sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O SACRIFÍCIO MAIS AGRADÁVEL A DEUS*




O sincretismo religioso no qual o Brasil está imerso nos permite observar as diversas vertentes de pensamentos e ações que são expostas no cotidiano. À época de Jesus não era diferente, apesar de que se sobressaía o judaísmo.
            
No entanto, assim como o judaísmo, outras religiões trabalham com o sacrifício material.
             
Jesus, em sua passagem pelo mundo da matéria, disse: “Se, portanto, quando fordes depor vossa oferenda no altar, vos lembrardes de que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vós – deixai a vossa dádiva junto ao altar e ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão; depois, então, voltai a oferecê-la. (Mateus, 5:23 e 24)”
             
Na situação citada pelo Cristo resta bastante claro que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o que o homem faça do seu próprio ressentimento, que antes de se apresentar para ser por Ele perdoado, precisa o homem haver perdoado e reparado o ultraje que tenha feito a algum de seus irmãos. Só então sua oferenda será bem-aceita.
             
Importa salientar que Jesus tomou o cuidado de materializar o preceito, porque os judeus ofereciam sacrifícios materiais, o que ocorre até hoje, conforme explicitado em nosso intróito.
             
Ressalta Allan Kardec que “o cristão não oferece dons materiais, pois que espiritualizou o sacrifício. Com isso, porém, o preceito ainda mais força ganha. Ele oferece sua alma a Deus e essa alma tem de ser purificada. Entrando no templo do Senhor, deve ele deixar fora todo sentimento de ódio e de animosidade, todo mau pensamento contra seu irmão”.
            
 Daí que Jesus ensina por estas palavras: “Deixai a vossa oferenda ao altar e ide primeiro reconciliar-vos com o vosso irmão, se quiserdes ser agradável ao Senhor”.
             
Não condene. Ajude ao outro. Cultive a serenidade. Use os próprios recursos para fazer o bem. Proceda com bondade, sem exibição de virtude. Seja qual for o problema, faça o melhor que você puder. Fuja de todo pensamento, palavra, atitude ou gesto que possam agravar as complicações de alguém. Ouça com paciência e fale amparando. Recorde que você, amanhã, talvez esteja precisando também de auxílio e, em toda situação indesejável, mesmo que o próximo demonstre necessidade de reprimenda, observe, conforme a lição de Jesus, se você está em condições de atirar a pedra”. André Luiz. 

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 10. Itens 07 e 08. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 85-86)

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 13 e 14 de dezembro de 2014 e que também pode ser acompanhada pelo jornalminuano.com.br.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O JUGO LEVE*

Nelson Mandela - o "Madiba"

Ontem, 05 de dezembro, completou um ano do falecimento do líder político da África do Sul e um dos principais nomes mundiais da luta contra a opressão racial. Falamos de Nelson Mandela, o “Madiba”.
            
O “Madiba”, como era chamado por ser nome de seu clã, juntamente com Francisco Cândido Xavier, Madre Teresa de Calcutá, Allan Kardec, entre outros, foram – e continuam sendo – indivíduos que tornaram sofrimentos humanos como misérias, violências, decepções, dores físicas, perda de seres amados, mais leves, através de ações positivas baseadas no amor e na caridade.
            
Disse Jesus de Nazaré: “Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo”. (Mateus, 11:28 a 30)
            
Na questão 625 de “O Livro dos Espíritos” Allan Kardec indaga da plêiade de Espíritos superiores “qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo”, tendo eles respondido: “Jesus”.
            
Esclareceu, então, Allan Kardec: “Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a humanidade pode aspirar na Terra”.
            
Como seu viu, os Espíritos superiores não excluíram a possibilidade de que pudéssemos aspirar à perfeição moral do Mestre Nazareno. E podemos observar tal fato com clareza quando nos deparamos com os exemplos de vida oferecidos por Nelson Mandela, Chico Xavier, Madre Teresa, entre tantos outros.
            
Suas lutas trouxeram consolação na fé no futuro e confiança na Justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens.
            
Jesus, no entanto, colocou apenas uma condição para que o indivíduo fatigado fosse aliviado. Essa condição está na lei ensinada por Ele. Como refere Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, “seu jugo é a observância dessa lei; mas esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade”.
            
Sigamos os exemplos de vida deixados por estas criaturas que se assemelharam ao Mestre Jesus com suas obras de amor ao próximo e de caridade, visto que, assim, suave será o nosso jugo e leve o nosso fardo.
            
“Em toda estrada vicejam alfombras de sorrisos e chovem lágrimas de aflição, mas o amor, com o Cristo Jesus, recupera a poesia perdida ao longo de nosso caminho, pois só ele transforma o miasma em perfume, o incêndio em luz, o espinho em flor, o deserto em jardim e a queda em ascensão”. Espírito Manuel Quintão. 

