Ao nos aproximarmos do final de setembro, não
poderíamos deixar de tecer algumas considerações sobre a importância da
iniciativa da Associação internacional de Prevenção ao Suicídio ao adotar o mês
e colori-lo de amarelo, em alerta sobre a importância das ações de prevenção.
Segundo dados da Organização Mundial
de Saúde, o suicídio é responsável por 1,4% do total de mortes anualmente
(cerca de um milhão). Ou seja, a cada 45 segundos, ocorre um suicídio em algum
lugar do mundo, o que equivale a 1920 pessoas diariamente. Esses números ao
final de um ano superam a soma das mortes causadas por homicídios, acidentes de
transporte, guerras e conflitos civis. Isso sem incluir as tentativas de
suicídio, que são de 10 a 20 vezes mais frequentes.
O Coordenador de Saúde Mental do
Ministério da Saúde, Roberto Tykanori, conta que a rede de atenção é
fundamental para prevenção das tentativas de suicídio “Os dados gerais de epidemiologia do suicídio mostram que mais da metade
das pessoas que cometem o ato tem um histórico anterior de transtorno mental. O
fato de termos redes de serviço que acolhem e atendem pessoas com estes
distúrbios, por si, já tem um efeito preventivo. Outro ponto importante, é que
ter esta rede permite o acesso de pessoas que nunca tiveram este tipo de
problema, mas podem vir a procurar em momentos de dificuldade”, explica.
O espiritismo faz a sua parte à
medida que ao estudar o fenômeno da sobrevivência da alma após o cometimento do
ato extremo leva o potencial suicida a refletir qual será o resultado da ação
danosa.
Nessa linha, conta-nos Allan Kardec
que o gênero de morte influirá sobre o estado de sua alma decisivamente. “Na morte natural, o desligamento se opera
gradualmente e sem abalo; frequentemente, ele começa mesmo antes que a vida se
extinga. Na morte violenta por suplício, suicídio ou acidente, os laços se
rompem bruscamente; o Espírito, surpreendido pelo imprevisto, fica como
atordoado pela mudança que nele se opera e não compreende sua situação. Um
fenômeno mais ou menos constante, em semelhante caso, é a persuasão em que se
acha de não estar morto, e essa ilusão pode durar vários mesmo e mesmo vários
anos”.
A afirmação de Allan Kardec
fundamenta-se, entre outros relatos conduzidos por Espíritos sérios, numa
comunicação obtida na Sociedade Espírita de Paris e reproduzida na Revista
Espírita, no ano de 1858, com um Espírito que havia comedido o suicídio seis
dias antes, na cidade de Paris, no estabelecimento de Samaritana. Indagou Allan
Kardec: “Qual o motivo que vos arrastou
ao suicídio?”. Resposta: “Morto? Eu?
Não... que habito o meu corpo... Não sabeis como sofro! Sufoco-me... Oxalá que
mão compassiva me aniquilasse de vez!” Observação de Kardec: “Sua alma, posto que separada do corpo, está
ainda completamente imersa no que poderia chamar-se o turbilhão da matéria
corporal; vivazes lhe são as ideias terrenas, a ponto de se acreditar encarnado”.
Segundo o Ministério da Saúde, são
quatro os sentimentos principais de quem pensa em se matar. Todos começam com
“D”: depressão, desesperança, desamparo e desespero (regra dos 4D). Caso alguém
seja notado com este comportamento, a ajuda pode começar em uma unidade básica
de saúde, que é a porta de entrada para os usuários do SUS. Se necessário, o
paciente será encaminhado a um serviço de atenção especializada.
Outrossim, resta aqui o alerta
efetuado pelo “Setembro Amarelo” e para que nos mantenhamos sempre em oração,
principalmente em momentos que enfrentamos extremas dificuldades. Não percamos
a fé na inteligência suprema e causa primária de todas as coisas.
Por fim, não pode se deixar de
referir que a prática da prece faz com que estejamos em sintonia elevada e
equilibrada, além de ser um ato de amor.
(Referências: Gabriela Rocha. Blog da Saúde.
Sítio mundodapsi.com. Allan Kardec. O Que é o Espiritismo. IDE Editora. p.
137-138. Allan Kardec. Revista Espírita. Junho de 1858. FEB Editora. p. 261).
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé, em setembro de 2015.