sexta-feira, 7 de agosto de 2015

OS CRISTÃOS INCRÉDULOS*


Atualmente, a incredulidade tem ganhado espaço nas fileiras daqueles que se dizem discípulos do Cristo. Nota-se isso na medida em que esperamos que Ele nos sirva e esteja sempre atento às nossas necessidades.
            
Quando dizemos - Pai nosso que estais no céu -, esperamos que Deus transforme-se em nosso escravo particular, atento às nossas ilusões e caprichos.
            
Não são raros os ditos discípulos do Mestre que após acabarem de dizer – não nos deixeis cair em tentação – saem à procura de vícios de toda ordem.
            
Os discípulos de Cristo da atualidade pedem ao Pai para que nos livre de todo o mal, no entanto constroem canhões e fabricam bombas mortíferas para arrasar a vida dos semelhantes.
            
Jesus, o grande conhecedor, em sua estada na Terra assim prometeu: “Se me amais, guardai os meus mandamentos; e Eu rogarei a meu Pai e Ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito (João, 14:15 a 17 e 26)”.
            
O Mestre promete “o Espírito de Verdade” sabendo que o homem não estaria maduro o suficiente para compreendê-lo no futuro. Ele promete um consolador, enviado pelo Pai, para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito.
            
Allan Kardec, então, intuído por “Espíritos de Escol” conclui que “se o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido”.
            
Fiquemos com a parte final dos esclarecimentos de Kardec. O que o Cristo dissera foi esquecido ou mal compreendido, inclusive, pelos seus discípulos.
            
E é por isso que, cristãos incrédulos, ainda, fabricamos armas mortíferas e nos entregamos aos vícios de toda ordem, logo depois de rogarmos a proteção de Deus. Porque, ainda hoje, buscamos que o próximo esteja servindo aos nossos interesses e esquecemo-nos dos deveres de fraternidade.
            
Enfim, infelizmente, é forçoso reconhecer que o “Espírito Jacinto Fagundes”, em comunicação obtida por intermédio da mediunidade de Chico Xavier, tenha razão quando refere: “É por isso que somos, na atualidade da Terra, os cristãos incrédulos, que ensinamos sem crer e pregamos sem praticar, trazendo o cérebro luminoso e o coração amargo”. 

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 6. Item 3. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 77-79)

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 29 e 30 de novembro e também pode ser acompanhado pelo jornalminuano.com.br.