“Reconciliai-vos o mais depressa possível com
o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos
entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais
metido em prisão. Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não
houverdes pago o último ceitil”. (Mateus, 5:25 e 26)
O período pascal, invariavelmente,
aproxima-se juntamente com reflexões de toda ordem – ou pelo menos deveria ser
assim.
A
partir do momento em que passamos a refletir sobre as nossas vivências e
relações, é imperioso que busquemos a prática do perdão e da reconciliação com
aqueles que ferimos.
Por inúmeras vezes afastamos outros
seres humanos por ter cometido algum erro e nos esquecemos que muitos desses
erros podem ter sido cometidos por nós mesmos.
Não estamos falando aqui do perdão
intermediado por uma confissão auricular, por exemplo. Isso é um dogma e o
Espiritismo não se prende a dogmas e rituais. Abraça-se com a prática lecionada
pelo Cristo.
O Espiritismo preceitua, através da
lógica, que se não nos reconciliarmos com os nossos adversários, perpetuaremos
tal situação para as existências futuras. Não levaremos a contenda para a
catacumba, porque o Espírito, ao libertar-se do jugo do corpo, plana livremente
com seus erros e acertos.
Com relação a isso disse Allan
Kardec: “Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com
o nosso adversário, não é somente objetivando apaziguar as discórdias no curso
da nossa atual existência; é, principalmente, para que elas se perpetuem nas
existências futuras”.
Ele prossegue: “Não saireis de lá, da
prisão, enquanto não houverdes pago até o último centavo, isto é, enquanto não
houverdes satisfeito completamente a Justiça de Deus”.
Nessa toada, aproveitemos a ocasião
em que rememoramos o sacrifício de Jesus para buscarmos a reconciliação com
aqueles que ferimos, sob pena de dificultarmos ainda mais o nosso caminho na
direção da redenção.
“O coração mais belo que pulsou entre
os homens respirava na multidão e seguia só. Possuía legiões de Espíritos
angélicos e aproveitou o concurso de amigos frágeis que o abandonaram na hora
extrema. Ajudava a todos e chorou sem ninguém. Mas, ao carregar a cruz, no
monte áspero, ensinou-nos que as asas da imortalidade podem ser extraídas do
fardo de aflição, e que, no território moral do bem, alma alguma caminha
solitária, porque vive tranqüila na presença de Deus”. Albino Teixeira.
(Referências:
Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 10. Item
05. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade.
FEB Editora. p. 119-120).
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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