“Esta
geração má e adúltera pede um prodígio, mas não lhe será dado outro senão o de
Jonas – (São Mateus)”.
Assim como os habitantes da Terra à
época de Jesus que o incitavam à prática de prodígios, ainda hoje, os indivíduos
aguardam, não apenas do Espiritismo, mas de Deus, que se operem curas e
resultados miraculosos.
É inegável a ânsia que a sociedade
atual nutre de que Deus e os Espíritos benfazejos sirvam aos seus próprios interesses.
E bem sabemos que os nossos interesses ainda são bastante mesquinhos e doentes,
porque ainda não nos é dado conhecer as causas das conseqüências que estamos
enfrentando.
No entanto, dizem os detratores do
Espiritismo: “De qual meio dispõe o Espiritismo para nos convencer? No próprio
interesse da Doutrina dos Espíritos, não é desejável fazer adeptos?”
Quanto a isso, Allan Kardec referiu
na edição de janeiro de 1858 da Revista Espírita: “Os Espíritos não gostam dos
orgulhosos. Convencem quem eles querem; quanto aos que crêem em sua importância
pessoal, demonstram o pouco caso que disso fazem não lhes dando ouvidos”.
Ainda assim, na mesma edição da
Revista Espírita, quando indagados por Allan Kardec, responderam os Espíritos:
“Pode-se pedir aos Espíritos sinais materiais como prova de sua existência e de
seu poder? Resp. ‘Pode-se, sem dúvida, provocar certas manifestações, mas nem
todos estão aptos a isso e frequentemente não obtendes o que pedis; eles não se
submetem aos caprichos dos homens”.
“Quando alguém pede esses sinais para
se convencer, não haveria utilidade em satisfazê-lo, pois que seria um adepto a
mais? Resposta: ‘Os Espíritos não fazem senão o que querem, e o que lhes é
permitido; falando e respondendo as vossas perguntas, atestam a sua presença;
isto deve bastar ao homem sério que busca a verdade na palavra”.
Ao contrário do que muitos pensam,
desde os tempos de Allan Kardec, não é dado ao Espiritismo fazer proselitismo,
ou seja, utilização de prodígios na busca por mais adeptos à nova crença.
Aqueles que estiverem dispostos a
conhecer as verdades inseridas nas palavras trazidas pelos benfeitores
espirituais serão reconhecidos pela caridade que deles irá derivar e, estes
sim, serão os verdadeiros adeptos do Espiritismo.
“(...) diz hoje o Espiritismo a seus
adeptos: não violenteis nenhuma consciência; a ninguém forceis para que deixe a
sua crença, a fim de adotar a vossa; não anatematizeis os que não pensam como
vós; acolhei os que venham ter convosco e deixai tranquilos os que vos repelem.
Lembrai-vos das palavras do Cristo. Outrora, o céu era tomado com violência;
hoje o é pela brandura”. Allan Kardec.
(Referências: Allan Kardec. Revista Espírita.
Janeiro de 1858. FEB Editora. p. 51. Allan Kardec. O Evangelho Segundo o
Espiritismo. Cap. 25. Item 11. FEB Editora. p. 304).
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 06 e 07 de junho de 2015 e que também pode ser acompanhada pelo jornalminuano.com.br.