“153. Em que
sentido se deve entender a vida eterna? – É a vida do Espírito que é eterna; a
do corpo é transitória, passageira. Quando o corpo morre, a alma retorna à vida
eterna. (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Cap. 3. Item 153)”.
Diariamente, milhares de pessoas
deixam a Terra em direção ao mundo espiritual. Basta que o leitor folheie algumas
páginas desse mesmo jornal para se deparar com o obituário e ter a certeza do
que se está colocando. Inúmeros lares são visitados todos os dias por este que
parece ser o maior infortúnio que se pode vivenciar durante a existência
terrena: a morte.
Na realidade, até parece uma
contradição falar sobre vida eterna, imortalidade da alma, quando se está ante a
morte do corpo físico, diante da perda do ente querido e amado.
No entanto, um dos princípios
fundamentais do Espiritismo se assenta, justamente, sobre a imortalidade da
alma. Segundo ele, a alma nada mais é que um Espírito encarnado[1],
ou seja, antes mesmo da alma se unir ao corpo ela já era um Espírito, o que
torna a ser no instante da morte do corpo físico.
Nas palavras da plêiade de Espíritos
iluminados que auxiliaram Allan Kardec no que chamamos de Codificação da
Doutrina Espírita[2],
“as almas não são senão os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um
dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, os quais temporariamente
revestem um invólucro carnal para se purificarem e esclarecerem”.
Nesse sentido que, segundo o
Espiritismo, entende-se que a vida do Espírito é eterna. O corpo, invólucro
carnal, vestimenta rudimentar que se utiliza no estágio sobre a Terra em busca
de purificação e esclarecimento, deve morrer. Em contrapartida, o Espírito irá
trilhar outros caminhos, até estar pronto para retomar novamente um corpo
físico e reiniciar a sua caminhada terrena.
E na hora do perecimento do corpo, momento
de lições infinitas, já dizia o Espírito Sansão, reproduzido no cap. 5, item 21
de O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Regozijai-vos em vez de chorar, quando
apraz a Deus retirar um de seus filhos deste vale de misérias. Não é egoísmo
desejar que ele fique para sofrer convosco?”.
Quando compreendermos verdadeiramente
os mecanismos da vida espiritual, pediremos a Deus para abençoar estes
Espíritos imortais que deixam sua vestimenta terrena em busca de vôos mais
altos. Sentiremos a consolação poderosa que secará todas as nossas lágrimas e
conheceremos o futuro prometido pelo nosso Senhor.
Vale destacar as palavras do Espírito
Lins de Vasconcellos, em psicografia do médium Francisco Cândido Xavier, na
obra O Espírito de Verdade: “Usufruímos na Espiritualidade o continente sem
limite de onde viemos; no Universo Físico, o mar sem praias em que navegamos de
quando em quando, e, na Vida Eterna, o abismo sem fundo em que desfrutamos as
magnificências divinas”.
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição de final de semana, nos dias 16 e 17 de março de 2013. Pode ser lido também pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=85511&data=16/03/2013&ok=1.