados e a pluralidade das existências.

            Em âmbito de ciência espírita[2], “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”. Como referido pelo próprio Kardec[3], “para crer em Deus basta lançar os olhos sobre as obras da criação. O Universo existe; ele tem, pois, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa, e adiantar que o nada pôde fazer alguma coisa”.

            Outro princípio fundamental do Espiritismo é a imortalidade da alma. Ora, alma nada mais é que um Espírito encarnado[4], ou seja, antes da alma se unir ao corpo, ela era um Espírito, o que torna a ser no instante da morte física.

            Quanto a comunicabilidade com os Espíritos, nos valemos de uma resposta dada por Allan Kardec a um crítico, publicada na obra “O Que é o Espiritismo”. Nela, Kardec sacia a curiosidade de muitas pessoas que tem sede de assistir os Espíritos se comunicando com o mundo corporal. Vejamos: “Visitante – (...) Venho, pois, solicitar de vossa bondade a permissão para assistir somente a uma ou duas experiências, para não ser indiscreto, a fim de me convencer, se for possível. (...). Allan Kardec – Pensais que uma ou duas sessões bastarão para vos convencer? Isso seria, com efeito, um verdadeiro prodígio. Foi-me necessário mais de um ano de trabalho para eu mesmo estar convencido, o que vos prova que, se o sou, não o foi por leviandade”. Em tal assertiva Allan Kardec demonstra com que seriedade os adeptos do Espiritismo tratam os fenômenos obtidos, mais especificamente a comunicabilidade com os Espíritos.

            Outra questão com que os Espíritas se ocupam é a pluralidade dos mundos habitados. Segundo o relato dos Espíritos que coordenaram a publicação da obra O Livro dos Espíritos, todos os globos que circulam no espaço são habitados e os homens estão longe de serem os primeiros em inteligência. Dizem mais: as constituições físicas dos globos não se assemelham em nada e, seus habitantes, lá vivem como para nós, os peixes são feitos para viverem na água e os pássaros no ar.

            Outro princípio fundamental intrigante, e não menos importante, é a pluralidade das existências. A reencarnação. Deus, em sua infinita Justiça, fornece os meios para que os Espíritos alcancem à perfeição, já que tendem para ela, mas lhes faculta realizar em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova. Ainda, vale a ressalva, que nada está em acordo com a Justiça e Sabedoria Divina castigar para sempre aqueles que encontram obstáculos em seu progresso. Para tanto, a Doutrina da Reencarnação é a única que responde à ideia que fazemos da justiça de Deus em relação aos homens colocados em uma condição moral inferior. Ela nos oferece o meio de resgatar nossos próprios erros através de novas provas e, assim, progredirmos sempre.

            Esses singelos apontamentos tentam, de forma resumida, oferecer uma ideia daquilo que o Espiritismo trata, mas o que deve permanecer é que esta doutrina não nos promete sucesso imediato e riqueza material. A riqueza que ela nos oferece não está neste Mundo e só poderemos obtê-la se adotarmos como modelo de nossas vidas o Evangelho do Mestre Jesus.

José Artur M. Maruri dos Santos
Advogado e Colaborador da União Espírita Bageense
josearturmaruri@hotmail.com


[1]              KARDEC, Allan, O Que é o Espiritismo, Federação Espírita Brasileira, p. 10.
[2]               KARDEC, Allan, O Livros dos Espíritos, Federação Espírita Brasileira, questão 1, p. 45.
[3]              KARDEC, Allan, O Livros dos Espíritos, Federação Espírita Brasileira, p. 46.
[4]              KARDEC, Allan, O Livros dos Espíritos, Federação Espírita Brasileira, questão 134, p. 90.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Vida Interior - por Vinícius Lousada

Segue a contribuição do colega e amigo. Um artigo publicado na edição de hoje do Jornal Folha do Sul.


