sexta-feira, 18 de outubro de 2013

ALLAN KARDEC - O CODIFICADOR DO ESPIRITISMO*

No último dia 03 de outubro rememoramos os 209 anos de nascimento do ilustre Professor Hippolyte Denizard Rivail, eternamente conhecido pelo seu pseudônimo de Allan Kardec.
            
Como referido, Allan Kardec nasceu em Lyon, França, em 03 de outubro de 1804, em uma família antiga que se distinguiu na magistratura e na advocacia. No entanto, ele não seguiu essas carreiras, visto que apresentava desde cedo inclinação para aos estudos da filosofia e da ciência.
            
Foi educado na Escola de Pestalozzi, em Yverdun, Suíça, tornando-se um dos mais eminentes discípulos desse célebre professor e um dos zelosos propagandistas do seu sistema de educação que, foi um dos pioneiros da pedagogia moderna, influenciando as reformas do ensino da França e da Alemanha.
            
Conforme elucidado na biografia de Allan Kardec, publicada no livro Obras Póstumas “foi nessa escola que lhe desabrocharam as idéias que mais tarde o colocariam na classe dos homens progressistas e dos livre-pensadores”.
            
O Professor Rivail era nascido sob a religião católica, no entanto vivia num país protestante, o que o levou a desde cedo a suportar atos de intolerância, sendo que esta circunstância já fazia com que ele trabalhasse, em silêncio, por uma reforma religiosa, com o intuito de unificar as crenças. Faltava-lhe, porém, um elemento indispensável à solução desse problema.
            
Nesse sentido, o Espiritismo veio direcionar-lhe os trabalhos.
            
O fenômeno das mesas girantes, que agitou a Europa no século 19, despertou o interesse do Professor Rivail que começou os estudos desses fenômenos, aplicando o método experimental. Nunca formulou teorias preconcebidas, observava, comparava e deduzia, buscando sempre a razão e a lógica dos fatos. Interrogou, anotou e ordenou os dados, sendo, por isso, chamado o Codificador do Espiritismo.
            
Por outro lado, muito antes que o Espiritismo lhe popularizasse o pseudônimo de Allan Kardec, já havia publicado inúmeras obras de educação com o objetivo de esclarecer as massas e prendê-las melhor às respectivas famílias e países.
            
Com relação aos fenômenos, entreviu, desde logo, o princípio de novas leis naturais que estavam obscuras aos nossos olhos humanos. Reconheceu uma das forças da natureza, cujo conhecimento, haveria de lançar luz sobre uma imensidade de problemas tidos por insolúveis e, lhe compreendeu o alcance, do ponto de vista religioso.
            
Obras como “O Livro dos Espíritos” (abril de 1857); “O Livro dos Médiuns” (janeiro de 1861); “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (abril de 1864); “O Céu e o Inferno, ou a Justiça de Deus Segundo o Espiritismo” (agosto de 1865); “A Gênese, os Milagres e as Predições” (janeiro de 1868); “a Revista Espírita, jornal de estudos psicológicos”, periódico mensal começado a 1º de janeiro de 1858, restam destacadas até os dias de hoje.
            
Trabalhador infatigável, sempre foi o primeiro a tomar a obra e o último a deixá-la, Allan Kardec retornou à Pátria Espiritual em 31 de março de 1859. Desencarnou conforme viveu, trabalhando. E seu trabalho permanece como um legado até os dias de hoje, sempre atual, à frente de seu tempo.
            
Por derradeiro, não podíamos deixar de reproduzir aqui nobre referência da Revista Espírita de maio de 1869 acerca do Codificador Lionês: “Já não existe o homem, repetimo-lo. Entretanto, Allan Kardec é imortal e a sua memória, seus trabalhos, seu Espírito estarão sempre com os que impunham forte e vigorosamente o estandarte que ele soube sempre fazer respeitado.
            
Uma individualidade pujante constituiu a obra. Era o guia e o fanal de todos. Na Terra, a obra substituirá o obreiro. Os crentes não se congregarão em torno de Allan Kardec; congregar-se-ão em torno do Espiritismo, tal como ele o estruturou e, com os seus conselhos, sua influência, avançaremos, a passos firmes, para as fases ditosas prometidas à Humanidade regenerada”.
            
(...) O Espiritismo tem como divisa: Fora da caridade não há salvação, isto é, a igualdade entre os homens perante Deus, a tolerância, a liberdade de consciência e a benevolência mútua”. (Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo)

              José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 05 e 06 de outubro de 2013 e que também pode ser acompanhada pelo novo portal www.jornalminuano.com.br.