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 6. Itens 01 e 02. Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. FEB Editora. Questão 625. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 81-83)

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 06 e 07 de dezembro de 2014 e que também pode ser acompanhada pelo jornalminuano.com.br.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

OS CRISTÃOS INCRÉDULOS*


Atualmente, a incredulidade tem ganhado espaço nas fileiras daqueles que se dizem discípulos do Cristo. Nota-se isso na medida em que esperamos que Ele nos sirva e esteja sempre atento às nossas necessidades.
            
Quando dizemos - Pai nosso que estais no céu -, esperamos que Deus transforme-se em nosso escravo particular, atento às nossas ilusões e caprichos.
            
Não são raros os ditos discípulos do Mestre que após acabarem de dizer – não nos deixeis cair em tentação – saem à procura de vícios de toda ordem.
            
Os discípulos de Cristo da atualidade pedem ao Pai para que nos livre de todo o mal, no entanto constroem canhões e fabricam bombas mortíferas para arrasar a vida dos semelhantes.
            
Jesus, o grande conhecedor, em sua estada na Terra assim prometeu: “Se me amais, guardai os meus mandamentos; e Eu rogarei a meu Pai e Ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito (João, 14:15 a 17 e 26)”.
            
O Mestre promete “o Espírito de Verdade” sabendo que o homem não estaria maduro o suficiente para compreendê-lo no futuro. Ele promete um consolador, enviado pelo Pai, para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito.
            
Allan Kardec, então, intuído por “Espíritos de Escol” conclui que “se o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido”.
            
Fiquemos com a parte final dos esclarecimentos de Kardec. O que o Cristo dissera foi esquecido ou mal compreendido, inclusive, pelos seus discípulos.
            
E é por isso que, cristãos incrédulos, ainda, fabricamos armas mortíferas e nos entregamos aos vícios de toda ordem, logo depois de rogarmos a proteção de Deus. Porque, ainda hoje, buscamos que o próximo esteja servindo aos nossos interesses e esquecemo-nos dos deveres de fraternidade.
            
Enfim, infelizmente, é forçoso reconhecer que o “Espírito Jacinto Fagundes”, em comunicação obtida por intermédio da mediunidade de Chico Xavier, tenha razão quando refere: “É por isso que somos, na atualidade da Terra, os cristãos incrédulos, que ensinamos sem crer e pregamos sem praticar, trazendo o cérebro luminoso e o coração amargo”. 

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 6. Item 3. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 77-79)

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 29 e 30 de novembro e também pode ser acompanhado pelo jornalminuano.com.br.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

CONTRASTES*

Imagem captada no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko

Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, credes também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já Eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde Eu estiver, também vós aí estejais”. (João, 14:1 a 3)
            
Historicamente, o homem tem buscado explicações para questões como a origem da vida no espaço sideral. Neste mês, mais uma vez, a ciência humana alcançou outra proeza com o pouso no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.
            
No entanto, o homem ainda não conseguiu solucionar questões como os evidentes contrastes que exprimem as desigualdades existentes na Terra. Por exemplo, enquanto legiões de trabalhadores se esquivam do trabalho, tanto na iniciativa privada como nas funções públicas, existem multidões de desempregados.
            
É admirável o número de pessoas que apontam tanta maldade, misérias e enfermidades na Terra, e daí concluem que a espécie humana é bem triste. Ocorre que esse juízo provém de um ponto de vista simplista e que oferece uma falsa ideia de conjunto.
            
E este é o ponto nevrálgico. O homem não se equivoca ao procurar as suas respostas no espaço sideral. No entanto, o homem busca apenas respostas prontas que são resultados de uma visão que relaciona um ponto de vista muito acanhado.
            
Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, refere que “deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade. Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do universo. Ora, que é a população da Terra, em face da população total desses mundos?”.
            
É importante, também, a mensagem do Cristo que oferece um sentido muito mais amplo. A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no Espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos.
            
Para termos uma noção da incapacidade de julgamento que os homens tem atualmente, vale a reflexão kardequiana: “Faria dos habitantes de uma grande cidade falsíssima idéia quem os julgasse pela população dos seus quarteirões mais ínfimos e sórdidos. (...) Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, e ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde. Ora, assim como, numa cidade, a população não se encontra todas nos hospitais, também na Terra não está a Humanidade inteira”.
            
Na Terra, todos temos direitos e deveres, mas nossas vontades são diversas e as experiências diferentes, obrigando-nos a méritos desiguais.
            
As misérias humanas fazem parte da destinação da Terra que nada mais é, ainda, que um hospital ou um bairro de uma cidade inteira, comparando-se ao Universo.
            
Cabe a nós apenas trabalhar diante do amor, da paz, da caridade, para que tenhamos o merecimento de elevarmos a condição da Terra e colocá-la entre os mundos mais ditosos, onde reinam a justiça e os contrastes são diminutos.
            
A vida humana constitui cópia imperfeita da vida espiritual; todavia, a perfeição das grandes almas desencarnadas da Terra foi adquirida no solo rude do planeta...” André Luiz. 

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 3. Item 6. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 75-76)

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada no Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 22 e 23 de novembro de 2014 e também pode ser acompanhado pelo jornalminuano.com.br.