Há uma imperiosa necessidade de vida interior, a fim de lograr-se identificação com a realidade.- Joanna de Ângelis[1]

            O grande filósofo Sócrates teve ensejo de propor, pautado na inscrição do templo de Atenas: Conhece-te a ti mesmo.
            Os Numes Tutelares propuseram a Allan Kardec a mesma tecnologia de bem viver, apontando-a como a chave do progresso moral[2].
            Viagem por muito postergada, sua procrastinação tem sido a causa de atrasos morais e de sofrimentos os mais variados como o vazio existencial que viceja em nossos dias, tendo por base a desidentificação do Si Profundo, ou seja, de nossa identidade espiritual.
            Encoraja-te a essa viagem interior que te plenificará por dentro, trazendo-te, no futuro, a identificação com o Cristo Interno, gerando vida interior em abundância e, por conseqüência, autonomia espiritual.
            Essa autonomia é fruto do trabalho cotidiano de reconhecimento de teus limites e possibilidades, de tuas deficiências morais e aprendizagens intelectuais por fazer ao mesmo tempo em que percebes os passos já conquistados no campo do intelecto e da moralidade.
            Percebidos os fatores que sustentam tua sombra interior, combate-os produzindo iluminação íntima através da apreensão de uma virtude substitutiva dos últimos.
            Desenvolve a tua disposição para o bem praticando-o e raciocinando, em teu íntimo, sobre as mudanças que deves e podes operar em ti mesmo, em prol da autosuperação que te cabe para a atual reencarnação.
            Evita a promoção da culpa ou da baixa autoestima, elas em nada te ajudarão. Pelo contrário, assume tuas responsabilidades para com a tua consciência e procura ser feliz dando um passo de cada vez, na direção de Jesus.
            Algumas vezes tropeçarás e lastimarás o tempo mal direcionado, em outras oportunidades te sentirás repleto de contentamento, reconhecendo que a retidão passa a ser uma constante em tua vida moral.
            No encontro contigo mesmo exercita a possibilidade de questionares à própria consciência ante o cumprimento do dever, o modo de tratar os outros e a razoabilidade ou não de tuas atitudes.
            Questionando-te, mapearás o teu planeta interno e revelarás a ti próprio o que precisa ser reciclado ou radicalmente transformado, pelo teu bem.
            O Evangelho do Mestre Jesus é roteiro indispensável no tentame da evolução consciente, medita em suas lições e materializa-as em tuas vivências. Agindo assim, paulatinamente, enriquecerás a tua vida interior e lograrás novos patamares de progresso espiritual.

Vinícius Lousada – Pedagogo e colaborador da União Espírita Bageense.
Leia: www.estudandokardec.blogspot.com


[1] FRANCO, Divaldo. Momentos de Saúde. (Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis). Salvador/BA: LEAL, 2001, p. 73.
[2] O Livro dos Espíritos, questão 919.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A Alma da Terra


