quinta-feira, 26 de setembro de 2013

REENCARNAÇÃO - UMA JOIA RARA*

Produção da Rede Globo vai ao ar no horário das 18 horas
A nova novela da Rede Globo de Televisão que teve início nesta semana, ocupando o horário das 18h, ergue o véu de um tema que não é tratado sem gerar discordâncias e até mesmo desconfianças.
            
Na trama referida observamos a morte de um líder budista e, mais tarde, seu renascimento, no corpo uma criança chamada Pérola.
            
Segundo o ensinamento budista, há um ciclo de mortes e renascimentos para os seres vivos chamado moksha. Esse ciclo pode e deve ser transcendido por meio da prática do Nobre Caminho Óctuplo. Algumas fontes, principalmente advindas da teosofia, atribuem a esses renascimentos características similares às da reencarnação e a palavra reencarnação é inclusive usada com frequência para se referir aos renascimentos.
            
Certo é que a própria Revista Espírita, especificamente no mês de abril de 1858, trouxe diversos documentos célticos que demonstram que a doutrina da reencarnação já era professada pelos druidas, segundo o princípio da marcha ascendente da alma humana, percorrendo os diversos graus da escala espírita.
            
Também, desde a Antiguidade já se estudava a pluralidade das existências. Pitágoras já havia descrito esta doutrina através de ensinamentos hauridos entre egípcios e indianos. Sócrates e Platão também tinham opinião semelhante e que era francamente admitida entre os filósofos daquele tempo. Eles denominavam de doutrina da escolha das provas.
            
A própria Igreja Católica, até o ano de 553 D.C., reconhecia a possibilidade da reencarnação, o que foi rejeitado no Concílio de Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, justamente porque Teodora, esposa do famoso Imperador Justiniano, escravocrata e desumana, temia retornar ao mundo na pele de uma escrava negra e, por isso, desencadeou forte pressão sobre o papa da época, Virgílio, que subira ao poder após intervenção do General Belisário, para quem os desejos de Teodora eram lei.
            
Assim, o Concílio referido rejeitou o pensamento de Origenes de Alenxadria, um dos maiores teólogos que a humanidade já teve conhecimento.
            
De outra banda, o Mestre Jesus de Nazaré tratou o tema com franqueza e sabedoria em diversas passagens do Evangelho, sobretudo quando identificou em João Batista o Espírito do profeta Elias, falecido séculos antes e que deveria voltar como precursor do Messias (Mateus 11:14 e Malaquias 4:5).
            
Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos[1], asseverou que “todos os espíritos tendem à perfeição e Deus lhes fornece os meios pelas provas da vida corpórea, mas, em sua justiça, lhes faculta realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova”.
            
E se assim não fosse como poderia ser explicada a causa de tantos infortúnios e tanta miséria sobre a face da Terra? Por que Deus, soberanamente justo e bom, permitiria que um ser humano fosse retirado do seio de sua família ainda em tenra idade, por exemplo?
            
Questões como estas fazem com que a incredulidade se assevere em nossos dias, no entanto, a própria humanidade é detentora do raciocínio que atravessou os séculos e a cada dia que passa ressurge com mais força, ainda que outras forças trabalhem para que não se dê dessa forma.
            
Ainda assim, o que irá sempre prevalecer, cedo ou tarde, admitindo ou não, indubitavelmente, será a Justiça Divina.
             

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 21 e 22 de setembro de 2013.



[1] KARDEC, Allan, O Livros dos Espíritos, Editora IDE, p. 105.