“Curai os
enfermos, erguei os mortos, purificai leprosos, expulsai daimones; de graça
recebestes, de graça dai”. (Mateus 10:8)
“Ressuscitai
os mortos” – disse- nos o Senhor – mas se é verdade que não podemos ordenar a
um cadáver se levante, é justo tentemos o reavivamento daqueles que nos
acompanham, muitas vezes, mortificados pela dor ou necrosados pela indiferença.
Não
nos esqueçamos.
Os
verdadeiros mortos estão sepultados na carne terrestre.
Alguns
permanecem no inferno do remorso ou do sofrimento criados por eles mesmos,
acreditando-se relegados a supremo abandono; outros jazem no purgatório da
aflição a que se arrojaram, desprevenidos, em dolorosas súplicas de auxílio; e
ainda outros repousam, inadvertidamente, em supostos céus de adoração
religiosa, que, em muitos casos, são simples faixas de ociosidade mental.
Aguçai
a visão e observemos a infortunada caravana de fantasmas que seguem, vacilantes
e enganados, dentro da vida.
Há
quem morreu sufocado em orgulho vão, no mausoléu da vaidade infeliz.
Há
quem permaneça cadaverizado em sepulcro de ouro, incapaz de um simples olhar à
plena luz.
Há
mortos que vos partilham o pão cotidiano, no túmulo das terríveis ilusões que
lhes anulam a existência e há corações paralíticos no catre da crueldade e da
incompreensão que nos armam ciladas de angústia, a cada passo, para os quais se
faz imprescindível a assistência de nossa devoção fraternal infatigável.
Se
Cristo penetrou o templo de vossa alma, auxiliemo-los na necessária
ressurreição.
Acendamos
a luz da vida.
Trabalhemos
no bem, enriquecendo as horas da peregrinação terrena com os melhores
testemunhos de nossa boa vontade para com os semelhantes em nome do Mestre da
Redenção, para quem o nosso espírito já se inclina, à maneira da planta à
procura de sol, de vem que somente irradiando a luz do Amor infinito
conseguiremos aniquilar e vencer, na Terra, as densas trevas da morte”.
(Referências:
“O Evangelho por Emmanuel”. Comentários ao Evangelho Segundo Mateus. Coordenação
de Saulo Cesar Ribeiro da Silva. Editado pela Federação Espírita Brasileira no
ano de 2017. p. 336-337)