quarta-feira, 23 de setembro de 2015

NO RETOQUE DA PALAVRA*


André Luiz


Seja onde for, não afirme: - Detesto esse lugar!
            
Cada criatura vive na terra dos seus credores.
             
Ouvindo a frase infeliz, não grite: - É um desaforo!
            
 Invigilância alheia pede a nossa vigilância maior.
             
Atravessando a madureza, não se lamente: - Já estou cansado.
             
Sintoma de exaustão, vontade enferma.
             
Sentindo a mocidade, não assevere: - Preciso gozar a vida!
             
Romagem terrestre não é excursão turística.
            
 À frente do amigo endividado, não ameace: - Hoje ou nunca!
             
Agora alguém se compromete, amanhã seremos nós.
             
Ao companheiro menos categorizado, não ordene: - Faça isso!
             
Indelicadeza no trabalho, ditadura ridícula.
             
Perante o doente, não exclame: - Pobre coitado!
             
Compaixão desatenta, crueldade indireta.
            
 Ao vizinho faltoso, nunca diga: - Dispenso-lhe a amizade.
             
Todos somos interdependentes.
             
Sob o clima da provação, não se queixe: - Não suporto mais!
             
O fardo do espírito gravita na órbita das suas forças.
             
No cumprimento do dever, não clame: - Estou sozinho.
             
Ninguém vive desamparado.
             
Colhido pelo desapontamento, não reclame: - Que azar!
             
A Lei Divina não chancela imprevistos.
             
À face do ideal, não se lastime: - Ninguém me ajuda.
             
No Espiritismo temos responsabilidade pessoal com o Cristo”.
              
Pelo Espírito André Luiz. Psicografia de Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 93-95)

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 03 e 04 de janeiro de 2015 e que também pode ser acompanhada pelo jornalminuano.com.br.