Há algum tempo atrás expusemos neste espaço a
existência de vários sistemas variáveis em função de crenças religiosas e
filosóficas que resumiam cinco alternativas para a humanidade. Enumeramos,
segundo Allan Kardec, em Obras Póstumas (IDE Editora, p. 137), o dogmatismo,
abordado na ocasião; o panteísmo; o deísmo; o materialismo e o espiritismo.
Na coluna de hoje nos deteremos à
proposta do panteísmo. Sistema pouco
difundido nos dias atuais, mas com larga escala de adeptos no final do século
19.
O panteísmo foi popularizado tanto
como uma teologia quanto uma filosofia baseado na obra de Bento de Espinosa,
que escreveu o tratado de Ética, em resposta à teoria famosa de Descartes sobre
a dualidade do corpo e do espírito, ainda no século 17.
Também conhecido como Baruch Spinoza |
Para o panteísmo “o princípio
inteligente ou alma, independente da matéria, no nascimento é haurido do todo
universal; se individualiza em cada ser durante a vida, e, na morte, retorna à
massa comum, como as gotas de chuva no Oceano” (KARDEC, Allan. Obras Póstumas,
IDE Editora, p. 139).
O panteísmo é a crença de que tudo e
todos compõem um deus abrangente e imanente, ou que o Universo e Deus são
idênticos. Essa doutrina tende a divinizar os elementos da natureza,
referindo-se à própria natureza por deus.
O adepto do panteísmo é aquele que
acredita e tem a percepção da natureza e do Universo como divindade.
A consequência dessa doutrina é que
sem individualidade, e sem consciência de si mesmo, o ser é como se não
existisse; as conseqüências morais do panteísmo acabam sendo as mesmas que as
da doutrina materialista, porque os laços morais são quebrados sem retorno na
morte e, sendo as misérias da vida sem compensação, o suicídio torna-se o fim
racional e lógico da existência do panteísta.
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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josearturmaruri@hotmail.com
*Coluna publicada no Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 06 e 07 de julho de 2013 e que também pode ser acompanhada pelo MinuanoOnline.