Dias atrás dissemos aqui que os sinais, um
dos modos de comunicação espírita, consistem no movimento significativo de
certos objetos com ruídos ou golpes desferidos.
A este modo de comunicação espírita,
referiu-se Allan Kardec, quando indagou da plêiade de Espíritos que coordenaram
a codificação do Espiritismo, “como os Espíritos podem agir sobre a matéria? Sendo
que parece contrário a todas as idéias que fazemos da natureza dos Espíritos”.
A resposta dos Espíritos benfeitores
veio no seguinte sentido: “Segundo vós, o Espírito nada é; e isso é um erro. Já
vos dissemos que o Espírito é alguma coisa, daí porque pode agir por si mesmo.
Vosso mundo, porém, é muito grosseiro para que ele possa fazê-lo sem um intermediário,
isto é, sem o laço que une o Espírito à matéria”.
É importante ressaltar que, para a
Doutrina Espírita, o laço que une o Espírito à matéria é chamado de
“perispírito”, uma espécie de corpo espiritual, sendo, por isso, imaterial.
Por isso, Allan Kardec observa que
“sendo imaterial o laço que une o Espírito à matéria ou, pelo menos,
impalpável, essa resposta não resolveria a questão se não tivéssemos o exemplo
de forças igualmente imponderáveis agindo sobre a matéria”.
É certo que o pensamento, por
exemplo, é a primeira causa de todos os nossos movimentos voluntários; a
eletricidade, da mesma forma, derruba, levanta e transporta massas inertes.
Enfim, nas palavras do próprio Kardec, “do fato de não se conhecer o motor,
seria ilógico concluir que ele não existe”.
Com isso, podemos concluir que o
Espírito pode ter alavancas que nos são ocultas aos sentidos. Nos fenômenos
espíritas a causa imediata é um agente físico, mas a causa primeira é uma
inteligência que age sobre esse mesmo agente, como o nosso pensamento age sobre
nossos membros.
(Referências: Allan Kardec. Revista Espírita.
Janeiro de 1858. FEB Editora. p. 34).
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano que circulou no dia 30 de maio de 2015.