No último dia 03 de outubro rememoramos os
209 anos de nascimento do ilustre Professor Hippolyte Denizard Rivail, eternamente
conhecido pelo seu pseudônimo de Allan Kardec.
Como referido, Allan Kardec nasceu em
Lyon, França, em 03 de outubro de 1804, em uma família antiga que se distinguiu
na magistratura e na advocacia. No entanto, ele não seguiu essas carreiras,
visto que apresentava desde cedo inclinação para aos estudos da filosofia e da
ciência.
Foi educado na Escola de Pestalozzi,
em Yverdun, Suíça, tornando-se um dos mais eminentes discípulos desse célebre
professor e um dos zelosos propagandistas do seu sistema de educação que, foi
um dos pioneiros da pedagogia moderna, influenciando as reformas do ensino da
França e da Alemanha.
Conforme elucidado na biografia de
Allan Kardec, publicada no livro Obras Póstumas “foi nessa escola que lhe desabrocharam as idéias que mais tarde o
colocariam na classe dos homens progressistas e dos livre-pensadores”.
O Professor Rivail era nascido sob a
religião católica, no entanto vivia num país protestante, o que o levou a desde
cedo a suportar atos de intolerância, sendo que esta circunstância já fazia com
que ele trabalhasse, em silêncio, por uma reforma religiosa, com o intuito de
unificar as crenças. Faltava-lhe, porém, um elemento indispensável à solução
desse problema.
Nesse sentido, o Espiritismo veio
direcionar-lhe os trabalhos.
O fenômeno das mesas girantes, que
agitou a Europa no século 19, despertou o interesse do Professor Rivail que
começou os estudos desses fenômenos, aplicando o método experimental. Nunca
formulou teorias preconcebidas, observava, comparava e deduzia, buscando sempre
a razão e a lógica dos fatos. Interrogou, anotou e ordenou os dados, sendo, por
isso, chamado o Codificador do Espiritismo.
Por outro lado, muito antes que o
Espiritismo lhe popularizasse o pseudônimo de Allan Kardec, já havia publicado
inúmeras obras de educação com o objetivo de esclarecer as massas e prendê-las
melhor às respectivas famílias e países.
Com relação aos fenômenos, entreviu,
desde logo, o princípio de novas leis naturais que estavam obscuras aos nossos
olhos humanos. Reconheceu uma das forças da natureza, cujo conhecimento,
haveria de lançar luz sobre uma imensidade de problemas tidos por insolúveis e,
lhe compreendeu o alcance, do ponto de vista religioso.
Obras como “O Livro dos Espíritos”
(abril de 1857); “O Livro dos Médiuns” (janeiro de 1861); “O Evangelho Segundo
o Espiritismo” (abril de 1864); “O Céu e o Inferno, ou a Justiça de Deus
Segundo o Espiritismo” (agosto de 1865); “A Gênese, os Milagres e as Predições”
(janeiro de 1868); “a Revista Espírita, jornal de estudos psicológicos”,
periódico mensal começado a 1º de janeiro de 1858, restam destacadas até os
dias de hoje.
Trabalhador infatigável, sempre foi o
primeiro a tomar a obra e o último a deixá-la, Allan Kardec retornou à Pátria
Espiritual em 31 de março de 1859. Desencarnou conforme viveu, trabalhando. E
seu trabalho permanece como um legado até os dias de hoje, sempre atual, à
frente de seu tempo.
Por derradeiro, não podíamos deixar
de reproduzir aqui nobre referência da Revista Espírita de maio de 1869 acerca
do Codificador Lionês: “Já não existe o
homem, repetimo-lo. Entretanto, Allan Kardec é imortal e a sua memória, seus
trabalhos, seu Espírito estarão sempre com os que impunham forte e
vigorosamente o estandarte que ele soube sempre fazer respeitado.
Uma
individualidade pujante constituiu a obra. Era o guia e o fanal de todos. Na
Terra, a obra substituirá o obreiro. Os crentes não se congregarão em torno de
Allan Kardec; congregar-se-ão em torno do Espiritismo, tal como ele o
estruturou e, com os seus conselhos, sua influência, avançaremos, a passos
firmes, para as fases ditosas prometidas à Humanidade regenerada”.
“(...)
O Espiritismo tem como divisa: Fora da caridade não há salvação, isto é, a
igualdade entre os homens perante Deus, a tolerância, a liberdade de
consciência e a benevolência mútua”. (Allan Kardec em O Evangelho Segundo o
Espiritismo)
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 05 e 06 de outubro de 2013 e que também pode ser acompanhada pelo novo portal www.jornalminuano.com.br.