sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O ÓBULO DA VIÚVA



A concentração de riqueza nas mãos de poucos indivíduos torna-se marcante à medida que refletimos quantas pessoas poderiam alimentar-se apenas com as migalhas que sobram das mesas abastadas.
             
No entanto, quando falamos de caridade não devemos observar apenas aqueles indivíduos que trouxeram para a Terra a dura prova da riqueza. É imperioso que nos debrucemos sobre a questão daqueles que asseguram não poderem fazer todo o bem que desejam por falto de recursos suficientes.
            
Para Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, “o ponto sublimado da caridade estaria em procurar ele (o indivíduo) no seu trabalho, pelo emprego de suas forças, de sua inteligência, de seus talentos, os recursos de que carece para realizar seus generosos propósitos”.
            
É forçoso reconhecer, no entanto, que a maioria ocupa-se em enriquecer de súbito. Muitos, inclusive, tentam utilizar-se dos Espíritos para a consecução de tais objetivos. Certamente não conheceram a finalidade do Espiritismo e a missão dos Espíritos a quem Deus permite se comuniquem com os homens.
             
De outra banda, reflitamos sobre a seguinte passagem: “Estando Jesus sentado defronte do gazofilácio, a observar de que modo o povo lançava ali o dinheiro, viu que muitas pessoas ricas o deitavam em abundância. Nisso, veio também uma pobre viúva que apenas deitou duas pequenas moedas do valor de dez centavos cada uma. Chamando então os seus discípulos, disse-lhes: ‘Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu muito mais do que todos os que antes puseram suas dádivas no gazofilácio, pois que todos os outros deram do que lhes abunda, ao passo que ela deu do que lhe faz falta, deu mesmo tudo o que tinha para seu sustento". (Marcos, 12:41; Lucas, 21:1 a 4)”.
             
Jesus utilizou a passagem do óbolo da viúva para exemplificar-nos que, muitas vezes, estamos aguardando o momento oportuno de fazer o bem em detrimento de todas as oportunidades que recebemos diariamente de ser útil. Será que só podemos ser úteis tendo dinheiro? As lágrimas não precisam de notas para ser secadas.
             
Estar em pleno gozo de nossas faculdades é o suficiente para colocarmos à disposição do próximo aquilo que temos em abundância. Bem como disse o abnegado Allan Kardec: “Não dispõem todos, à falta de dinheiro, do seu trabalho, do seu tempo, do seu repouso, para de tudo isso dar uma parte ao próximo? Também aí está a dádiva do pobre, o óbolo da viúva”.
             
Faze, Senhor, que os homens me aproveitem nas obras do bem eterno!... E, para que me compreendam a capacidade de trabalhar, dize-lhes que, um dia, estivemos juntos, em Jerusalém, no templo de Salomão, entre a riqueza dos poderosos e as jóias faiscantes do santuário, e conta-lhes que me viste e me abençoaste, nos dedos mirrados de pobre viúva, na feição de um vintém”. Espírito Meimei. 

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 13. Itens 05 e 06. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 113-114)

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

terça-feira, 13 de outubro de 2015

NADA TENHO CONTRA O MEU PRÓXIMO*



Em tempos como os que vivemos atualmente, onde os indivíduos tornam-se justiceiros utilizando-se das redes sociais que se disseminam pela internet ou, então, alguns mais audazes, acabam lançando-se ao exercício arbitrário das próprias razões, amarrando outros indivíduos aos postes e agredindo-os, muitas vezes, até a morte, é importante recordarmos algumas palavras de Jesus.
             
Disse o Mestre: “Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: - Deixa-me tirar um argueiro do teu olho –, vós que tendes no vosso uma trave? Hipócritas, tirai primeiro a trave do vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (Mateus, 7:3 a 5)”
             
Como dissemos, logo no início, o ser humano tende a querer elevar-se sobre os demais, por isso, entende-se melhor julgador que a própria justiça e, assim, age com as próprias mãos. Outros sequer agem, apenas acusam sob o anonimato que a internet oferece.
             
Sabiamente, Allan Kardec aponta que uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Não nos perguntamos o que pensaríamos se víssemos alguém fazer o que nós fizemos. Para isso, teríamos que nos transportar para fora de nós mesmos e observarmos.
             
O orgulho se encontra na base e como móvel de quase todas as ações humanas, por isso, variadas vezes, nós falhamos no processo de retirar a trave do nosso olho antes de ver o argueiro no do nosso irmão.
             
Pedro perguntou ao Mestre Jesus: “- Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes? – Respondeu-lhe Jesus: - Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes. (Mateus, 18:15, 21 e 22)”.
             
