sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

AS DIFERENTES NATUREZAS DE MANIFESTAÇÕES DOS ESPÍRITOS*


Uma das ocupações do Espiritismo é entender as manifestações dos Espíritos. Iniciou-se o estudo das manifestações com Allan Kardec, no Século 19.
            
O Codificador da Doutrina Espírita, Prof. Rivail, mais conhecido pelo seu pseudônimo Allan Kardec, buscou catalogar diversos tipos de manifestações, as quais ocorriam em todos os cantos do Planeta desde as épocas mais remotas da humanidade.
            
Por isso, já na primeira edição da Revista Espírita, em 1858, Kardec preocupou-se em resumir as formas de manifestações dos Espíritos, o que veio a tornar-se objeto de nossos estudos, no Espiritismo e em outras doutrinas espiritualistas, até os dias de hoje. Vamos a elas:
            
“1º Ação oculta, quando nada tem de ostensivo. Tais, por exemplo, as inspirações ou sugestões de pensamentos, ou avisos íntimos, a influência sobre os acontecimentos, etc.
            
Ação patente ou manifestação, quando é apreciável de uma maneira qualquer.
            
Manifestações físicas ou materiais: são as que traduzem por fenômenos sensíveis, tais como ruídos, movimento e deslocamento de objetos. Essas manifestações frequentemente não trazem nenhum sentido direto; têm por fim apenas chamar a atenção para qualquer coisa e convencer-nos da presença de um evento extra-humano.
            
Manifestações visuais ou aparições, quando o Espírito se mostra sob uma forma qualquer, sem nada possuir das propriedades conhecidas da matéria.
            
Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que comporta um sentido, mesmo quando não passa de simples movimento ou ruído; que acusa certa liberdade de ação; que responde a um pensamento ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Existem em todos os graus.
            
As comunicações são manifestações inteligentes que têm por objetivo a troca de idéias entre o homem e os Espíritos.
            
A natureza das comunicações varia conforme o grau de elevação ou de inferioridade, de saber ou de ignorância do Espírito que se manifesta, e segundo a natureza do assunto de que se trata. Podem ser: frívolas, grosseiras, sérias ou instrutivas”.
            
Conhecidos os diversos tipos de manifestações dos Espíritos, deixaremos para uma próxima oportunidade o estudo dos diferentes modos de comunicações entre os Espíritos e os homens.

(Referências: Allan Kardec. Revista Espírita. Janeiro de 1858. FEB Editora. p. 28-29).

           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 18 e 19 de abril de 2015 e também pode ser acompanhada pelo portal jornalminuano.com.br.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Á DESCOBERTO*

Dias atrás estivemos observando a atuação de uma médica no exame de um recém-nascido e podemos vislumbrar sua destreza no manuseio de um instrumento comum em sua profissão denominado estetoscópio.
            
A ação fez com que refletíssemos como pode, aquele instrumento, auscultar a intimidade de um corpo físico tão pequenino? Na mesma linha, como pode, também, alguns pesquisadores avançarem tanto nos pormenores da vida microscópica?
            
A humanidade avança em grandes descobertas do patrimônio intelectual, isso é inegável. Também é inegável que vivemos a era da informação graças ao advento da internet. Elemento capaz de colocar-nos, em tempo real, frente a frente com alguém do outro lado do planeta.
            
No entanto, na mesma medida que avançamos na descoberta do desconhecido podemos observar o quanto ainda tempos por conhecer.
            
Jesus, numa de suas muitas lições, disse: “ninguém há que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso, ou a ponha debaixo da cama; põe-na sobre o candeeiro, a fim de que os que entrem vejam a luz; pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente. (Lucas, 8: 16 e 17)
            
Da mesma forma que podemos lançar luz no conhecimento de mundos microscópicos, essa mesma luz poderá ser lançada sobre o nosso campo de ação, ou seja, podemos dizer que nenhum ato do nosso caminho, nenhuma escolha efetuada, restará oculto ou desconhecido. Mais cedo ou mais tarde deverá ser lançada a luz e ele virá à tona.
            
Por estarmos na era da informação, conforme já observamos, deparamo-nos com os atos mais obscuros sendo revelados. As bases estruturais de muitas instituições têm sido, justamente por isso, estremecidas.
            
