Atualmente,
a incredulidade tem ganhado espaço nas fileiras daqueles que se dizem
discípulos do Cristo. Nota-se isso na medida em que esperamos que Ele nos sirva
e esteja sempre atento às nossas necessidades.
Quando
dizemos - Pai nosso que estais no céu -, esperamos que Deus transforme-se em
nosso escravo particular, atento às nossas ilusões e caprichos.
Não
são raros os ditos discípulos do Mestre que após acabarem de dizer – não nos
deixeis cair em tentação – saem à procura de vícios de toda ordem.
Os
discípulos de Cristo da atualidade pedem ao Pai para que nos livre de todo o
mal, no entanto constroem canhões e fabricam bombas mortíferas para arrasar a
vida dos semelhantes.
Jesus,
o grande conhecedor, em sua estada na Terra assim prometeu: “Se me amais, guardai os meus mandamentos; e
Eu rogarei a meu Pai e Ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique
eternamente convosco: O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber,
porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas quanto a vós,
conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. Porém, o Consolador,
que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as
coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito (João, 14:15 a 17 e 26)”.
O
Mestre promete “o Espírito de Verdade” sabendo que o homem não estaria maduro o
suficiente para compreendê-lo no futuro. Ele promete um consolador, enviado
pelo Pai, para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito.
Allan
Kardec, então, intuído por “Espíritos de Escol” conclui que “se o Espírito de
Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não
dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse
foi esquecido ou mal compreendido”.
Fiquemos
com a parte final dos esclarecimentos de Kardec. O que o Cristo dissera foi
esquecido ou mal compreendido, inclusive, pelos seus discípulos.
E
é por isso que, cristãos incrédulos, ainda, fabricamos armas mortíferas e nos
entregamos aos vícios de toda ordem, logo depois de rogarmos a proteção de
Deus. Porque, ainda hoje, buscamos que o próximo esteja servindo aos nossos
interesses e esquecemo-nos dos deveres de fraternidade.
Enfim,
infelizmente, é forçoso reconhecer que o “Espírito Jacinto Fagundes”, em
comunicação obtida por intermédio da mediunidade de Chico Xavier, tenha razão
quando refere: “É por isso que somos, na atualidade da Terra, os cristãos
incrédulos, que ensinamos sem crer e pregamos sem praticar, trazendo o cérebro
luminoso e o coração amargo”.
(Referências:
Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 6. Item 3.
Chico Xavier e Waldo
Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 77-79)
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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josearturmaruri@hotmail.com
*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 29 e 30 de novembro e também pode ser acompanhado pelo jornalminuano.com.br.