segunda-feira, 13 de maio de 2013

A SEGURANÇA DA FÉ INABALÁVEL*


Somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado o que é verdadeiro na obscuridade, também o é à luz meridiana”. (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIX, item 06)
            
Como é belo observar uma criatura que transita pelas maiores aflições que a vida pode oferecer de forma serena e tranquila, transparecendo uma certeza que algo melhor está no porvir!
            
Podemos dizer que a pessoa que consegue enfrentar dificuldades extremas com tamanha calma, com a paciência de quem sabe esperar, detém uma fé sincera e verdadeira.
            
No entanto, esta fé é uma conquista do Espírito que a apoiou na inteligência e na compreensão das coisas, na certeza que pode atingir os objetivos visados, porque, a fé vacilante sente a própria fraqueza e supre com a violência a força que ainda lhe falta.
            
Allan Kardec relata[1] que “entende-se como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. Ela dá uma espécie de lucidez que permite se veja, em pensamento, a meta que ser quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele a possui caminha, por assim dizer, com absoluta segurança”.
            
Claro, não podemos confundir a fé com a presunção, porque a primeira denota a humildade de antes confiar em Deus do que em si próprio e, em contrapartida, a última é menos fé do que orgulho.
            
Noutra acepção, do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais, que constituem as diferentes religiões com os seus artigos de fé, onde nada se examina e tudo se aceita sem verificação, o que se choca frontalmente com a evidência e a razão.
            
As religiões que pretendem ter a posse exclusiva da verdade confessam-se impotentes para demonstrar que estão com a razão, produzindo um maior número de incrédulos e céticos exatamente porque exigem que o homem abdique do raciocínio e do livre-arbítrio, prerrogativas preciosas da criatura.
            
A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê, porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis por que não se dobra. Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade”. (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIX, item 07)
             
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, edição de final de semana, que circulou entre os dias 11 e 12 de maio de 2013 e que também pode ser acompanhada pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=87324&data=11/05/2013&ok=1.


[1] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIX, item 03. Tradução de Guillon Ribeiro, Edição Histórica. FEB Editora: 2013. p. 254.