Dessa forma, nada mais justo que recordarmo-nos quando o Mestre nos fala, “nada há secreto que não haja de ser descoberto”.
            
Enfim, fiquemos com as palavras do Mestre e a lição de Emmanuel que, assim, exorta-nos:
            
“Recordemos, assim, o ensinamento vivo em nosso próprio passo, agindo na esfera particular, como quem vive à frente da multidão, porquanto os nossos mínimos movimentos, na soledade ou na sombra, podem ser também trazidos ao campo da plena luz”. Emmanuel
        
(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 24. Item 02. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 122-123).

           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 11 e 12 de abril de 2015 e que também pode ser acompanhado pelo portal jornalminuano.com.br.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

RECONCILIAÇÃO COM OS ADVERSÁRIOS


Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metido em prisão. Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil”. (Mateus, 5:25 e 26)
            
O período pascal, invariavelmente, aproxima-se juntamente com reflexões de toda ordem – ou pelo menos deveria ser assim.
            
A partir do momento em que passamos a refletir sobre as nossas vivências e relações, é imperioso que busquemos a prática do perdão e da reconciliação com aqueles que ferimos.
            
Por inúmeras vezes afastamos outros seres humanos por ter cometido algum erro e nos esquecemos que muitos desses erros podem ter sido cometidos por nós mesmos.
            
Não estamos falando aqui do perdão intermediado por uma confissão auricular, por exemplo. Isso é um dogma e o Espiritismo não se prende a dogmas e rituais. Abraça-se com a prática lecionada pelo Cristo.
            
O Espiritismo preceitua, através da lógica, que se não nos reconciliarmos com os nossos adversários, perpetuaremos tal situação para as existências futuras. Não levaremos a contenda para a catacumba, porque o Espírito, ao libertar-se do jugo do corpo, plana livremente com seus erros e acertos.
            
Com relação a isso disse Allan Kardec: “Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário, não é somente objetivando apaziguar as discórdias no curso da nossa atual existência; é, principalmente, para que elas se perpetuem nas existências futuras”.
            
Ele prossegue: “Não saireis de lá, da prisão, enquanto não houverdes pago até o último centavo, isto é, enquanto não houverdes satisfeito completamente a Justiça de Deus”.
            
Nessa toada, aproveitemos a ocasião em que rememoramos o sacrifício de Jesus para buscarmos a reconciliação com aqueles que ferimos, sob pena de dificultarmos ainda mais o nosso caminho na direção da redenção.
            
O coração mais belo que pulsou entre os homens respirava na multidão e seguia só. Possuía legiões de Espíritos angélicos e aproveitou o concurso de amigos frágeis que o abandonaram na hora extrema. Ajudava a todos e chorou sem ninguém. Mas, ao carregar a cruz, no monte áspero, ensinou-nos que as asas da imortalidade podem ser extraídas do fardo de aflição, e que, no território moral do bem, alma alguma caminha solitária, porque vive tranqüila na presença de Deus”. Albino Teixeira.        

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 10. Item 05. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 119-120).

           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

CORPO E ESPÍRITO*


Uma questão importante que muitas vezes é deixada de lado, inclusive pelos espíritas, diz respeito ao cuidar do corpo e do espírito.
            
É impositivo que, enquanto Espíritos imortais estagiando na carne, nos ocupemos em cuidar do corpo, porque ele influencia de maneira muito importante sobre a alma, seja pela saúde ou pela enfermidade.
            
Segundo o Espírito George, em comunicação proferida em Paris, no ano de 1863, reproduzida na obra O Evangelho Segundo o Espiritismo “para que essa prisioneira (a alma) viva, se expanda e chegue mesmo a conceber as ilusões de liberdade, tem o corpo de estar são, disposto, forte”.
            
Ainda, o escritor Thiago Bernardes, em texto publicado pela Revista O Consolador, relata que temos no corpo humano o mais sublime dos santuários e uma das maravilhas da obra divina: - “Da cabeça aos pés, sentimos a glória do Supremo Idealizador que, no curso incessante dos milênios, organizou para o Espírito em crescimento o domicílio de carne em que a alma se manifesta”.
            
