Uma dificuldade que o ser humano enfrenta na
atualidade e que Allan Kardec já havia previsto, em sua época, que iríamos ter
de enfrentar é o mal da incredulidade.
Vive-se, sempre, na expectativa do
algo a mais. Em uma escalada social desenfreada que precisa se concretizar de
qualquer forma. E o pior é que o ser humano não mede esforços para tanto, se
não a conquista pelo trabalho, vai à busca por caminhos obscuros, muitas vezes
condenáveis.
Nessa linha, quando o indivíduo não a
conquista, ou se deprime, passando a viver por viver, entregue aos mais variados
vícios que a dita civilização oferece, ou torna-se incrédulo.
O incrédulo, então, esforçando-se em
matar as crenças, negligencia que terá uma conta a pagar pelo uso que houver
feito de sua inteligência.
Entretanto, o Codificador do
Espiritismo, Allan Kardec, na obra Viagem Espírita em 1862, relata que “a incredulidade deixa atrás de si uma vaga
inquietude. Por mais que o homem procure iludir-se, não pode furtar-se de
pensar algumas vezes no que lhe sucederá depois; mau grado seu, a idéia do nada
o enregela. Quereria uma certeza e não a encontra; então flutua, hesita, duvida
e a incerteza o mata; sente-se infeliz em meio aos prazeres materiais que não
podem preencher o abismo do anda eu se abre à sua frente, e onde imagina que
será precipitado”.
É exatamente nesse ponto que o
Espiritismo se apresenta como uma luz. Ele retira o incrédulo do vazio com
provas irrecusáveis, pela observação dos fatos. O Espiritismo não diz: - Crede,
porque eu vo-lo digo, mas: Vede, tocai, compreendei e crede.
O Espiritismo, assim como outrora
disse Jesus a Tomé, refere nos dias de hoje (JOÃO 20:27): “Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a
no meu lado. Pare de duvidar e creia”.
É bem verdade, como disse Allan
Kardec, que a falta de fé do homem no futuro é fruto da ideia que lhe dão,
incapaz de satisfazer o seu gosto pelo positivo. Ideia vaga, abstrata. O Espiritismo, ao contrário, apresenta a alma como um ser circunscrito,
semelhante a nós, menos o envoltório material de que se despojou, mas revestido
de um invólucro fluídico, o que já é mais compreensível e faz com que se
conceba melhor a sua individualidade. Fatos comprovados pela experiência com as
relações incessantes do mundo visível e do mundo invisível, que se tornam
solidários um com o outro.
“O
Espiritismo apóia-se sobre fatos. Esses fatos, de acordo com o raciocínio e uma
lógica rigorosa, dão à Doutrina Espírita o caráter de positivismo que convém à
nossa época” (Allan Kardec em Viagem Espírita em 1862, p.76, FEB Editora).
Dessa forma, o Espiritismo oferece
uma via razoável e racional que acaba por satisfazer à inspiração instintiva do
homem quanto ao futuro e o apresenta sob um aspecto que a razão pode admitir.
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano que circulou entre os dias 23 e 24 de novembro de 2013.