segunda-feira, 18 de março de 2013

NO LIMIAR DA VIDA ETERNA*



153. Em que sentido se deve entender a vida eterna? – É a vida do Espírito que é eterna; a do corpo é transitória, passageira. Quando o corpo morre, a alma retorna à vida eterna. (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Cap. 3. Item 153)”.
            
Diariamente, milhares de pessoas deixam a Terra em direção ao mundo espiritual. Basta que o leitor folheie algumas páginas desse mesmo jornal para se deparar com o obituário e ter a certeza do que se está colocando. Inúmeros lares são visitados todos os dias por este que parece ser o maior infortúnio que se pode vivenciar durante a existência terrena: a morte.
            
Na realidade, até parece uma contradição falar sobre vida eterna, imortalidade da alma, quando se está ante a morte do corpo físico, diante da perda do ente querido e amado.
            
No entanto, um dos princípios fundamentais do Espiritismo se assenta, justamente, sobre a imortalidade da alma. Segundo ele, a alma nada mais é que um Espírito encarnado[1], ou seja, antes mesmo da alma se unir ao corpo ela já era um Espírito, o que torna a ser no instante da morte do corpo físico.
            
Nas palavras da plêiade de Espíritos iluminados que auxiliaram Allan Kardec no que chamamos de Codificação da Doutrina Espírita[2], “as almas não são senão os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, os quais temporariamente revestem um invólucro carnal para se purificarem e esclarecerem”.
            
Nesse sentido que, segundo o Espiritismo, entende-se que a vida do Espírito é eterna. O corpo, invólucro carnal, vestimenta rudimentar que se utiliza no estágio sobre a Terra em busca de purificação e esclarecimento, deve morrer. Em contrapartida, o Espírito irá trilhar outros caminhos, até estar pronto para retomar novamente um corpo físico e reiniciar a sua caminhada terrena.
            
E na hora do perecimento do corpo, momento de lições infinitas, já dizia o Espírito Sansão, reproduzido no cap. 5, item 21 de O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Regozijai-vos em vez de chorar, quando apraz a Deus retirar um de seus filhos deste vale de misérias. Não é egoísmo desejar que ele fique para sofrer convosco?”.
            
Quando compreendermos verdadeiramente os mecanismos da vida espiritual, pediremos a Deus para abençoar estes Espíritos imortais que deixam sua vestimenta terrena em busca de vôos mais altos. Sentiremos a consolação poderosa que secará todas as nossas lágrimas e conheceremos o futuro prometido pelo nosso Senhor.
            
Vale destacar as palavras do Espírito Lins de Vasconcellos, em psicografia do médium Francisco Cândido Xavier, na obra O Espírito de Verdade: “Usufruímos na Espiritualidade o continente sem limite de onde viemos; no Universo Físico, o mar sem praias em que navegamos de quando em quando, e, na Vida Eterna, o abismo sem fundo em que desfrutamos as magnificências divinas”.

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Acesse: facebook.com/bagespirita
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição de final de semana, nos dias 16 e 17 de março de 2013. Pode ser lido também pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=85511&data=16/03/2013&ok=1.



[1] KARDEC, Allan, O Livros dos Espíritos, Federação Espírita Brasileira, questão 134, p. 90.
[2] Idem ao anterior.