Quando
atingimos o final de mais um ano, é bastante comum observarmos as pessoas mais
próximas desejando-nos somente o que há de melhor, em termos de sentimentos ou
materialmente mesmo.
Quão
bom seria se tudo o que nos desejassem se realizasse. No entanto, sabemos que a
Terra não apresenta apenas momentos bons. O planeta não se apresenta para nós
como um piquenique. Os obstáculos surgem em nosso caminho todos os dias. E
nisso temos mais uma prova da grandeza de Deus.
Disse
o Mestre Nazareno: “Bem-aventurados os aflitos, o Reino dos Céus lhes
pertence”. Quando assim mencionou Jesus, ele não se referia de um modo geral
aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer
ocupem tronos, quer jazam sobre a palha ou a miséria.
Com
a prova, é imprescindível que venha a coragem!
Poucos,
na Terra, sofrem bem. Poucos compreendem que somente as provas bem suportadas
podem conduzi-los ao Reino de Deus. Há muito já foi-nos dito que Deus não
coloca o fardo mais pesado sobre os ombros fracos. Ele é proporcional à força,
como a recompensa o será à resignação e à coragem.
Ano
bom, nesse sentido, é aquele em que temos oportunidades de provar a nossa fé. É
aquele em que o sofrimento exige uma conduta de resignação, mas, acima de tudo,
de coragem na busca do engrandecimento moral.
O
“Espírito Lacordaire”, em comunicação proferida em Havre, no ano de 1863, assim
referiu: “o militar que não mandado para as linhas de fogo fica descontente,
porque o repouso no campo nenhuma ascensão de posto lhe faculta. Sede, pois,
como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se
entorpeceria a vossa alma. Alegrai-vos quando Deus vos enviar para a luta.
(...) Quando advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos
a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência e da
cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa
satisfação: ‘Fui o mais forte.”
Que
tenhamos em mente para o próximo ano a lição de Lacordaire e não maldigamos os
sofrimentos que nos advierem, porque certamente virão, ao contrário, sejamos
gratos a Deus por eles, visto ser a oportunidade que temos de provar a nossa fé
e avançarmos na Sua direção.
“Sai,
pois, de ti mesmo para conhecer a glória de amar! Perceberás, então, que a
existência na Terra é apenas um dia na eternidade, aprendendo a iluminá-la de
amor, como quem anda fazendo sol, nos caminhos da vida, e encontrarás, mais
tarde, em cânticos de alegria, todos aqueles que te não amam agora, amando-te
muito mais, por te buscarem a luz no instante do entardecer”. Meimei.
(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
FEB Editora. Capítulo 05. Item 18. Chico
Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora.
p. 90-91)
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
Comente:
josearturmaruri@hotmail.com
*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 27 e 28 de dezembro de 2014 e que também pode ser acompanhado pelo jornalminuano.com.br.