Em uma época como a que vivemos, onde
vicejam os relacionamentos enlatados através das redes sociais, onde o apelo
das propagandas de cervejas é para que o indivíduo não precise justificar suas
escolhas, é quando se faz mais necessária a proclamação crística pela coragem
da fé.
Allan Kardec aponta para uma situação
clara que se enquadra perfeitamente na era atual, da globalização através das
redes sociais: “A coragem da opinião sempre foi considerada entre os homens,
porque há mérito em afrontar os perigos, as perseguições, as contradições, e
mesmo os simples sarcasmos, aos quais se expõe, quase sempre, aquele que não
teme confessar claramente ideias que não são as de todo o mundo”.
E o indivíduo esforça-se, empenha-se,
luta mesmo, em demonstrar que a sua opinião deve prevalecer, ainda que a
mensagem, ou mesmo o relacionamento, evapore-se, apenas, no campo das ideias.
Os atos são meramente preparatórios, jamais haurimos forças para executá-los.
E a coragem da fé foi explicitada
pelo próprio Jesus quando assinalou com a maestria que lhe é peculiar: “Todo
aquele que me confessar e me reconhecer diante dos homens, eu o reconhecerei e
confessarei também, eu mesmo, diante do meu Pai que está nos céus; e todo
aquele que me renegar diante dos homens, eu o renegarei também, eu mesmo,
diante do meu Pai que está nos céus”. (São Mateus, cap. X, v. 32, 33)
O interessante é que a partir do
momento que o cristão passa a adotar uma postura segundo os ditames do
Evangelho, expondo ideias que não são as de todo mundo, acaba sendo admoestado,
quando não, muitas vezes, deixado de lado, pois não compartilha com os apelos
da atualidade. Daí exsurge a covardia e a opinião é renegada em favor dos
outros, do mundo.
Novamente o Mestre Nazareno indica o
caminho: “Aquele que quer me seguir, carregue sua cruz”. Allan Kardec facilita
no nosso entendimento explicando: “Suporte corajosamente as atribulações que a
sua fé suscitará; porque aquele que quiser salvar a sua vida e seus bens em me
renegando, perderá as vantagens do reino dos céus, ao passo que aqueles que
tiverem perdido tudo neste mundo, para o triunfo da verdade, receberão na vida
futura o prêmio da sua coragem, da sua perseverança e da sua abnegação; mas
àqueles que sacrificam os bens celestes aos gozos terrestres, Deus disse: já
recebestes a vossa recompensa”
Portanto, não resta-nos alternativa
que não seja a de semear na Terra para colher na vida espiritual; lá,
colheremos os frutos de nossa coragem ou de nossas fraquezas.
(Referência: Allan
Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. IDE Editora. p. 218-219)
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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