Em momentos de celebração como a páscoa, é
importante rememorarmos suas origens para entendermos o verdadeiro significado.
Em outra oportunidade, aqui mesmo
neste espaço, colocamos que a bíblia judaica instituiu a celebração do “Pessach” em Êxodo (cap.
12, v. 14), onde a celebração tornou-se uma instituição perpétua. (acesse http://bagespirita.blogspot.com
para buscar o texto na íntegra).
O cristianismo, por sua vez, associou
a data de sua celebração, após a chamada quarentena, à “Paixão de Cristo”,
rememorando ano a ano todo o suplício do Mestre Nazareno até sua morte e
posterior ressurreição.
No entanto, o apelo comercial vige em
períodos como este e os próprios sedizentes cristãos deixam de lado a mensagem
de renovação das atitudes que vem atrelada à ressurreição e entregam-se aos
ovos deixados pelos coelhinhos da páscoa.
Não que não se deva partilhar dos
costumes que fazem parte das celebrações, mas é imperativo que rememoremos
também, neste período genuíno, as mensagens de Jesus, visto que elas
transcendem até mesmo as orientações filosóficas e religiosas.
Entre as muitas mensagens de Jesus,
uma é fundamental e tem aplicabilidade em qualquer época porque passe nossa
humanidade e foi dita no “Sermão da Montanha”, após o canto sublime das
bem-aventuranças:
“Amai
os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que vos torneis filhos
do vosso Pai que está nos céus, porque Ele faz nascer o Seu Sol sobre maus e
bons e faz chover sobre justos e injustos”. (Mt 5:44-45)
A recomendação é surpreendente porque
o tradicional ensina o revide ao mal com equivalente mal. Uma conduta enferma que
permanece em muitas legislações ensandecidas, impondo punições assinaladas pela
crueldade em relação àqueles que são surpreendidos em erro, distando da justiça
e da reeducação do criminoso, o que são fundamentais.
Esta enfermidade vige, inclusive, nos
relacionamentos familiares e sociais, profissionais e artísticos, a conduta
retributiva é firmada na injusta conduta ancestral permanecendo no inconsciente
coletivo e individual.
Segundo o Espírito Joanna de Ângelis,
na obra psicografada pelo médium Divaldo Franco intitulada Psicologia da
Gratidão, ela afirma que “a proposta de
Jesus, no que concerne ao amor em retribuição ao mal, é também a maneira
psicológica saudável da gratidão, pelo ensejar a vivência da abnegação e da
caridade. Não implica silenciar o deslize que praticado, porém reconhecer que
este proporciona o surgir e expandir-se os sentimentos superiores da compaixão
e da misericórdia que devem viger nos indivíduos e nos grupos sociais”.
Segundo ela, ainda, “a gratidão é a mais sutil psicoterapia para
os males que se instalam na sociedade constituída em grande parte por Espíritos
enfermos”.
Enfim, a proposta é que permaneçamos
com as mensagens messiânicas de Jesus, como esta, onde ele indica, como um
psicólogo incomparável, que amemos os nossos inimigos e, dessa forma, sejamos
gratos a eles por nos permitirem vivência da caridade.
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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josearturmaruri@hotmail.com
*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 19 e 20 de abril de 2014 e que também pode ser acompanhada em seu site www.jornalminuano.com.br.