         
          Está se atravessando um dos períodos mais críticos da existência do ser humano na Terra. O homem, dito pela ciência um ser racional, está acabando com a sua morada.
            Um simples exemplo disso é o “La niña”, um fenômeno oceânico-atmosférico que ocorre nas águas do Oceano Pacífico (equatorial, central e oriental). Uma de suas principais características é o resfriamento (em média de 2 a 3º C) fora do normal das águas superficiais nestas regiões do Oceano Pacífico. Suas consequências são drásticas e, quando acontece nesta época do ano, causam o aumento das chuvas na região Nordeste do nosso país, aumento do frio na costa Oeste dos Estados Unidos, aumento das chuvas na costa Leste da Ásia e aumento do frio no Japão, tudo em função da grande concentração de gás carbônico em nossa atmosfera. E quem libera gás carbônico em demasia? O ser humano.
            Em tempos assim costuma-se ouvir nos diversos meios de comunicação muitos chamamentos e alertas, tais como: - O Planeta Terra pede socorro! A Terra não aguenta mais tanto sofrimento! A natureza está alertando!
            Encarando dessa forma, mais parece que a Terra é um ser vivo e que detém uma alma, afinal, só quem está vivo pede socorro e só que tem alma pode sofrer.
            Para alguns filósofos, a Terra e todos os planetas são seres animados, fundando-se no princípio de que tudo vive na natureza, desde o mineral até o homem.
            Por outro lado, Allan Kardec, em publicação na Revista Espírita do mês de setembro de 1868, lança alguns questionamentos e pondera com os esses filósofos lançando a seguinte indagação: se até mesmo as espécies mais simples de animais (um pulgão, por exemplo), detêm liberdade de fazer tudo que melhor lhe aprazem, por que a Terra estaria condenada a movimentos automáticos, sem jamais poder afastar-se de sua rota? Enfim, a Terra não detém um Espírito que lhe anima a natureza, o que ela possui é o princípio espiritual que anima os seus habitantes, “do mineral até o homem”.
            Para ser mais claro, o que melhor se apresenta em termos de plausibilidade, pelo menos dentro da Ciência Espírita, é que o Planeta Terra não detém uma alma própria, porque ela não é um ser organizado, como os que são dotados de uma vida. O que ela possui são milhões de espíritos, encarnados e desencarnados, os quais são encarregados por Deus de sua harmonia, de sua vegetação, de seu calor, etc. Esta congregação de irmãos formaria (e forma) a “alma” da Terra, como força de expressão.
            Analisando desse enfoque, reparemos o tamanho de nossa responsabilidade dentro de um contexto, em termos de consciência ambiental.
            Ainda, dentro desse contexto, existem aqueles Espíritos que presidem tudo isso, como os funcionários de um governo presidem cada uma das engrenagens dessa administração.
            Mas aí alguém perguntaria: - E por que eles permitem que aconteçam catástrofes climáticas como as que presenciamos de tempos em tempos? Ora, alguém não está fazendo a sua parte e, infelizmente, parece que quem não está contribuindo para um meio ambiente saudável somos nós, espíritos encarnados que ainda não conseguimos sequer separar o lixo doméstico em orgânico e reciclável.
            Diversas comunicações confirmaram esta maneira de encarar a “alma” da Terra. Elas foram dadas em diversos lugares para reforçar de que não se tratava de alguma farsa, mas Allan Kardec publicou apenas uma comunicação da qual destacaremos apenas um trecho que define o que foi exposto de forma singular (Revista Espírita, Setembro de 1868, p. 366):
            Os habitantes da Terra não trabalham por sua melhoria material? Considerai, então, todos os Espíritos encarnados como fazendo parte do que estão encarregados de fazê-la progredir, ao mesmo tempo que progridem. É a coletividade de todas essa inteligências, encarnadas e desencarnadas, inclusive o delegado superior, que constitui, a bem dizer, a alma da Terra, da qual cada um de vós faz parte. Encarnados e desencarnados são as abelhas que trabalham na edificação da colméia, sob a direção do Espírito-chefe. Este é a cabeça, os outros são os braços”.
            Dessa forma, o que deve ser considerado é que nós somos peça chave na engrenagem que sustenta a nossa morada. Se não preservarmos o nosso meio ambiente seremos os responsáveis pelo desfalecimento do berço que nos acolheu, conforme nosso merecimento e vontade de nosso Pai.
            Portanto, caso queiramos, um ambiente saudável e pleno para as gerações vindouras, bem como para nossas próximas reencarnações necessárias ao nosso próprio progresso, tratemos de preservar o que nos resta e lutar incansavelmente contra os irmãos que ainda insistem em delinquir e que acabam causando verdadeiras barbáries contra a fauna e a flora do nosso Planeta Terra.
            E não esqueçamos: nós fazemos parte da engrenagem que forma a alma da Terra.


José Artur M. Maruri dos Santos
Advogado e Colaborador da União Espírita Bageense

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Blog Estudando Kardec

O blog do nosso irmão Vinicius Lousada, o qual pode ser acessado pelo endereço eletrônico:  estudandokardec.blogspot.com, prestigiou a nossa pessoa com a veiculação de um artigo já publicado pelo jornal local Folha do Sul.

Vinícius Lousada é pedagogo e grande colaborador da União Espírita Bageense, assim como da Federação Espírita do Rio Grande do Sul. É uma honra receber um espaço em uma página eletrônica tão buscado no Movimento Espírita Gaúcho.

O artigo é intitulado "Podemos nos Comunicar com os Mortos?" e aborda um estudo elaborado sobre a temática da mediunidade, tendo como bibliografia básica o Livro dos Médiuns, de autoria de Allan Kardec.

Acessem esse blog parceiro e confiram outros assuntos importantes abordados com maestria pelo nosso irmão.

Amanhã, já estará disponível aqui no blog mais um artigo de minha autoria publicado pelo jornal Folha do Sul.

