segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

POR QUE A GALILEIA?*


Por que Jesus escolheu a Galileia, região desprezada da Judeia, como cenário principal de suas pregações?  
            
Para responder este questionamento é necessária uma incursão sobre a região referida. Galileia é uma grande região no norte de Israel que se confunde com a maior parte do distrito administrativo do norte do país. A tradição a divide em Alta Galileia, Baixa Galileia e a Galileia Ocidental.
            
Historicamente, segundo a Bíblia, Salomão recompensou Hiram I, para determinados serviços, dando-lhe de presente uma planície de terras altas entre as montanhas de Naftali. Hiram a chamou de “a terra de Cabul”.
            
Já na época romana, o país foi dividido em Judéia, Samaria e Galileia, que compreendia toda a seção norte do país, e foi a maior de todas as regiões, sendo conduzida por Herodes Antipas, filho de Herodes - o Grande, que governou como tetrarca da Galileia.
            
Ultimamente, no século 20, desde que boa parte do território da Galileia foi tomada pelos israelitas, após a Guerra árabe-israelense, em 1948, ficando sob o controle de Israel, ela foi centro de grandes conflitos entre árabes-israelitas e o Exército de Artilharia da Síria. Após, nos anos 70 e 80, uma organização denominada de Libertação da Palestina lançou vários ataques à região, tornando-a ainda mais tensa.
            
Ainda hoje, ao longo da fronteira internacional reconhecida pela Organização das Nações Unidas pode-se observar o clima tenso entre grupos pró-palestina como o Hezbollah e as tropas militares de Israel.
            
A Galileia, devido a sua alta pluviosidade (900-1200 mm), temperaturas amenas e altas montanhas, contém fauna e flora únicas, com vastos campos de flores silvestres e vegetação colorida, cortada por vários rios e cachoeiras.
            
No entanto, o que a tornou o cenário perfeito para as pregações evangélicas ministradas por Jesus, segundo o insigne orador Divaldo P. Franco, foi sua gente. Na ótica de Divaldo “a Galileia era, ao tempo de Jesus, a região dos mais humildes e mais sofredores, onde viviam as gentes simples de coração e de cultura elementar”.
            
Realmente, a Galileia de dois mil anos atrás era habitada por agricultores, tecelões, pescadores, negociantes modestos que ambicionavam apenas a conquista do pão, o repouso e a paz, sem os tremendos conflitos das regiões ditas civilizadas.
            
“Ali Jesus encontrou o material humano próprio para a divulgação da Sua mensagem, trabalhando o solo dos corações para nele ensementá-la, dando início à era de esperança e de paz”, refere Divaldo.
            
Por estarem na Galileia os mais simples, é que Jesus escolheu aquela região para tratar os enfermos, visto que afirmara ser o “medico das almas”, segundo outro grande expoente do Espiritismo, Raul Teixeira.
            
Dessa forma, podemos observar, sob a visão de Divaldo Franco, que outra grande lição nos foi deixada pelo Mestre Jesus com a escolha da região Galileia para ministrar a maior parte das lições evangélicas:
            
“O convívio com os simples e puros de coração faz muito bem e constitui estímulo para o trabalho de iluminação de consciência, ante os rebeldes e presunçosos que fingem conhecer tudo, negando-se ao esforço inadiável da transformação moral para melhor”.

 José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 01, 02 e 03 de novembro de 2013 e que também pode ser acompanhada pelo link jornalminuano.com.br