“Se alguém vos disser: ‘O Cristo está aqui’,
não o procureis, mas, ao contrário, ponde-vos em guarda, porque são numerosos
os falsos profetas. Então não vedes quando as folhas da figueira começam a
embranquecer; não vedes os numerosos rebeldes ansiando pela época da floração;
e o Cristo não vos disse: ‘Conhece-se a árvore pelos seus frutos’? Se, pois, os
frutos são amargos, considerais a árvore má, mas se são doces e saudáveis,
dizeis: ‘Nada tão puro poderia sair de um tronco mau’. (O Evangelho Segundo o
Espiritismo, cap. 21, item 8)
O Espírito Luís, em Bordeux, França,
no ano de 1861, manifestou-se diante de um grupo mediúnico dirigido por Allan
Kardec e, dentre outras palavras, brindou-nos com as que abriram a coluna de
hoje.
E ele não poderia ter sido mais feliz
na citação da passagem evangélica ali transcrita. Isso porque, ainda hoje,
núcleos religiosos e certas práticas, estranhas à Religião, têm usado a
idolatria como tradição fundamental para manter viva a chama da fé e o calor do
ideal.
O Espírito Benevolente diz mais:
“Desconfiai dos que pretendem estar na posse da exclusiva e única verdade”!
Ainda assim, é nosso dever
compreender e cultivar o respeito diante das convicções alheias, de modo a
servirmos na libertação mental dos outros através do bom exemplo.
Foi nesse sentido que o Apóstolo
Paulo em I Corítios, 10:7, asseverou: “não vos façais, pois, idólatras (...)”.
A advertência apostólica vem comprovar que a Doutrina Cristã, em sua pureza de
fundamentos, surgiu no clima da Galileia, dispensando a adoração indébita, em
todas as circunstâncias, devendo-se exclusivamente à interferência humana os
excedentes que lhe foram impostos ao exercício simples e natural.
Ademais, o Espírito Emmanuel vai
ainda mais longe quando lembra que o hábito – idolatria – “vinculou-se tão
profundamente ao espírito popular que, em plena atualidade, nos arraiais do
Espiritismo Cristão, a desfraldar a bandeira da fé raciocinada, às vezes ainda
encontramos criaturas tentando a substituição dos ídolos inertes pelos
companheiros de carne e osso da experiência comum, quando chamados ao
desempenho da responsabilidade mediúnica”. (O Espírito da Verdade; Chico Xavier
e Waldo Vieira, Ed. FEB, p. 241)
Enfim, a nossa incumbência hoje é
outra. Já é passada a hora de deixarmos para trás os ídolos mortos. Devemos sim
buscar aplicar as nossas energias na edificação do bem desinteressado, na
caridade pura e simples.
Somente assim, como refere Emmanuel,
conseguiremos substancializar o ideal religioso, no progresso e na educação,
prelibando as realidades da vida gloriosa.
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano entre os dias 09 e 10 de novembro de 2013 e que também pode ser acompanhada pelo link jornalminuano.com.br.