Na obra O Livro dos Espíritos, Allan Kardec
indaga dos Espíritos Superiores se influem os Espíritos em nossos pensamentos e
atos, obtendo como resposta o seguinte: “muito mais do que imaginais. Influem a
tal ponto, que de ordinário são eles que vos dirigem”.
É por demais interessante esta
questão se levarmos em consideração, por exemplo, a chamada síndrome do pânico.
O Dr. Márcio Bernik, médico
psiquiatra e coordenador do Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas
do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, em entrevista
concedida ao site http://drauziovarella.com.br, discorreu sobre os sintomas do
transtorno do pânico: “Bastam 30 segundos para o paciente, que estava se
sentindo bem, ser tomado inexplicavelmente por sintomas que, de certa forma,
todos conhecemos: boca seca, tremores, taquicardia, falta de ar, mal-estar na
barriga ou no peito, sufocamento, tonturas.
Prossegue o médico: “Muitas vezes,
tudo isso vem acompanhado da sensação de que algo trágico, como morte súbita ou
enlouquecimento, está por acontecer. Nesses casos, é comum a pessoa ter uma
reação comportamental de pânico e sair à procura de socorro”.
Na obra de Camilo Castelo Branco,
escritor português que se suicidou no fim do século 19, revoltado com a
cegueira, passou pelas mesmas sensações de sufocamento e guardava a certeza de
que mãos desconhecidas tentavam asfixiá-lo.
Sabe-se, por meio de sua biografia,
que ele tomou a esposa de um amigo seu, chamada Ana Plácido. Manuel Pinheiro,
seu amigo, jurou vingança. Coincidentemente, as sensações de enforcamento se
deram depois da morte do marido traído.
Tratava-se, ao que tudo indica, de um
caso clássico de subjugação, um tipo severo de obsessão espiritual, “é uma
opressão que paralisa a vontade daquele que a sofre, e o faz agir a seu
malgrado, numa palavra, a pessoa sob um verdadeiro jugo”.
Daí
fica a pergunta: a chamada síndrome do pânico seria um distúrbio neurológico ou
uma ação de Espíritos perversos?
Em tempo, muito bem disse Allan
Kardec quando referiu que não foram nem os médiuns, nem os espíritas que
criaram os Espíritos, mas antes os Espíritos que se fizeram com que houvessem
espíritas e médiuns; os Espíritos não sendo senão as almas dos homens, há,
pois, Espíritos desde que há homens e, por conseguinte, de todo o tempo,
exerceram sua influência salutar ou perniciosa sobre a Humanidade.
Dito isso, é importante referir que é
sempre indicado que a pessoa vítima da síndrome do pânico ou de uma subjugação
espiritual procure um médico especialista, porque ainda que seja uma
influenciação perniciosa de um Espírito obsessor, tal ação pode ter deixado
sequelas neurológicas graves no paciente que precisará de uma ação
medicamentosa tradicional.
No entanto, as casas espíritas sérias
que se espalham em nossa cidade, em paralelo à ação da medicina tradicional,
estão capacitadas para oferecer o tratamento espiritual de desobsessão de forma
adequada, com grandes chances do tratamento restar bem sucedido.
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 24 e 25 de maio de 2014 e que também pode ser acompanhada pelo jornalminuano.com.br.