quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A MEDIUNIDADE COM O BEM*





No início da semana o editorial de uma grande rede de televisão abriu espaço para representantes de diversas vertentes praticantes da adivinhação. O objetivo torna-se óbvio, se levarmos em consideração a principal pauta que se tem no Brasil atualmente, o Campeonato Mundial de Futebol que se realiza em solo brasileiro.
             
A pauta citada logo acima remeteu-nos a um grande dificultador, quando se fala ou se escreve sobre espiritismo ou espiritualismo, desde os tempos da codificação da Doutrina Espírita por Allan Kardec.
             
Como dar crédito ao que dizem os Espíritos se eles comunicam-se através charlatães? Esta continua sendo uma das acusações recorrentes aos adeptos do Espiritismo.
            
 Tudo isso se torna ainda pior se avançarmos para a antiguidade quando mulheres eram levadas às fogueiras sob a acusação de serem feiticeiras ou pitonisas. Pitonisa era uma sacerdotisa do templo de Apolo, em Delfos, Antiga Grécia. Ela era amplamente renomada por suas profecias, inspiradas por Apolo.
             
Sem entrar no mérito se as mensagens obtidas pelas pitonisas, através do oráculo de Delfos, eram verdadeiras ou se serviam para outros fins, é incontroverso que a carga negativa gerada por tais adivinhações acabou sendo herdada por todos aqueles que se dizem médiuns nos dias atuais.
             
Contudo, é compromisso nosso avaliar as comunicações obtidas. Segundo Allan Kardec, os Espíritos inferiores gostam de mistificarem, mas não gostam de serem mistificados; se se prestam de boa vontade à brincadeira, às coisas de curiosidade, porque gostam de se divertirem, não gostam mais do que os outros de serem explorados, nem de servirem de comparsas para melhorar a receita, e provam, a cada instante, que têm sua vontade e que agem quando e como bem lhes pareça.
             
Isso é um grande problema para o charlatão. Quando não se consegue um Espírito para o fim que se busca, o que se fazer, então, para ganhar o seu dinheiro? Simular os fenômenos. Se o Espírito não atende, eles o suprem. A imaginação é muito fecunda, quando trata de ganhar dinheiro. Isso pode ocorrer, não apenas com aqueles que deles fazem uma profissão declarada, mas também às pessoas aparentemente simples, que acham esse meio mais fácil e mais cômodo do que trabalhar.


             
Allan Kardec
“A mediunidade é uma faculdade dada para o bem e os bons Espíritos se afastam de quem quer que pretenda fazer deles estribo para alcançar o que quer que seja, que não responda aos objetivos da Providência. O egoísmo é a praga da sociedade; os bons Espíritos o combatem; não se pode supor que venham servi-lo”. (Referência: Allan Kardec . O Livro dos Médiuns. IDE Editora. p. 283-284)  

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 21 e 22 de junho de 2014 e que também pode ser acompanhada pelo endereço: jornalminuano.com.br.