quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O CONTROLE UNIVERSAL DO ENSINO DOS ESPÍRITOS*

Allan Kardec
Sabe-se que Allan Kardec é o precursor do Espiritismo, no entanto, não alcançaria essa posição sem ter o trabalho incansável de separar o joio do trigo no que diz respeito ao ensino dos Espíritos.
            
A Doutrina Espírita não é fruto de suas concepções, porque como ele mesmo diz, se assim fosse, “não ofereceria por penhor senão as luzes daquele que a houvesse concebido”.
            
Disse mais: “Se os Espíritos que a revelaram se houvessem manifestado a um só homem, nada lhe garantiria a origem, porquanto fora mister acreditar, sob palavra, naquele que dissesse ter recebido deles o ensino. Admitida, de sua parte, sinceridade perfeita, quando muito poderia convencer as pessoas de suas relações; conseguiria sectários, mas nunca chegaria a congregar todo o mundo”.
            
Quando as revelações chegam aos homens – e não foi diferente com o Espiritismo – elas não podem vir a um só, elas vêm de um polo ao outro e se faz presente perante por toda a parte, sem conferir privilégio a ninguém.
            
Allan Kardec dizia que um homem só poderia ser ludibriado, mas isso jamais aconteceria quando milhões de criaturas veem e ouvem a mesma coisa. É uma garantia para um e para todos. Poderão faltar os homens para difundi-la, ainda assim, haverão sempre os Espíritos que não podem ser atingidos.
            
Dessa forma, os Espíritos vão propagando o ensinamento com o auxílio de inúmeros médiuns que também vão brotando de todos os lados, de modo que se houvesse apenas um intérprete, por mais capacitado que fosse, jamais o Espiritismo seria conhecido no mundo todo.
            
De outra banda, sabe-se que os Espíritos, em razão da diferença de capacidade, estão longe da posse de toda a verdade, porque não é dado penetrar certos mistérios, portanto, seria imprudência aceitar e propagar, sem exame, revelações de caráter individual, como verdades absolutas; é necessário, primeiramente, passar pelo crivo da razão tudo o que venha dos Espíritos.
            
Assim relatava Kardec: “Toda a teoria em manifesta contradição com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos já adquiridos, deve ser rejeitada, por mais respeitável que seja o nome que traga como assinatura”.
            
A concordância no que ensinem os Espíritos é a melhor comprovação. “uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares”.
            
Com isso, buscamos esclarecer, ainda que de maneira superficial, o que se denomina por “controle universal do ensino dos Espíritos”, uma das bases de fundamentação do Espiritismo.
            
“Nessa universalidade do ensino dos Espíritos reside a força do Espiritismo e, também, a causa de sua tão rápida propagação”. – Allan Kardec

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Introdução. Item II. p.19-20).
             
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé, no mês de outubro de 2015.