sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A IDOLATRIA*

Se alguém vos disser: ‘O Cristo está aqui’, não o procureis, mas, ao contrário, ponde-vos em guarda, porque são numerosos os falsos profetas. Então não vedes quando as folhas da figueira começam a embranquecer; não vedes os numerosos rebeldes ansiando pela época da floração; e o Cristo não vos disse: ‘Conhece-se a árvore pelos seus frutos’? Se, pois, os frutos são amargos, considerais a árvore má, mas se são doces e saudáveis, dizeis: ‘Nada tão puro poderia sair de um tronco mau’. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 21, item 8)
            
O Espírito Luís, em Bordeux, França, no ano de 1861, manifestou-se diante de um grupo mediúnico dirigido por Allan Kardec e, dentre outras palavras, brindou-nos com as que abriram a coluna de hoje.
            
E ele não poderia ter sido mais feliz na citação da passagem evangélica ali transcrita. Isso porque, ainda hoje, núcleos religiosos e certas práticas, estranhas à Religião, têm usado a idolatria como tradição fundamental para manter viva a chama da fé e o calor do ideal.
            
O Espírito Benevolente diz mais: “Desconfiai dos que pretendem estar na posse da exclusiva e única verdade”!
            
Ainda assim, é nosso dever compreender e cultivar o respeito diante das convicções alheias, de modo a servirmos na libertação mental dos outros através do bom exemplo.
            
Foi nesse sentido que o Apóstolo Paulo em I Corítios, 10:7, asseverou: “não vos façais, pois, idólatras (...)”. A advertência apostólica vem comprovar que a Doutrina Cristã, em sua pureza de fundamentos, surgiu no clima da Galileia, dispensando a adoração indébita, em todas as circunstâncias, devendo-se exclusivamente à interferência humana os excedentes que lhe foram impostos ao exercício simples e natural.
            
Ademais, o Espírito Emmanuel vai ainda mais longe quando lembra que o hábito – idolatria – “vinculou-se tão profundamente ao espírito popular que, em plena atualidade, nos arraiais do Espiritismo Cristão, a desfraldar a bandeira da fé raciocinada, às vezes ainda encontramos criaturas tentando a substituição dos ídolos inertes pelos companheiros de carne e osso da experiência comum, quando chamados ao desempenho da responsabilidade mediúnica”. (O Espírito da Verdade; Chico Xavier e Waldo Vieira, Ed. FEB, p. 241)
            
Enfim, a nossa incumbência hoje é outra. Já é passada a hora de deixarmos para trás os ídolos mortos. Devemos sim buscar aplicar as nossas energias na edificação do bem desinteressado, na caridade pura e simples.
            
Somente assim, como refere Emmanuel, conseguiremos substancializar o ideal religioso, no progresso e na educação, prelibando as realidades da vida gloriosa.

 José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano entre os dias 09 e 10 de novembro de 2013 e que também pode ser acompanhada pelo link jornalminuano.com.br.