Cairbar Schutel |
O melindre, segundo o Dicionário Michaelis,
entre outras definições, significa “cuidado extremo em não magoar ou ofender
por palavras ou obras”.
Comumente deparamo-nos com pessoas
que se sentem “melindradas” em instituições e repartições. Invariavelmente, os
indivíduos que se melindram julgam-se mais importantes que a própria obra ou
ação.
É um jovem aconselhado pelo irmão
amadurecido e que se descontenta, rebelando-se contra o aviso da experiência; é
uma pessoa que se sente desatendida ao procurar o companheiro de cuja
cooperação necessita, nos horários em que esse mesmo companheiro, por sua vez,
necessita trabalhar a fim de prover a própria subsistência; ou, então, um amigo
que não se viu satisfeito ante a conduta do colega, na instituição, e deserta,
revoltado, englobando todos os demais em franca reprovação, incapaz de
reconhecer que essa é a hora de auxílio mais amplo.
O Espírito Cairbar Schutel alerta que
“o melindre gera a prevenção negativa,
agravando problemas e acentuando dificuldades, em vez de aboli-los. Essa
alergia moral demonstra má vontade e transpira incoerência, estabelecendo
moléstias obscuras nos tecidos sutis da alma”.
Segundo o próprio espírito
supracitado, o melindre é “filho do
orgulho” e propele a criatura a situar-se acima do bem. E o orgulho, como
tal, é o terrível adversário da humildade.
Jesus, o pedagogo por excelência,
disse-nos que “será o maior no Reino dos
Céus aquele que se humilhar e se fizer pequeno como uma criança”, ou seja,
que nenhuma pretensão alimentar à superioridade ou à infalibilidade. Se
observarmos tal preceito, não teremos qualquer motivo para melindrarmos.
Evitemos tal sensibilidade de
porcelana sem razão de ser e nos aproximemos de nossos irmãos na prática do
auxílio mútuo.
“Com
a humildade não há o melindre que piora aquele que o sente, sem melhorar a
ninguém. Cabe-nos ouvir a consciência e segui-la, recordando que a
suscetibilidade de alguém sempre surgirá no caminho, alguém que precisa de
nossas preces, conquanto curtas ou aparentemente desnecessárias. E para
terminar, meu irmão, imagine se um dia Jesus se melindrasse com os nossos
incessantes desacertos...” Cairbar Schutel
(Referências: Chico Xavier e Waldo Vieira por
Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. 129-130).
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano que circulou entre os dias 18 e 19 de julho de 2015 e que também pode ser acompanhada pelo portal jornalminuano.com.br.