“Nem
todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus; apenas
entrará aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, nesse
dia, me dirão: Senhor! Senhor! não profetizamos em teu nome? Não expulsamos em teu
nome o demônio? Não fizemos muitos milagres em teu nome? – Eu então lhes direi
em altas vozes: Afastai-vos de mim, vós que fazeis obras de iniquidade. (São
Mateus, 7:21 a 23)”
Em momentos de transição planetária
como o que vivemos atualmente, muitas pessoas saem às ruas expondo novos
ideais, novas concepções sociais, políticas ou religiosas, no entanto, o fazem
com vistas ao benefício próprio, com egoísmo, deixam de servir a Deus e tornam-se
senhores da iniquidade.
Segundo o dicionário de português,
iniquidade significa todo ato ou comportamento contrário à moral, à religião, à
justiça, à igualdade, etc. Por isso que Jesus mencionou que nem todos que dizem
“Senhor! Senhor! entrarão no reino dos
céus”.
Allan Kardec, na obra O Evangelho
Segundo o Espiritismo, indaga: “Serão
cristãos os que o honram (o Senhor) com exteriores atos de devoção e, ao mesmo
tempo, sacrificam ao orgulho, ao egoísmo, à cupidez e a todas as suas paixões?
Serão seus discípulos os que passam os dias em oração e não se mostram nem
melhores, nem mais caridosos, nem mais indulgentes para com os seus
semelhantes? Não, porquanto, do mesmo modo que os fariseus, eles têm a prece
nos lábios e não no coração”.
Em plena era nova, há criaturas que
deixaram, na Terra, como único rastro, da vida robusta que usufruíram na carne,
o mausoléu esquecido num canto ermo de cemitério. Sem lembranças úteis ou
reminiscências em bases de fraternidade. Nenhum exemplo edificante ou alguma
ideia que vencesse a barreira da mediocridade.
Restou na terra, à força, apenas o
cadáver que nas palavras de Eurípedes Barsanulfo não é nada mais que um “retalho de matéria gasta que lhes vestira o
espírito e que passa a ajudar, sem querer, no adubo às ervas bravas”.
Trata-se de criaturas iníquas que
usaram os empréstimos do Pai exclusivamente para si mesmos, deixando de
estendê-los aos companheiros de evolução.
Não podemos olvidar que muitos de nós
já vivemos assim, entretanto, agora, os tempos são outros e as
responsabilidades se mostram mais amplas. As palavras de Jesus são eternas
porque constituem a verdade, o penhor da paz, da tranqüilidade e da
estabilidade na vida terrestre, mas não apenas isso, constitui a preservação da
vida celeste.
Dessa forma, como assevera Allan
Kardec, as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas, que se
apoiarem nessas palavras, serão estáveis como a casa construída sobre a rocha,
porém, as que transitarem sobre a iniquidade, serão como a casa edificada sobre
a areia: o vento das renovações e o rio do progresso as arrastarão.
“Em
cada dia renasce a luz de uma nova vida e com a morte somente morrem as
ilusões. O Espírito deve ser conhecido por suas obras. É necessário viver e
servir. É necessário viver, meus irmãos, e ser mais do que pó!” (Eurípedes
Barsanulfo extraído da obra O Espírito da Verdade. FEB Editora).
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano que circulou entre os dias 29 e 30 de junho de 2013 .