No início da semana o editorial de uma
grande rede de televisão abriu espaço para representantes de diversas vertentes
praticantes da adivinhação. O objetivo torna-se óbvio, se levarmos em
consideração a principal pauta que se tem no Brasil atualmente, o Campeonato
Mundial de Futebol que se realiza em solo brasileiro.
A pauta citada logo acima remeteu-nos
a um grande dificultador, quando se fala ou se escreve sobre espiritismo ou
espiritualismo, desde os tempos da codificação da Doutrina Espírita por Allan
Kardec.
Como dar crédito ao que dizem os
Espíritos se eles comunicam-se através charlatães? Esta continua sendo uma das
acusações recorrentes aos adeptos do Espiritismo.
Tudo isso se torna ainda pior se
avançarmos para a antiguidade quando mulheres eram levadas às fogueiras sob a
acusação de serem feiticeiras ou pitonisas. Pitonisa era uma sacerdotisa do
templo de Apolo, em Delfos, Antiga Grécia. Ela era amplamente renomada por suas
profecias, inspiradas por Apolo.
Sem entrar no mérito se as mensagens
obtidas pelas pitonisas, através do oráculo de Delfos, eram verdadeiras ou se
serviam para outros fins, é incontroverso que a carga negativa gerada por tais
adivinhações acabou sendo herdada por todos aqueles que se dizem médiuns nos
dias atuais.
Contudo, é compromisso nosso avaliar
as comunicações obtidas. Segundo Allan Kardec, os Espíritos inferiores gostam
de mistificarem, mas não gostam de serem mistificados; se se prestam de boa
vontade à brincadeira, às coisas de curiosidade, porque gostam de se
divertirem, não gostam mais do que os outros de serem explorados, nem de
servirem de comparsas para melhorar a receita, e provam, a cada instante, que
têm sua vontade e que agem quando e como bem lhes pareça.
Isso é um grande problema para o
charlatão. Quando não se consegue um Espírito para o fim que se busca, o que se
fazer, então, para ganhar o seu dinheiro? Simular os fenômenos. Se o Espírito
não atende, eles o suprem. A imaginação é muito fecunda, quando trata de ganhar
dinheiro. Isso pode ocorrer, não apenas com aqueles que deles fazem uma
profissão declarada, mas também às pessoas aparentemente simples, que acham
esse meio mais fácil e mais cômodo do que trabalhar.
Allan Kardec |
“A mediunidade é uma faculdade dada
para o bem e os bons Espíritos se afastam de quem quer que pretenda fazer deles
estribo para alcançar o que quer que seja, que não responda aos objetivos da
Providência. O egoísmo é a praga da sociedade; os bons Espíritos o combatem;
não se pode supor que venham servi-lo”. (Referência: Allan Kardec . O Livro dos
Médiuns. IDE Editora. p. 283-284)
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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josearturmaruri@hotmail.com
*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 21 e 22 de junho de 2014 e que também pode ser acompanhada pelo endereço: jornalminuano.com.br.