Allan Kardec |
Sabe-se que Allan Kardec é o precursor do
Espiritismo, no entanto, não alcançaria essa posição sem ter o trabalho
incansável de separar o joio do trigo no que diz respeito ao ensino dos
Espíritos.
A Doutrina Espírita não é fruto de
suas concepções, porque como ele mesmo diz, se assim fosse, “não ofereceria por penhor senão as luzes
daquele que a houvesse concebido”.
Disse mais: “Se os Espíritos que a revelaram se houvessem manifestado a um só homem,
nada lhe garantiria a origem, porquanto fora mister acreditar, sob palavra,
naquele que dissesse ter recebido deles o ensino. Admitida, de sua parte,
sinceridade perfeita, quando muito poderia convencer as pessoas de suas
relações; conseguiria sectários, mas nunca chegaria a congregar todo o mundo”.
Quando as revelações chegam aos
homens – e não foi diferente com o Espiritismo – elas não podem vir a um só,
elas vêm de um polo ao outro e se faz presente perante por toda a parte, sem
conferir privilégio a ninguém.
Allan Kardec dizia que um homem só
poderia ser ludibriado, mas isso jamais aconteceria quando milhões de criaturas
veem e ouvem a mesma coisa. É uma garantia para um e para todos. Poderão faltar
os homens para difundi-la, ainda assim, haverão sempre os Espíritos que não
podem ser atingidos.
Dessa forma, os Espíritos vão
propagando o ensinamento com o auxílio de inúmeros médiuns que também vão
brotando de todos os lados, de modo que se houvesse apenas um intérprete, por
mais capacitado que fosse, jamais o Espiritismo seria conhecido no mundo todo.
De outra banda, sabe-se que os
Espíritos, em razão da diferença de capacidade, estão longe da posse de toda a
verdade, porque não é dado penetrar certos mistérios, portanto, seria
imprudência aceitar e propagar, sem exame, revelações de caráter individual,
como verdades absolutas; é necessário, primeiramente, passar pelo crivo da
razão tudo o que venha dos Espíritos.
Assim relatava Kardec: “Toda a teoria em manifesta contradição com o
bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos já adquiridos, deve
ser rejeitada, por mais respeitável que seja o nome que traga como assinatura”.
A concordância no que ensinem os
Espíritos é a melhor comprovação. “uma só
garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja
entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande
número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares”.
Com isso, buscamos esclarecer, ainda
que de maneira superficial, o que se denomina por “controle universal do ensino
dos Espíritos”, uma das bases de fundamentação do Espiritismo.
“Nessa universalidade do ensino dos
Espíritos reside a força do Espiritismo e, também, a causa de sua tão rápida
propagação”. – Allan Kardec
(Referências: Allan Kardec. O Evangelho
Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Introdução. Item II. p.19-20).
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé, no mês de outubro de 2015.