Imagem captada no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko |
“Não se turbe o vosso coração. Credes em
Deus, credes também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não
fosse, já Eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. Depois
que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei
para mim, a fim de que onde Eu estiver, também vós aí estejais”. (João,
14:1 a 3)
Historicamente,
o homem tem buscado explicações para questões como a origem da vida no espaço
sideral. Neste mês, mais uma vez, a ciência humana alcançou outra proeza com o
pouso no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.
No
entanto, o homem ainda não conseguiu solucionar questões como os evidentes
contrastes que exprimem as desigualdades existentes na Terra. Por exemplo,
enquanto legiões de trabalhadores se esquivam do trabalho, tanto na iniciativa
privada como nas funções públicas, existem multidões de desempregados.
É
admirável o número de pessoas que apontam tanta maldade, misérias e
enfermidades na Terra, e daí concluem que a espécie humana é bem triste. Ocorre
que esse juízo provém de um ponto de vista simplista e que oferece uma falsa ideia de conjunto.
E
este é o ponto nevrálgico. O homem não se equivoca ao procurar as suas
respostas no espaço sideral. No entanto, o homem busca apenas respostas prontas
que são resultados de uma visão que relaciona um ponto de vista muito acanhado.
Allan
Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, refere que “deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas
uma pequena fração da Humanidade. Com efeito, a espécie humana abrange todos os
seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do universo. Ora, que é a
população da Terra, em face da população total desses mundos?”.
É
importante, também, a mensagem do Cristo que oferece um sentido muito mais
amplo. A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que
circulam no Espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam,
moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos.
Para
termos uma noção da incapacidade de julgamento que os homens tem atualmente,
vale a reflexão kardequiana: “Faria dos
habitantes de uma grande cidade falsíssima idéia quem os julgasse pela
população dos seus quarteirões mais ínfimos e sórdidos. (...) Pois bem:
figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, e ela é simultaneamente tudo
isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto
não se mandam para o hospital os que se acham com saúde. Ora, assim como, numa
cidade, a população não se encontra todas nos hospitais, também na Terra não
está a Humanidade inteira”.
Na
Terra, todos temos direitos e deveres, mas nossas vontades são diversas e as
experiências diferentes, obrigando-nos a méritos desiguais.
As
misérias humanas fazem parte da destinação da Terra que nada mais é, ainda, que
um hospital ou um bairro de uma cidade inteira, comparando-se ao Universo.
Cabe
a nós apenas trabalhar diante do amor, da paz, da caridade, para que tenhamos o
merecimento de elevarmos a condição da Terra e colocá-la entre os mundos mais
ditosos, onde reinam a justiça e os contrastes são diminutos.
“A
vida humana constitui cópia imperfeita da vida espiritual; todavia, a perfeição
das grandes almas desencarnadas da Terra foi adquirida no solo rude do
planeta...” André Luiz.
(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
FEB Editora. Capítulo 3. Item 6. Chico
Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB
Editora. p. 75-76)
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada no Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 22 e 23 de novembro de 2014 e também pode ser acompanhado pelo jornalminuano.com.br.