sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A CORAGEM DA FÉ




Em uma época como a que vivemos, onde vicejam os relacionamentos enlatados através das redes sociais, onde o apelo das propagandas de cervejas é para que o indivíduo não precise justificar suas escolhas, é quando se faz mais necessária a proclamação crística pela coragem da fé.
             
Allan Kardec aponta para uma situação clara que se enquadra perfeitamente na era atual, da globalização através das redes sociais: “A coragem da opinião sempre foi considerada entre os homens, porque há mérito em afrontar os perigos, as perseguições, as contradições, e mesmo os simples sarcasmos, aos quais se expõe, quase sempre, aquele que não teme confessar claramente ideias que não são as de todo o mundo”.
             
E o indivíduo esforça-se, empenha-se, luta mesmo, em demonstrar que a sua opinião deve prevalecer, ainda que a mensagem, ou mesmo o relacionamento, evapore-se, apenas, no campo das ideias. Os atos são meramente preparatórios, jamais haurimos forças para executá-los.
            
E a coragem da fé foi explicitada pelo próprio Jesus quando assinalou com a maestria que lhe é peculiar: “Todo aquele que me confessar e me reconhecer diante dos homens, eu o reconhecerei e confessarei também, eu mesmo, diante do meu Pai que está nos céus; e todo aquele que me renegar diante dos homens, eu o renegarei também, eu mesmo, diante do meu Pai que está nos céus”. (São Mateus, cap. X, v. 32, 33)
             
O interessante é que a partir do momento que o cristão passa a adotar uma postura segundo os ditames do Evangelho, expondo ideias que não são as de todo mundo, acaba sendo admoestado, quando não, muitas vezes, deixado de lado, pois não compartilha com os apelos da atualidade. Daí exsurge a covardia e a opinião é renegada em favor dos outros, do mundo.
             
Novamente o Mestre Nazareno indica o caminho: “Aquele que quer me seguir, carregue sua cruz”. Allan Kardec facilita no nosso entendimento explicando: “Suporte corajosamente as atribulações que a sua fé suscitará; porque aquele que quiser salvar a sua vida e seus bens em me renegando, perderá as vantagens do reino dos céus, ao passo que aqueles que tiverem perdido tudo neste mundo, para o triunfo da verdade, receberão na vida futura o prêmio da sua coragem, da sua perseverança e da sua abnegação; mas àqueles que sacrificam os bens celestes aos gozos terrestres, Deus disse: já recebestes a vossa recompensa”
             
Portanto, não resta-nos alternativa que não seja a de semear na Terra para colher na vida espiritual; lá, colheremos os frutos de nossa coragem ou de nossas fraquezas. 

(Referência: Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. IDE Editora. p. 218-219)


José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com