segunda-feira, 5 de maio de 2014

BENEFÍCIO OCULTO

Bagé destaca-se perante o cenário nacional por ser uma cidade em que as associações de auxílio mútuo são bastante operantes. Basta que se observem os relevantes serviços prestados por clubes de serviços como os Rotarys e os Lions.
            
Também, assim como os citados acima, muitas pessoas dedicam-se ao bem ou em entidades reconhecidas ou anonimamente, levando ao pé da letra aquela lição de Jesus: “Não saiba vossa mãe esquerda o que oferece a direita”.
            
É nesse sentido que convidamos o leitor desta edição especial pelo final de semana prolongado a refletir em uma das lições oferecidas pelo Espírito Emmanuel em psicografia de Francisco Cândido Xavier reproduzida na obra O Espírito da Verdade, a qual segue na íntegra logo abaixo:
            
“Não saiba vossa mão esquerda o que oferece a direita” é a lição de Jesus que constantemente nos sugere a sementeira do bem oculto.
            
Entretanto, é preciso lembrar que, se ‘nem só de pão vive o homem’, não se alimenta a virtude tão-somente de recursos materiais.
            
Acima do benefício que se esconde para ser mais seguro no campo físico, de modo a que se não firam corpos doentes e bocas famintas pelos acúleos da ostentação, prevalece o amparo mudo às necessidades do sentimento, na esfera do Espírito, a fim de que os tóxicos da maldade e os desastres do escândalo não arrasem experiências preciosas com o fogo da imprevidência.
            
Se percebeste no companheiro as escamas do orgulho ou da rebeldia, envolve-o no clima da humildade, socorrendo-lhe a sede imanifesta de auxílio, e se presenciaste a queda de alguém, no caminho em que jornadeias, alonga-lhe os braços de irmão, para que se levante, sem exagerar-lhe os desajustes com a referência insensata.
            
Se um amigo aparece errado aos teus olhos, cala o verbo contundente da crítica, ajudando-o com a bênção da prece, e se o próximo surge desorientado e infeliz, em teus passos, oferta-lhe o favor do silêncio, para que se reequilibre e restaure.
            
Não vale encarecer cicatrizes e imperfeições, a pretexto de apagá-las no corpo da horas, porquanto leve chaga, tratada com desamor, é sempre ferida a cronicificar-se no tempo.
            
Distribui, desse modo, a beneficência do agasalho e do pão, evitando humilhar quem te recolhe os gestos de providência e carinho; contudo, não olvides estender a caridade do pensamento e da língua, para que o bálsamo do perdão anule o veneno do ódio, e para que a força do esquecimento extinga as sombras de todo mal”.
           

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com