Impressiona
a dificuldade que nós, seres humanos, encontramos para lidar com situações que,
muitas vezes, foram criadas por nós mesmos. Dizemos isso com uma imagem
marcante na retina. Vários indivíduos ajoelhados em torno de uma cruz de metal
orando repetidamente na esperança que caia alguma gota de água dos céus
paulistas. A imagem foi veiculada pelo “Jornal Hoje”, da Rede Globo de
Televisão, na edição de ontem.
Também,
é impressionante que nós apenas notemos a falta dos elementos vitais,
necessários para nossa sobrevivência, quando não os temos mais. É nessa hora
que, infelizmente, muitos desavisados passam a culpar Deus. Será que nunca nos
ocorreu que poderíamos enfrentar uma situação de falta de água?
Joanna
de Ângelis, em psicografia recebida por Divaldo P. Franco, na Mansão do
Caminho, Salvador, agosto de 2011, reflete acerca da Lei de Destruição,
esclarecida pelos Espíritos que auxiliaram Allan Kardec na codificação da
Doutrina Espírita, vejamos: “A lei de
destruição, bem pouco compreendida pelos seres humanos, é o mecanismo de que se
utiliza a Divindade para a grande revolução que sempre ocorre, sendo através
das alterações, às vezes, dolorosas para as criaturas, o meio eficaz para que
se operem as grandes transformações morais e espirituais”.
Não
houvesse a lei de destruição, não haveria renovação, não haveria progresso. Não
houvesse a falta de água, não notaríamos a sua importância. Não buscaríamos
soluções.
A
natureza está submetida, também, à lei do progresso. E ela, muitas vezes,
obriga que a Humanidade avance, testando soluções, abrindo possibilidades, em
laboratórios de universidades e escolas técnicas, enfim, unindo a comunidade
científica para encontrar saídas e avanços para a Humanidade como um todo.
“Um
Espírito Israelita” comunicou em Mulhouse, no ano de 1861, sendo suas palavras
reproduzidas em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Vale a reflexão: “São chegados os tempos em que se hão de
desenvolver as ideias, para que se realizem os progressos que estão nos
desígnios de Deus. Têm elas de seguir a mesma rota que percorreram as ideias de
liberdade, suas precursoras. Não se acredite, porém, que esse desenvolvimento
se efetue sem lutas. Não; aquelas ideias precisam, para atingirem a maturidade,
de abalos e discussões, a fim de que atraiam a atenção das massas. Uma vez isso
conseguido, a beleza e a santidade da moral tocarão os espíritos, que então
abraçarão uma ciência que lhes dá a chave da vida futura e descerra as portas
da felicidade eterna”.
É
chegada a hora de trabalhar pela transformação, pela renovação, pelo avanço, em
todas as frentes, desde a educação até as grandes tecnologias. Ao contrário do
óbvio, bendigamos as dificuldades que nos obrigam a buscar soluções viáveis
para toda Humanidade.
É
tempo de renovar!
“Ama e trabalha. Trabalha e serve. Perante o
bem, quase sempre, temos sido somente constantes na inconstância e fiéis à
infidelidade, esquecidos de que tudo se transforma, com exceção da necessidade
de transformar”. Militão Pacheco. (Referências: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
FEB Editora. Capítulo 1. Item 9. Chico
Xavier e Waldo Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB
Editora. p. 70-71.)
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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josearturmaruri@hotmail.com
*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 08 e 09 de novembro de 2014 e também pode ser acompanhado pelo jornalminuano.com.br.