quinta-feira, 10 de setembro de 2015

DE CORAÇÃO PURO*





Na última quarta-feira, o programa Conexão Repórter, ancorado pelo jornalista Roberto Cabrini, no canal SBT, buscou entender para onde vão as moedas e notas distribuídas pelos semáforos de São Paulo aos artistas de rua.
            
Restou evidente que no mês de dezembro os artistas de rua chegam a triplicar seus ganhos, dado o sentimento natalino que é disseminado entre as pessoas.
             
Ainda assim, sempre existem alguns irmãos desavisados que lançam anátemas sobre esse sentimento, ressaltando que deveria ser assim durante o ano todo e que isso só se dá pelo peso na consciência que vem à tona nesse período. Ainda que de certa forma resida alguma razão na consideração, é preciso que não sejamos terrenos férteis para esse tipo de semente negativa.
            
Isso porque, como bem diz o Espírito Emmanuel, “raízes de amargura existirão sempre, nos corações humanos, aqui e ali, como sementes de plantas inúteis ou venenosas estarão no seio de qualquer campo”.
            
No entanto, assim como afastamos as ervas daninhas para uma colheita mais nobre e farta, é importante que releguemos ao esquecimento as reminiscências destruidoras para que não brotem no solo da alma.
             
Ao mesmo tempo em que existem indivíduos portadores de amarguras que não se cansam em disseminar por onde passam, também existem pessoas puras de coração, simples e humildes e que excluem toda ideia de egoísmo e de orgulho.
             
Por isso que Jesus, em sua sabedoria ímpar, fez de emblema dessa pureza, as crianças ao dizer: “Digo-vos, em verdade, que aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, nele não entrará. (Marcos, 10:13 a 16)”.                 
             
Se alguém nos causou dano ou se alguém nos feriu, é preciso pensar nos danos e feridas que teremos causado a outrem, muitas vezes sem perceber. Daí que precisamos entender os irmãos que maldizem o período natalino, acolhendo-os, mas sem oferecer guarida às suas ideias.
            
Se quisermos adentrar ao Reino de Deus, é preciso que tenhamos o coração puro, como o de uma criança. Essa lição já foi dada pelo Mestre dos Mestres. E, com a família reunida pela passagem de mais uma data de natal, ao olharmos para as nossas crianças, lembremos da mensagem crística e acolhamos a todos, sem distinção, permitindo, assim, que brote em nossos corações apenas os sentimentos eternos e duradouros como o amor ao próximo, a humildade e a caridade.
            
Seja qual for a dor que hajas sofrido, lembra-te de que tudo amanhã será melhor se não engarrafares fel ou vinagre no coração”. Emmanuel.

(Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB Editora. Capítulo 08. Itens 01 e 04. Chico Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 87-88)

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 20 e 21 de dezembro de 2014 e que também pode ser acompanhada jornalminuano.com.br.