Atualmente, tem estado em destaque nas
bibliotecas mundiais as bibliografias chamadas de autoajuda. É um tanto quanto
lógico associar tal destaque à busca desenfreada da população em consumir algo
que justifique os projetos de felicidade, muitas vezes, frustrados ao longo da
existência.
As conquistas e os projetos de
felicidade têm início no campo mental, o que, segundo o Espírito Joanna de
Ângelis, “é a razão por que a mente desempenha papel de alta relevância na
construção dos valores humanos e do significado existencial”.
A conquista da felicidade, segundo
ela, depende de como se espera ser feliz, de quais os fatores que a
proporcionam, da mais eficiente maneira de alcançá-la.
São nestes pontos fulcrais que a
literatura chamada de auto-ajuda foca. E tem obtido, obviamente, bastante
sucesso. Isso porque, o ser humano ao aspirar ao que é efêmero perde o sentido
existencial no exato momento que o seu objetivo se transforma.
Joanna de Ângelis diagnostica que a
sociedade atual está experimentando uma “pandemia psicopatológica das vidas
vazias”.
Isso se dá porque normalmente se
acredita que a felicidade impõe como condição primordial o poder que facilita a
aquisição de poder e de compra, bem como de todas as coisas que a complementam.
Nada obstante, o número de vidas perdidas no vazio existencial, porque
assinaladas pelo tédio, pelo desinteresse, é mais expressivo entre os poderosos
que buscam realização através de fugas psicológicas lamentáveis.
Em razão de lhes conseguir tudo
quanto lhes apraz, a pouco e pouco descobrem a perda do sentido existencial,
porque o fixaram como sendo efeito da posse.
Mais uma vez o Espírito de escol,
através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, coloca “a fuga psicológica
como resultado do temor do autoenfrentamento, transforma-se em transtornos de
conduta como irritabilidade, insatisfação, melancolia, solidão, por supor que
todos quantos se lhes acercam estão mais interessados naquilo que têm do que
lhes mesmos, nos seus problemas, preocupações e afetividade, o que, de certo
modo, infelizmente é quase sempre real”.
A proposta do Espiritismo, neste
contexto, é bastante clara. É imprescindível uma introspecção, uma análise
íntima de como se encontra o indivíduo, procurando descobrir a maneira pela
qual possa fruir de realização e de paz, tendo a coragem de realizar uma
revisão de conceitos e entregar-se à nova busca.
O Espiritismo adveio, anunciado por
Jesus, com permissão e auxílio do Espírito da Verdade, para abalar estruturas
edificadas sobre terreno arenoso. Ele adveio para edificarmos, hoje, sobre um
terreno rochoso, firme e, com isso, urge nossa reforma íntima.
Já está passado da hora de
edificarmos as nossas vidas sobre o amor, no sentido mais expressivo da palavra.
No dizer de Joanna, “na entrega afetiva em todas as maneiras de manifestar-se,
facultando o preenchimento interior de alegrias e de esperanças, de belezas, e
realizações relevantes, de emoções plenificadoras”.
A gratidão é fundamental no
comportamento do amor dirigido a Deus, à natureza e a todas as suas criaturas,
animadas e inanimadas, sem e com a bênção do pensamento.
"É necessário sonhar, a fim de que as
inspirações defluentes do amor possam transformar-se em realidade, enriquecendo
a vida de atos dignificantes e saudáveis”.
(Referência: Divaldo Franco –
Espírito Joanna de Ângelis. Psicologia da Gratidão. Editora Leal. Salvador,
2011. p. 156-157)
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
Comente:
josearturmaruri@hotmail.com
*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 31 de maio e 01 de junho de 2014 e que também pode ser acompanhada pelo www.jornalminuano.com.br.