O Espiritismo assenta-se sobre um tripé
formado pela filosofia, partindo do princípio que indaga de onde viemos, onde
estamos e aonde vamos; pela ciência à medida que prova diariamente a existência
de um mundo que se descortina por detrás da matéria e, finalmente, pela
conseqüência moral advinda das duas propostas anteriores e que por isso,
alguns, inferem se tratar de uma religião.
No entanto, é inarredável que Allan
Kardec fascinou-se com o mundo invisível que lhe foi revelado pelos Espíritos
Superiores. Ocorre que o mundo invisível que se descortinava a sua frente era
fundamentado numa virtude denominada caridade.
Assim referiu Allan Kardec na obra
Viagem Espírita em 1862: “Sem a caridade, não há instituição humana estável; e
não pode haver caridade nem fraternidade possíveis, na verdadeira acepção da
palavra, sem a crença”.
Segundo Allan Kardec era preciso que
as pessoas cressem, tivessem fé mesmo, apenas, na caridade. Ele dizia que
quando a caridade tivesse penetrado as massas, quando tivesse se transformado
na fé, na religião da maioria, nossas instituições se tornariam melhores pela
força das coisas.
Temos reiterado no decorrer das
colunas que nunca foi objeto do Espiritismo fazer proselitismo. Isso porque ele
está assentado sobre a caridade. O Espiritismo, por sua vez, não veio aos
homens para derrubar os cultos ou restabelecê-los; ele veio proclamar verdades
comuns a todos, queiramos ou não. Se ele veio destruir algo, este algo é o
materialismo, negação de toda religião; se ele veio pôr abaixo algum templo, é
o do egoísmo e do orgulho.
Com a ciência espírita demonstrando
de forma patente a existência do mundo invisível, obrigatoriamente somos
remetidos a uma nova ordem de idéias bem diversa, porque se alarga o horizonte moral
limitado para a Terra. É o tripé do Espiritismo auxiliando-nos a romper com os
paradigmas estabelecidos e associar-nos àquele mesmo que Jesus propôs.
O Espiritismo veio dar uma sanção
prática a estas palavras do Cristo, que são toda sua lei: “Amai ao vosso
próximo como a vós mesmos”.
(Referências: Allan Kardec. Viagem Espírita
em 1862. FEB Editora. p. 87).
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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