“As
manifestações não estão, pois destinadas a servir aos interesses materiais; sua
utilidade está nas consequências morais que delas decorrem”. (O Que é o
Espiritismo. Allan Kardec. Capítulo Segundo. p. 105)”.
Muitas pessoas não se convencem da
possibilidade dos Espíritos manifestarem-se em nosso meio. Mesmo que isso
ocorra sobre vários olhares, impressiona o número de incrédulos.
Tal situação é bastante lógica à
medida que os charlatães brotam aos borbotões ainda nos dias de hoje. Não se
pode desprezar, também, que essa conduta já vem arraigada no ser humano por uma
cultura imposta pelas religiões predominantes em outras épocas que acabavam por
determinar masmorras a qualquer pessoa que dissesse entrar em contato com seres
invisíveis aos olhos humanos.
Em suma, é fato que sempre nos deparamos
com manifestações espíritas de toda ordem. No entanto, Paulo de Tarso, o
convertido de Damasco (I Coríntios, 12:7), desde o período em que viajava de
cidade em cidade anunciando a Boa Nova, já alertava: “mas a manifestação do
Espírito é dada a cada um, para o que for útil”.
Toda manifestação espírita tem um
fim, mas nem sempre é aquele providencial lecionado por Allan Kardec.
Segundo o Professor Rivail, imortalizado
sob o pseudônimo Allan Kardec, na obra O Que é o Espiritismo, “o fim
providencial das manifestações é de convencer os incrédulos de que tudo não
termina para o homem com a vida terrestre, e de dar aos crentes ideias mais
justas sobre o futuro”.
Os bons Espíritos vêm nos instruir
para nossa melhora e nosso progresso, e não para nos revelar o que não devemos
saber, ou aquilo que devemos aprender pelo nosso trabalho. Se isso fosse
possível qualquer preguiçoso poderia enriquecer-se sem trabalhar, e isso é o
que Deus não quer.
Outrossim, é uma ideia bem falsa dos
Espíritos ver neles apenas auxiliares de adivinho. É sabido, após o estudo
sério das manifestações espíritas, que os Espíritos comprometidos com o bem se
recusam em ocupar-se de coisas fúteis, no entanto, identifica-se a existência
de Espíritos levianos e zombeteiros que se ocupam de tudo, respondem a tudo,
predizem o que se quer, sem se importarem com a verdade. A consequência de
associar-se com essa influência malévola é a de passar a ser mistificado por
estes Espíritos enganadores que estão por toda a parte aguardando a
oportunidade de se mostrarem.
Enfim, o próprio Codificador Lionês
complementa sua lição destacada logo na abertura do espaço asseverando que
“fora do que pode ajudar ao progresso moral, não há senão incerteza nas
revelações que se podem obter dos Espíritos”.
Todavia, se as manifestações
espíritas tivessem por resultado apenas fazer conhecer uma nova lei da
natureza, demonstrando materialmente a existência da alma e sua sobrevivência,
já teríamos muito, porque estaríamos com um largo e novo caminho aberto à
filosofia e à ciência.
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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josearturmaruri@hotmail.com
*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé, que circulou entre os dias 12 e 13 de outubro de 2013 e que também pode ser acompanhada pelo jornalminuano.com.br.