quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A CRENÇA NA CARIDADE

O Espiritismo assenta-se sobre um tripé formado pela filosofia, partindo do princípio que indaga de onde viemos, onde estamos e aonde vamos; pela ciência à medida que prova diariamente a existência de um mundo que se descortina por detrás da matéria e, finalmente, pela conseqüência moral advinda das duas propostas anteriores e que por isso, alguns, inferem se tratar de uma religião.
            
No entanto, é inarredável que Allan Kardec fascinou-se com o mundo invisível que lhe foi revelado pelos Espíritos Superiores. Ocorre que o mundo invisível que se descortinava a sua frente era fundamentado numa virtude denominada caridade.
            
Assim referiu Allan Kardec na obra Viagem Espírita em 1862: “Sem a caridade, não há instituição humana estável; e não pode haver caridade nem fraternidade possíveis, na verdadeira acepção da palavra, sem a crença”.
            
Segundo Allan Kardec era preciso que as pessoas cressem, tivessem fé mesmo, apenas, na caridade. Ele dizia que quando a caridade tivesse penetrado as massas, quando tivesse se transformado na fé, na religião da maioria, nossas instituições se tornariam melhores pela força das coisas.
            
Temos reiterado no decorrer das colunas que nunca foi objeto do Espiritismo fazer proselitismo. Isso porque ele está assentado sobre a caridade. O Espiritismo, por sua vez, não veio aos homens para derrubar os cultos ou restabelecê-los; ele veio proclamar verdades comuns a todos, queiramos ou não. Se ele veio destruir algo, este algo é o materialismo, negação de toda religião; se ele veio pôr abaixo algum templo, é o do egoísmo e do orgulho.
            
Com a ciência espírita demonstrando de forma patente a existência do mundo invisível, obrigatoriamente somos remetidos a uma nova ordem de idéias bem diversa, porque se alarga o horizonte moral limitado para a Terra. É o tripé do Espiritismo auxiliando-nos a romper com os paradigmas estabelecidos e associar-nos àquele mesmo que Jesus propôs.
            
O Espiritismo veio dar uma sanção prática a estas palavras do Cristo, que são toda sua lei: “Amai ao vosso próximo como a vós mesmos”.

(Referências: Allan Kardec. Viagem Espírita em 1862. FEB Editora. p. 87).
           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

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