terça-feira, 2 de julho de 2013

EM PLENA ERA NOVA*


Nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus; apenas entrará aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, nesse dia, me dirão: Senhor! Senhor! não profetizamos em teu nome? Não expulsamos em teu nome o demônio? Não fizemos muitos milagres em teu nome? – Eu então lhes direi em altas vozes: Afastai-vos de mim, vós que fazeis obras de iniquidade. (São Mateus, 7:21 a 23)
            
Em momentos de transição planetária como o que vivemos atualmente, muitas pessoas saem às ruas expondo novos ideais, novas concepções sociais, políticas ou religiosas, no entanto, o fazem com vistas ao benefício próprio, com egoísmo, deixam de servir a Deus e tornam-se senhores da iniquidade.
            
Segundo o dicionário de português, iniquidade significa todo ato ou comportamento contrário à moral, à religião, à justiça, à igualdade, etc. Por isso que Jesus mencionou que nem todos que dizem “Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus”.
            
Allan Kardec, na obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, indaga: “Serão cristãos os que o honram (o Senhor) com exteriores atos de devoção e, ao mesmo tempo, sacrificam ao orgulho, ao egoísmo, à cupidez e a todas as suas paixões? Serão seus discípulos os que passam os dias em oração e não se mostram nem melhores, nem mais caridosos, nem mais indulgentes para com os seus semelhantes? Não, porquanto, do mesmo modo que os fariseus, eles têm a prece nos lábios e não no coração”.
            
Em plena era nova, há criaturas que deixaram, na Terra, como único rastro, da vida robusta que usufruíram na carne, o mausoléu esquecido num canto ermo de cemitério. Sem lembranças úteis ou reminiscências em bases de fraternidade. Nenhum exemplo edificante ou alguma ideia que vencesse a barreira da mediocridade.
            
Restou na terra, à força, apenas o cadáver que nas palavras de Eurípedes Barsanulfo não é nada mais que um “retalho de matéria gasta que lhes vestira o espírito e que passa a ajudar, sem querer, no adubo às ervas bravas”.
            
Trata-se de criaturas iníquas que usaram os empréstimos do Pai exclusivamente para si mesmos, deixando de estendê-los aos companheiros de evolução.
            
Não podemos olvidar que muitos de nós já vivemos assim, entretanto, agora, os tempos são outros e as responsabilidades se mostram mais amplas. As palavras de Jesus são eternas porque constituem a verdade, o penhor da paz, da tranqüilidade e da estabilidade na vida terrestre, mas não apenas isso, constitui a preservação da vida celeste.
            
Dessa forma, como assevera Allan Kardec, as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas, que se apoiarem nessas palavras, serão estáveis como a casa construída sobre a rocha, porém, as que transitarem sobre a iniquidade, serão como a casa edificada sobre a areia: o vento das renovações e o rio do progresso as arrastarão.
            
Em cada dia renasce a luz de uma nova vida e com a morte somente morrem as ilusões. O Espírito deve ser conhecido por suas obras. É necessário viver e servir. É necessário viver, meus irmãos, e ser mais do que pó!” (Eurípedes Barsanulfo extraído da obra O Espírito da Verdade. FEB Editora).

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano que circulou entre os dias  29 e 30 de junho de 2013 .