sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

RECONCILIAÇÃO COM OS ADVERSÁRIOS


Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metido em prisão. Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil”. (Mateus, 5:25 e 26)
            
O período pascal, invariavelmente, aproxima-se juntamente com reflexões de toda ordem – ou pelo menos deveria ser assim.
            
A partir do momento em que passamos a refletir sobre as nossas vivências e relações, é imperioso que busquemos a prática do perdão e da reconciliação com aqueles que ferimos.
            
Por inúmeras vezes afastamos outros seres humanos por ter cometido algum erro e nos esquecemos que muitos desses erros podem ter sido cometidos por nós mesmos.
            
Não estamos falando aqui do perdão intermediado por uma confissão auricular, por exemplo. Isso é um dogma e o Espiritismo não se prende a dogmas e rituais. Abraça-se com a prática lecionada pelo Cristo.
            
O Espiritismo preceitua, através da lógica, que se não nos reconciliarmos com os nossos adversários, perpetuaremos tal situação para as existências futuras. Não levaremos a contenda para a catacumba, porque o Espírito, ao libertar-se do jugo do corpo, plana livremente com seus erros e acertos.
            
Com relação a isso disse Allan Kardec: “Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário, não é somente objetivando apaziguar as discórdias no curso da nossa atual existência; é, principalmente, para que elas se perpetuem nas existências futuras”.
            
Ele prossegue: “Não saireis de lá, da prisão, enquanto não houverdes pago até o último centavo, isto é, enquanto não houverdes satisfeito completamente a Justiça de Deus”.
            
Nessa toada, aproveitemos a ocasião em que rememoramos o sacrifício de Jesus para buscarmos a reconciliação com aqueles que ferimos, sob pena de dificultarmos ainda mais o nosso caminho na direção da redenção.
            
O coração mais belo que pulsou entre os homens respirava na multidão e seguia só. Possuía legiões de Espíritos angélicos e aproveitou o concurso de amigos frágeis que o abandonaram na hora extrema. Ajudava a todos e chorou sem ninguém. Mas, ao carregar a cruz, no monte áspero, ensinou-nos que as asas da imortalidade podem ser extraídas do fardo de aflição, e que, no território moral do bem, alma alguma caminha solitária, porque vive tranqüila na presença de Deus”. Albino Teixeira.        

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 10. Item 05. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 119-120).

           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

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