segunda-feira, 25 de março de 2013

ENTRE O HEDIONDO E O SUBLIME*



843. O homem tem livre arbítrio nos seus atos? – Pois se tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem o livre arbítrio o homem seria uma máquina. (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro 3. Cap. 10. Item 5)”.
            
O Espírito tem em suas mãos uma das ferramentas mais brilhantes que Deus poderia lhe facultar: a liberdade de agir.

Através dos pensamentos e ações, vivências e convivências acumuladas ao longo de sucessivos acontecimentos, o Espírito pode adquirir conhecimentos novos e, dessa forma, abrir milhares de portas para a sua evolução.
            
É importante ressaltar que quando nos referimos ao Espírito, estamos tratando de designar os seres extracorpóreos que povoam o universo, a própria inteligência da criação.
            
Como muito bem disseram os Espíritos que auxiliaram Allan Kardec a formar as bases do Espiritismo, “sem o livre o arbítrio o homem seria uma máquina”.
            
Vivemos, atualmente, numa era em que a liberdade de agir e a liberdade de pensar são amplamente defendidas por diversos setores da sociedade civil organizada, oportunizando aos integrantes dessa mesma sociedade a liberdade de escolha.

Entretanto, diante de um desafio, a conquista desse livre arbítrio coloca o Espírito entre o “hediondo” e o “sublime”, trazendo como consequências as responsabilidades pela escolha que daí advier.

A exemplo disso, nos últimos dias foi veiculado pela imprensa nacional (http://oglobo.globo.com/pais/cfm-se-posiciona-favor-do-direito-da-mulher-de-fazer-aborto-ate-12-semana-de-gestacao-7902917) que o Conselho Federal de Medicina se posicionou a favor do direito da mulher de fazer o aborto até a 12ª semana de gestação. O órgão irá enviar à Comissão do Senado responsável pela reformulação do Código Penal sugestão de regulamentação do aborto nesse caso específico e em outros três.

Em pouco tempo, caso seja aprovada essa possibilidade, o desafio, a escolha, estará nas mãos dos Espíritos envolvidos, ou seja, a gestante e os médicos irão deliberar se aquele Espírito merece ou não reencarnar. Eles terão nas mãos o seu livre arbítrio, visto que a legislação irá permitir que assim seja. Suas condutas não estarão restringidas pela lei, elas serão balizadas apenas pelas próprias consciências.

Dessa forma, observa-se que na medida em que as legislações vão afrouxando suas rédeas, o livre arbítrio vai ampliando-se no mesmo sentido das responsabilidades pela conduta adotada, seja ela boa ou má.

Enfim, vale a citação do item 8º do Código Penal da Vida Futura, extraído da obra O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo, de autoria de Allan Kardec, para que possamos refletir:

Sendo infinita a justiça de Deus, o bem e o mal são rigorosamente considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha conseqüências fatais, como não há uma ação meritória, um só bom movimento da alma que se perca, mesmo para os mais perversos, por isso que constituem tais ações um começo de progresso”.

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Acesse: facebook.com/bagespirita
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS,  edição de final de semana,  nos dias 23 e 24 de março de 2013. Pode ser lido também pelo link  http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=85780&data=23/03/2013&ok=1.