No entanto, para que possamos aspirar um ideal de liberdade diante do corpo, cárcere divino para novas provas e expiações, precisamos cuidá-lo, tratando da própria saúde e prevenindo doenças que, invariavelmente, são causadas por nossas próprias atitudes.
            
O Espírito André Luiz, na obra O Espírito da Verdade, em psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, assevera: “O melhor remédio, antes de qualquer outro, é a vontade sadia, porque a vontade débil enfraquece a imaginação e a imaginação doentia debilita o corpo”.
            
Nesse sentido não resta-nos alternativa que não seja pela via da saúde, do cuidado com o corpo, deixando de lado os pensamentos nocivos que irão tornar nossas vontades doentias e enfermiças.
            
Por isso, reiteramos o nosso compromisso com a caridade e a humildade, molas mestras para uma vida mais sadia para o corpo e para o Espírito.
            
“Amai, pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela. Desatender as necessidades que a própria Natureza indica, é desatender a Lei de Deus”. George, Espírito protetor.
            
“Doença é contingência natural, inevitável às criaturas em processo de evolução; por isso, esforce-se por abolir inquietações quanto a problemas de saúde física, atendendo ao equilíbrio orgânico e confiando na Vontade Superior”. André Luiz.

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 17. Item 11. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 115-117).

           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 21 e 22 de março de 2015 e que também pode ser acompanhado pelo portal jornalminuano.com.br.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O PROGRESSO DOS MUNDOS E O AMANHECER DE UMA NOVA ERA*


Na última semana os pensamentos de muitos estiveram voltados às possíveis manifestações que deverão estender-se por todo o final de semana.
            
A situação vivenciada pelo Brasil, onde há uma flagrante divisão de ideais para o bem estar social, apenas reflete o estágio que se encontra a Terra enquanto mundo de expiações e provas.
            
Santo Agostinho, na obra insigne de Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, relata que “a Terra oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita, mas revelando todos, como caráter comum, o servirem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à Lei de Deus. Esses Espíritos têm aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a inclemência da Natureza, duplo e árduo trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração e as da inteligência”.
            
Por estarmos num mundo de estágio inferior, ou seja, onde o mal ainda predomina sobre o bem, precisamos da noite, para admirarmos a luz assim como carecemos da doença, para apreciarmos a saúde. Nos mundos superiores, ao contrário, os contrastes são mínimos.
            
É importante ressaltar a fala de Allan Kardec quando ressaltou que os mundos felizes não são orbes privilegiados, visto que Deus não é parcial para qualquer de seus filhos; a todos dá os mesmos direitos e as mesmas facilidades para chegarem a tais mundos. Devem partir do mesmo ponto e a nenhum dota melhor do que os outros.
            
Também, há bastante tempo o médium Divaldo Pereira Franco vem alardeando o momento em que a Terra irá evoluir e passar a ser categorizada entre os mundos de regeneração. Santo Agostinho descreve tais mundos como sendo de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. Neles, a alma encontra a calma e o repouso e acaba por depurar-se. Mesmo ainda se sujeitando às leis da matéria, passa o homem a libertar-se das paixões desordenadas, o orgulho, da tortura e do ódio.
            
Ainda assim, como o próprio Divaldo Franco ressalta, “à meia-noite e um minuto já é alvorada de uma nova era, ainda que permaneçamos na escuridão completa”. Portanto, nos preparemos para o momento da transição que já se iniciou. Não haverá mais espaço para o ócio, para a estagnação. O próprio Santo Agostinho alerta que “não avançar é recuar”.
            
Se o homem não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundo de expiação, onde, então, novas e mais terríveis provas o aguardam.
            
No atual momento que vivenciamos na Terra é bastante claro que a hora da transição já está se dando e, em vista disso, ao invés de nos entregarmos ao ódio, à desavença, às paixões desordenadas, já é hora de procurarmos pelo amor ao próximo, pela paz, pela mansuetude e pela brandura.

            
Somente assim, trabalhando incessantemente pela caridade e pelo amor ao próximo, anonimamente, estaremos não apenas auxiliando no progresso do nosso País, mas estaremos contribuindo para o amanhecer de uma nova era que é chegada para todo orbe terrestre. 
           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, entre os dias 14 e 15 de março de 2015 e que também pode ser acompanhada pelo portal jornalminuano.com.br.