A
concentração de riqueza nas mãos de poucos indivíduos torna-se marcante à
medida que refletimos quantas pessoas poderiam alimentar-se apenas com as
migalhas que sobram das mesas abastadas.
No
entanto, quando falamos de caridade não devemos observar apenas aqueles
indivíduos que trouxeram para a Terra a dura prova da riqueza. É imperioso que
nos debrucemos sobre a questão daqueles que asseguram não poderem fazer todo o
bem que desejam por falto de recursos suficientes.
Para
Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, “o ponto sublimado da
caridade estaria em procurar ele (o indivíduo) no seu trabalho, pelo emprego de
suas forças, de sua inteligência, de seus talentos, os recursos de que carece
para realizar seus generosos propósitos”.
É
forçoso reconhecer, no entanto, que a maioria ocupa-se em enriquecer de súbito.
Muitos, inclusive, tentam utilizar-se dos Espíritos para a consecução de tais
objetivos. Certamente não conheceram a finalidade do Espiritismo e a missão dos
Espíritos a quem Deus permite se comuniquem com os homens.
De
outra banda, reflitamos sobre a seguinte passagem: “Estando Jesus sentado
defronte do gazofilácio, a observar de que modo o povo lançava ali o dinheiro,
viu que muitas pessoas ricas o deitavam em abundância. Nisso, veio também uma
pobre viúva que apenas deitou duas pequenas moedas do valor de dez centavos
cada uma. Chamando então os seus discípulos, disse-lhes: ‘Em verdade vos digo
que esta pobre viúva deu muito mais do que todos os que antes puseram suas
dádivas no gazofilácio, pois que todos os outros deram do que lhes abunda, ao
passo que ela deu do que lhe faz falta, deu mesmo tudo o que tinha para seu
sustento". (Marcos, 12:41; Lucas, 21:1 a 4)”.
Jesus
utilizou a passagem do óbolo da viúva para exemplificar-nos que, muitas vezes,
estamos aguardando o momento oportuno de fazer o bem em detrimento de todas as
oportunidades que recebemos diariamente de ser útil. Será que só podemos ser
úteis tendo dinheiro? As lágrimas não precisam de notas para ser secadas.
Estar
em pleno gozo de nossas faculdades é o suficiente para colocarmos à disposição
do próximo aquilo que temos em abundância. Bem como disse o abnegado Allan
Kardec: “Não dispõem todos, à falta de dinheiro, do seu trabalho, do seu tempo,
do seu repouso, para de tudo isso dar uma parte ao próximo? Também aí está a
dádiva do pobre, o óbolo da viúva”.
“Faze,
Senhor, que os homens me aproveitem nas obras do bem eterno!... E, para que me
compreendam a capacidade de trabalhar, dize-lhes que, um dia, estivemos juntos,
em Jerusalém, no templo de Salomão, entre a riqueza dos poderosos e as jóias
faiscantes do santuário, e conta-lhes que me viste e me abençoaste, nos dedos
mirrados de pobre viúva, na feição de um vintém”. Espírito Meimei.
(Referências: Allan Kardec. O Evangelho
Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 13. Itens 05 e 06. Chico Xavier e Waldo Viera por
Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 113-114)
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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