André Luiz |
A obra “O Espírito de Verdade” traz em seu
quinto item uma mensagem de autoria do “Espírito André Luiz”, onde ele, com sua
maestria peculiar, enumera o chamado Decálogo para Médiuns. Vejamos: 1) Rende
culto ao dever; 2) Trabalha espontaneamente; 3) Não te creias maior ou menor;
4) Não esperes recompensas no mundo; 5) Não centralizes a ação; 6) Não te
encarceres na dúvida; 7) Estuda sempre; 8) Não te irrites; 9) Desculpa
incessantemente; e 10) Não temas perseguidores.
Todas as instruções citadas por André
Luiz são importantes. No entanto, separamos a quarta para trabalharmos mais
detidamente, justamente por ser a geradora de maiores embates.
A mediunidade, como qualquer dádiva
do Senhor, não tem preço na Terra.
Todas as pessoas trazem consigo a
semente da mediunidade, independentemente de ser ateu ou pertencer a esta ou
aquela religião ou seita. É uma faculdade inerente ao ser humano como a audição
ou a visão, por exemplo. Ocorre que algumas pessoas têm o dom tão desenvolvido
que se tornam intérpretes dos Espíritos.
A edição de maio de 2008 da Revista
Superinteressante, Editora Abril, trouxe uma reportagem especial sobre os
médiuns e, especificamente, um caso envolvendo Noreen Reiner, ocorrido em 1993,
na Flórida. A médium Noreen, na oportunidade, recebeu o investigador de polícia
Joe Uribe, que trabalhava no assassinato de um auditor fiscal, morto quatro
anos antes.
Noreen pegou o cinto e o relógio que
a vítima usava quando morreu e fechou os olhos. De repente, começou a convulsionar,
em uma espécie de transe, e falou: “Estão batendo em mim, estou muito
machucado, acho que atiraram na minha nuca”. Quando voltou a si, ela sabia
descrever com detalhes o rosto do assassino, o de sua mulher, o local da morte
e o esconderijo da arma do crime. O investigador, apesar de cético, reconheceu
que ela tinha acertado até o último detalhe. O culpado, Eugene Moore, confessou
o crime e só não acabou atrás das grades porque foi morto enquanto tentava
fugir da polícia.
Entretanto, como bem asseverou André
Luiz, não deve o médium esperar recompensas no mundo e este é o ponto
nevrálgico. O médium, aquele que recebeu de Deus a dádiva de ser intérprete dos
Espíritos, assim o recebeu para a instrução dos homens, para mostrar-lhes o
caminho do bem e conduzi-los à fé, e não para vender-lhes palavras que não lhe
pertencem, porque não são o produto de sua concepção, de suas pesquisas ou de
seu trabalho pessoal.
Como bem relatado por Allan Kardec
“Deus quer que a luz alcance a todos; não quer que o mais pobre dela seja
deserdado e possa dizer: eu não tenho fé porque não pude pagá-la; não tive a
consolação de receber os encorajamentos e os testemunhos de afeição daqueles
por quem choro, porque sou pobre. Eis porque a mediunidade não é um privilégio,
e se encontra por toda a parte; fazê-la pagar seria, pois, desviá-la da sua
finalidade providencial”.
(Referências: Allan
Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. IDE Editora. Capítulo 26. item 07. p.
227. Chico Xavier e Waldo
Viera por Espíritos diversos. O Espírito da Verdade. FEB Editora. p. 27-29.
Revista Superinteressante. Maio de 2008. http://super.abril.com.br/religiao/mediuns-447506.shtml).
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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josearturmaruri@hotmail.com
*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 27 e 28 de setembro de 2014 e também pode ser acompanhada pelo link jornalminuano.com.br.