segunda-feira, 6 de maio de 2013

A MAIORIDADE PENAL E A EDUCAÇÃO MORAL*


Tenho uma posição consolidada há muitos anos: sou contra a redução da maioridade penal”. (José Eduardo Cardoso, Ministro da Justiça, em entrevista concedida à jornalista Sonia Racy, jornal O Estado de São Paulo)

Em entrevista, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, posicionou-se de forma bastante contundente sobre um tema que tem dividido a opinião pública nos últimos tempos: a redução da maioridade penal.
            
Para o Ministro, “diante da situação carcerária que temos no Brasil, a redução da maioridade penal só vai agravar o problema”, uma vez que “nossos presídios são verdadeiras escolas de criminalidade”.
            
Enquanto alguns defendem um Estado punitivo sobre aqueles que trilham o caminho do crime antes mesmo de completar dezoito anos, outros, como o próprio Ministro da Justiça, não entendem dessa forma.
            
A proposta do Espiritismo para este dilema é bastante clara, ainda que só possa se concretizar a um médio ou longo prazo. Ela traz na sua base a valorização do núcleo familiar através da educação moral, desde a infância até a juventude.
            
Allan Kardec, na obra Viagem Espírita em 1862, Impressões Gerais, destacou que “(...) é notável verificar que as crianças educadas nos princípios espíritas adquirem uma capacidade de raciocinar precoce, que as torna, infinitamente, mais fáceis de serem conduzidas. Nós as vimos em grande número, de todas as idades e dos dois sexos, nas diversas famílias onde fomos recebidos. Isso não as priva da natural alegria, nem da jovialidade. Todavia, não existe nelas essa turbulência, essa teimosia, esses caprichos que tornam tantas outras insuportáveis. (...)”.
            
O ensino espírita, segundo Allan Kardec, educador por excelência, pode ser um instrumento bastante eficaz na educação moral dessas crianças e jovens à medida que auxilia o trabalho educativo dos pais juntos aos filhos, os afastando das más escolhas e entre as piores delas situa-se a delinquência juvenil.
            
A discussão da sociedade civil organizada acerca da redução da maioridade penal é válida enquanto podem ser lançadas soluções para os problemas que já estamos enfrentando no presente, porém, não se pode deixar de lado que jamais encontraremos uma saída se não tivermos o olhar lançado para o futuro.
            
Assim, conforme as palavras iluminadas de Francisco Cândido Xavier, “...a criança é o futuro, com a preocupação de que os princípio do bem ou do mal que inocularmos na formação do mundo infantil são vantagens ou desvantagens para nós mesmos, uma vez que o porvir nos espera, de modo geral, em novas existências” (Encontros no Tempo, item 47).
             

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, edição de final de semana, que circulou entre os dias 04 e 05 de maio de 2013 e que também pode ser acompanhado pelo link  http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=87127&data=04/05/2013&ok=1.