“Fazei aos homens
tudo o que quereis que eles vos façam; porque é a lei e os profetas. (São
Mateus, cap. 07, v. 12)”
O período natalino causa diversos sensações
e sentimentos nas pessoas. Algumas agem em conformidade com o consumismo exacerbado,
outras se tornam mais solidárias. E sempre tem aqueles indiferentes a tudo. Mas
certo é que o natal apenas potencializa aquilo que a pessoa já possui, em maior
ou menor escala.
A aceleração do tempo, causada pelo
advento das diversas tecnologias que tomam conta de todas as frentes de
trabalho, acaba por tornar as pessoas descuidadas umas com as outras. O ser
humano esquece o ano inteiro de auxiliar quem precisa e, no final do ano, ao
rememorar aquilo que fez e deixou de fazer em meio à “correria” a que está
submetido, lembra de ser solidário, de ser caridoso, lembra que possui
sentimentos. Há, por outro lado, os que preferem apenas as sensações causadas pela
aquisição dos bens materiais.
Segundo o Espírito Lázaro, em
comunicação publicada pelo Evangelho Segundo o Espiritismo (IDE Editora, pag.
111) “no seu início o homem não tem senão instintos; mais avançado e corrompido
só tem sensações; mais instruído e purificado tem sentimentos; e o ponto
delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas
este sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as aspirações
e todas as revelações sobre-humanas”.
Mas fiquemos tranquilos, o amor é uma
essência divina colocada pelo próprio Criador no fundo dos nossos corações. Todos
nós possuímos. E a prova disso é que o homem mais vil, mais abominável, tem por
um ser ou até mesmo por um objeto qualquer, uma afeição viva e ardente à prova
de tudo que possa diminuí-la e que, muitas vezes, atinge proporções sublimes.
Como dito, a lembrança do nascimento
de Jesus Cristo e das suas lições de amor ao próximo, simbolizada pelo natal,
apenas faz com que aflore nas pessoas o sentimento de amor que todos possuímos,
mesmo que em estado latente.
E não existe sobre a Terra lição
maior de amor do que aquela prescrita por Jesus quando foi interrogado por um
fariseu, doutor da lei, tentando-o: “Mestre,
qual é o maior mandamento da lei? Jesus lhe respondeu: Amareis o Senhor vosso
Deus de todo o vosso coração, de toda vossa alma e de todo vosso espírito; é o
maior e o primeiro mandamento. E eis o segundo, que é semelhante àquele:
Amareis vosso próximo como a vós mesmos. Toda a lei e os profetas estão
contidos nesses dois mandamentos”. (São Mateus, cap. XXII, v. 34 a 40).
Dessa forma, que possamos amar o
nosso próximo como a nós mesmos não apenas neste natal que se aproxima, mas
todos os dias do ano. Amando-o e respeitando-o como gostaríamos que fôssemos
respeitados. Aos que já amam, que possam amar mais, mas no sentido profundo da
palavra, sendo mais leais, probos, conscienciosos, abrandando as dores de todos
os irmãos que se acercarem, afinal, é nosso dever encarar a grande família
humana como sendo a nossa.
Nessa hora, como bem disse Kardec,
não haverá mais nem ódios, nem dissenções, mas união, concórdia e benevolência
mútua.
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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josearturmaruri@hotmail.com
*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, na edição do dia 22 de dezembro de 2012 e que também pode ser lido pelo link http://jornalminuano.com.br/noticia.php?id=82619.