Tenham todos um BOM DIA!


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita*


         
         Por que a população somente encontra o verdadeiro significado da palavra caridade quando estamos sendo maltratados por calamidades gigantescas?
            Se observarmos ao nosso redor, em tempos como estes que estamos vivenciando, surgem almas verdadeiramente abnegadas que não pensam em outra coisa que não seja fazer a caridade ao irmão que mais necessita, não importa de que forma.
            Infelizmente, o mês de janeiro desse ano que se inicia ficou marcado pela falta de chuvas que já adentrou o mês de fevereiro fazendo com que quatorze município da nossa região tenham decretado situação de emergência.
            Neste mesmo mês, o Rio de Janeiro viu sua região serrana ser devastada pelas fortes chuvas que lá desmoronaram morros e mais morros, vitimando mais de setecentas pessoas.
            Porém, nesses lugares que hoje sofrem, a caridade se emociona e faz com que brotem verdadeiros impulsos generosos.
           O mérito da caridade não está em fazê-la para aparecer logo mais a noite no noticiário televisivo com ampla cobertura pela imprensa, como muitos querem que assim seja. Os que praticaram esse tipo de caridade já receberam seus méritos, segundo o nosso Mestre Jesus.
           Jesus, em mais uma de suas brilhantes lições que já atravessam dois mil anos, referiu que as boas obras devem ser praticadas longe dos olhos dos homens, pois do contrário o nosso Pai não poderá recompensar. E foi isso que Jesus destacou em S. Mateus, cap. VIII, vv. 1 a 4, que abaixo se transcreve:
           Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus. – Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. – Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; - a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará”.
           Não são raras as vezes que podemos observar pessoas “caridosas” que dão grandes quantias em público e que às ocultas não dão um só centavo para ninguém.
          Também, é de se ressaltar aqueles que utilizam a caridade para entrar para a vida pública e aí se tornam políticos, momento que usufruem dos impostos pagos pelos cidadãos.
            Existem também aqueles que dão alguma coisa apenas na esperança que este saia a dizer para todos: - quão “caridoso” é o fulano. Aqui estão postas as condições indicadas por Jesus, todos esses já receberam as suas recompensas aqui mesmo na Terra, pois são destacados incessantemente em notas nas páginas da internet, em colunas sociais e destaques televisivos.
            Não saber a mão esquerda o que dá a mão direita é uma imagem que caracteriza admiravelmente a beneficência modesta”, asseverou Allan Kardec. Porém, o Codificador não deixou por menos, destacou que existe a falsa modéstia, ou seja, aqueles que ocultam a mão que dá, mas deixam um pedacinho aparecendo. Olham com cuidado aqueles que estão a sua volta, afinal, um deles poderá ter visto essa ocultação e o glorificará por isso. Segundo Kardec, esses também já receberam sua recompensa, foram vistos, estão satisfeitos.
            Além disso, o que se sabe com certeza é que as calamidades não deixarão de ocorrer tão cedo, pelo menos por enquanto. Mas também se pode afirmar com a mesma pontualidade que encontraremos métodos para minimizar suas consequências.
           Sabendo disso, não podemos deixar de lado as calamidades particulares que estão estampadas em nossos olhos todos os dias da semana.
            Atentemo-nos!
            Essas, também, devem ser minimizadas por nós.
           Agora, não fiquemos de braços cruzados esperando, porque como disse Allan Kardec[1]esses infortúnios discretos é que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que peçam assistência”.
  

José Artur M. Maruri dos Santos
Advogado e Colaborador da União Espírita Bageense
josearturmaruri@hotmail.com
*Artigo publicado no Jornal Folha do Sul do dia 01/02/2011



[1] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 4.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mais um artigo publicado no Jornal Folha do Sul

Olá pessoal,

Não deixem de acompanhar minhas colunas quinzenais no jornal Folha do Sul. Sempre às terças-feiras um tema é tratado à luz da doutrina Espírita.

Segue o link da publicação de hoje >>>>>> Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita >>>> http://www.folhadosulgaucho.com.br/?p=15&n=7640

Amanhã este artigo será disponibilizado aqui no blog.

Fiquem à vontade para comentar!

Até mais e tenham um bom dia.