Há algumas semanas discorremos neste espaço
sobre as diferentes naturezas de manifestações e comunicações dos Espíritos,
com base na Revista Espírita, editada por Allan Kardec, de 1858.
Hoje, utilizando a mesma
bibliografia, poderemos avançar ainda mais nossos estudos observando os
diferentes modos de comunicação.
Para Allan Kardec, “as comunicações
inteligentes entre os Espíritos e os homens podem ocorrer por meio de sinais,
pela escrita e pela palavra”.
Os sinais, modo de comunicação que
nos ocuparemos nesta oportunidade, consistem no movimento significativo de
certos objetos com ruídos ou golpes desferidos. Quando os fenômenos comportam
um sentido, não deixam dúvidas quanto à intervenção de uma inteligência oculta.
Assevera o Codificador Lionês: “Se
todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa
inteligente”.
É que sob a influência de certas
pessoas, designadas pelo nome de médiuns, e algumas vezes espontaneamente, um
objeto qualquer pode executar movimentos convencionados, ou seja, bater um
número determinado de golpes e transmitir respostas pelo sim e pelo não, ou
pela designação das letras do alfabeto.
Vale lembrar que por volta do ano de 1848, houve uma
eclosão de fenômenos espíritas que eram dados até então como sobrenaturais na
cidade Hydesville, Estados
Unidos da América,
pela mediunidade das irmãs Fox.
Na oportunidade as irmãs conseguiram
estabelecer um diálogo com os Espíritos através das referidas pancadas
convencionadas, registrando os fatos. Rapidamente o fenômeno das mesas
girantes migrou da América para a Europa, tornando-se um modismo popular, vindo, assim, a
despertar a atenção de Allan Kardec,
então chamado de Professor Hipolite Denizard Rivail. Tal fato é considerado um
marco para o Espiritismo moderno.
Os golpes podem, também, ser ouvidos
sem nenhum movimento aparente e sem causa ostensiva, quer na superfície, quer
nos próprios tecidos dos corpos inertes, em uma parede, numa pedra ou num móvel
qualquer.
A este modo de comunicação Allan
Kardec resolveu denominar como “sematologia espírita” que, segundo ele, oferece
uma perfeita idéia e compreende todas as variedades de comunicações por meio de
sinais, movimentos dos corpos ou pancadas.
Ainda assim, Allan Kardec fez questão
de referir que a sematologia, dos diferentes modos de comunicação, “é o mais
incompleto” e, por ser muito lento, os Espíritos Superiores dele não se servem
voluntariamente, para o ensino preferem a escrita ou a palavra, modos de
comunicação que abordaremos nas próximas semanas.
(Referências: Allan Kardec. Revista Espírita.
Janeiro de 1858. FEB Editora. p. 31-33).
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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