“Entendo
que, antes de encarnar-se, o Espírito tem conhecimento de todas as fases de sua
existência; quando estas fases têm um caráter fundamental, conserva ele uma
espécie de impressão em seu foro íntimo e tal impressão, despertando quando o
momento se aproxima, torna-se pressentimento”. (Espírito São Luís, Revista
Espírita, março de 1858)”
O mundo apresenta inúmeros exemplos
de pessoas que estão à beira de um acontecimento trágico quando,
inexplicavelmente, acabam optando por outra saída e saem ilesos.
Geralmente é alguém que deixa de
entrar em um avião que mais tarde vem a sofrer um acidente fatal ou, também,
pode ser uma pessoa que não iria sair de casa naquele dia e, inesperadamente,
obriga-se a assim fazer e acaba sendo atingida por algum objeto, vindo a desencarnar
naquela hora mesmo.
Na quase totalidade dos casos, o fato
marcante vem acompanhado do que chamamos de pressentimento. Não é raro
pressentir que algo de ruim pode acontecer conosco ou com alguém que nos é caro,
antes mesmo que isso ocorra. E aqui não nos referimos à futurologia ou
adivinhação, trata-se daquele pressentimento comum que nos advém sem sabermos exatamente
de onde.
O Espírito São Luís esclarece-nos na
abertura desta coluna, em trecho extraído da Revista Espírita (março do ano de
1858), que antes mesmo de encarnarmos tomamos conhecimento de várias fases da
nossa futura existência, sempre em compatibilidade com o nosso grau de
adiantamento moral. De tal modo, quando alguma fase apresenta um fato excepcional,
isso com certeza acaba nos marcando e no momento que estivermos nos aproximando
da hora exata, já encarnados, surge o pressentimento.
Dessa forma, aquele fato excepcional,
muitas vezes trágico, que parecia uma fatalidade colocada na nossa frente pelo
destino, não passa de provas e expiações que nos obrigamos antes mesmo de
retornarmos ao Planeta Terra podendo, até mesmo, pressenti-las.
É necessário que se faça um adendo
para entender que expiação são todas as provas a que o Espírito encarnado é
submetido e, quando na vida espiritual, são os sofrimentos morais decorrentes
de seu estado de inferioridade. Por outro lado, as provas, muitas vezes, podem
até mesmo serem solicitadas pelos Espíritos que buscam a reparação de suas
faltas cometidas no passado.
Enfim, é o instinto do nosso próprio
destino que acaba nos conduzindo às provas e às expiações que, por ainda
estarmos imersos na ignorância, julgamos como fatalidade.
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
Comente:
josearturmaruri@hotmail.com
*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição de final de semana, 26 e 27 de janeiro de 2013 e que também pode ser lido pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=83834&data=&volta=.