Muitos esquecem o perdão por orgulho ou para não serem taxados de tolos. Porém, quantas vezes somos – e seremos – perdoados pelas inúmeras faltas que viemos a cometer ao longo dos dias?
             
Já ensinou-nos o “Espírito Simeão” no Evangelho Segundo o Espiritismo que se os atos de alguém nos prejudicaram pessoalmente, mais um motivo temos para sermos indulgentes, porquanto o mérito do perdão é proporcionado à gravidade do mal, que nenhum merecimento teríamos se os agravos dos nosso irmãos não passassem de simples arranhões.
            
 Atire-lhe a pedra aquele que estiver isento de pecado”, disse Jesus. Bem como diz Allan Kardec “essa sentença faz da indulgência um dever para nós outros, porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de indulgência. Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, do que nos julgamos a nós mesmos.
             
Dado o exposto, antes de acusarmos outro indivíduo, por qualquer falta que ele tenha cometido, lembremos da visão de Jesus, ou seja, primeiro olhemos a trave do nosso olho, vasculhemos se estamos isentos de pecados e, enfim, sejamos indulgentes perdoando não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.
           
Cuidai, portanto, de os expungir de todo sentimento de rancor. Deus sabe o que demora no fundo do coração de cada um de seus filhos. Feliz, pois, daquele que pode todas as noites adormecer, dizendo: Nada tenho contra o meu próximo. – Simeão. (Bordeux, 1862)”.

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 10. Itens 10, 13 e 14

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 7 e 8 de fevereiro de 2015 e que também pode ser acompanhado pelo jornalminuano.com.br
 

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A AÇÃO DA PRECE E O FLUIDO UNIVERSAL*



Muitas vezes deixamos de lado uma ferramenta extremamente importante para todos nós. Um instrumento que pode auxiliar-nos nas mais variadas situações, desde que estejamos vinculados ao amor, à paz e à fraternidade. Estamos nos referindo à prece.
            
Geralmente lembramo-nos da prece quando estamos em apuros ou enfrentando uma situação indesejada. É bastante difícil lembrarmo-nos da prece por gratidão.
             
No entanto, o que pouca gente acredita é na ação da prece à distância. Pela transmissão do pensamento. A ciência ortodoxa tem se debruçado sobre essa questão, segundo o médico César Geremia, endocrinologista pediatra e membro da Associação Médico-Espírita do Rio Grande do Sul (AME-RS).
             
Segundo o médico, em entrevista à Folha Espírita, “um número expressivo de instituições governamentais e privadas de prestígio, como o National Institute of Health, tem patrocinado grandes levantamentos epidemiológicos sobre essa questão. E os resultados são inquestionáveis: a religiosidade afeta favoravelmente inúmeros parâmetros de saúde e de qualidade de vida”.
             
Ele prossegue: “Os estudos sobre a ação da prece a distância revelam que há algo, além dos agentes físicos conhecidos, capaz de exercer ação mensurável sobre outro ser humano e sobre diversos sistemas biológicos e físicos (cultura de fungos e bactérias, germinação de sementes, eventos físicos aleatórios, etc.). Essa força não está condicionada ao tempo e ao espaço; é movida pela intenção; chega ao seu destino de forma instantânea e precisa”.
             
Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, já destacava o que somente agora é buscado pela ciência tradicional, senão vejamos: “O Espiritismo torna compreensível a ação da prece, explicando o modo de transmissão do pensamento (...). para apreendermos o que ocorre em tal circunstância precisamos conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o Espaço, todos os seres, encarnados e desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera”.
             
Quanto a isso, não podemos deixar de lado um dos maiores mistérios da astrofísica moderna, a matéria escura. Essa matéria não pode ser vista diretamente com telescópios; tampouco emite ou absorve luz ou radiação eletromagnética em níveis significativos. Mas a misteriosa substância compõe 85% do universo. O estudo mais próximo de explicá-la é o famoso “Bóson de Higgs”. Porém, o que é certo é que estamos imersos, quer na “matéria escura” da astrofísica, quer no “fluido universal” de Kardec.
             

Segundo Kardec, “esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito. Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no Espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som”.   
             
Aí está a ligação entre a ação da prece, a transmissão do pensamento e os benefícios para aqueles que recebem os bons fluidos.
             
É certo que pela prece, obtemos o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentar-nos quando estamos com boas resoluções firmadas, inspirando-nos ideias sãs.

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 275. Itens 09, 10 e 11. Evidências do Poder da Oração Desafiam o Paradigma Médico. Matéria publicada na Folha Espírita em setembro de 2005. Via Láctea 'pode ser buraco de minhoca para viagens no tempo')

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 31 de janeiro e 01 de fevereiro e também pode ser acompanhado pelo jornalminuano.com.br.