quinta-feira, 3 de março de 2016

NATUREZA DAS COMUNICAÇÕES*

Dissemos em nossa última coluna que uma das ocupações do Espiritismo é entender as manifestações dos Espíritos, com isso, iniciamos o estudo das diferentes naturezas de manifestações dos Espíritos, segundo a Revista Espírita, editada por Allan Kardec.
            
A sexta manifestação lá citada, numa lista que continha seis diferentes espécies de manifestações, estava a que o Codificador Lionês definiu como comunicações, ou seja, manifestações inteligentes que têm por objetivo a troca de idéias entre o homem e os Espíritos.
            
Entre elas situam-se as comunicações frívolas, grosseiras, sérias ou instrutivas.
            
Na própria Revista Espírita encontramos as respostas para cada uma delas, segundo Allan Kardec, senão vejamos:
            
“- Comunicações frívolas: emanam de Espíritos levianos, zombeteiros e travessos, mais maliciosos que maus, e que não ligam nenhuma importância ao que dizem.
            
- Comunicações grosseiras: traduzem-se por expressões que chocam o decoro. Procedem somente de Espíritos inferiores ou que se não despojaram ainda de todas as impurezas da matéria.
            
- Comunicações sérias: são graves quanto ao assunto e à maneira por que são feitas. A linguagem dos Espíritos superiores é sempre digna e isenta de qualquer trivialidade. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a grosseria, e que tenha um fim útil, mesmo de interesse particular, é, por isso mesmo, séria.
            
- Comunicações instrutivas: são as comunicações sérias que tem por objetivo principal um ensinamento qualquer, dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São mais ou menos profundas e mais ou menos verdadeiras, conforme o grau de elevação e desmaterialização do Espírito”.
            
É importante a catalogação efetuada por Allan Kardec com base na observação e prática com os Espíritos, isso porque desmistifica a ideia de que pelo fato das comunicações partirem de Espíritos serão sempre instrutivas.
            
Assim como existem homens sérios e homens levianos, existem Espíritos sérios e Espíritos levianos. O próprio Allan Kardec refere que “se é preciso ter experiência para julgar os homens, mais ainda será necessário para julgar os Espíritos”.
            
Quanto a isso, por fim, fiquemos com a lição do Professor Rivail – Allan Kardec: “Somente pela regularidade e freqüência das comunicações é que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com os quais nos entretemos, assim como o grau de confiança que merecem”.

(Referências: Allan Kardec. Revista Espírita. Janeiro de 1858. FEB Editora. p. 29-30).

           
José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense

Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 25 e 26 de abril de 2015 e que também pode ser acessado pelo portal www.jornalminuano.com.br.