segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O ESPIRITISMO E A INCREDULIDADE*


Uma dificuldade que o ser humano enfrenta na atualidade e que Allan Kardec já havia previsto, em sua época, que iríamos ter de enfrentar é o mal da incredulidade.
            
Vive-se, sempre, na expectativa do algo a mais. Em uma escalada social desenfreada que precisa se concretizar de qualquer forma. E o pior é que o ser humano não mede esforços para tanto, se não a conquista pelo trabalho, vai à busca por caminhos obscuros, muitas vezes condenáveis.
            
Nessa linha, quando o indivíduo não a conquista, ou se deprime, passando a viver por viver, entregue aos mais variados vícios que a dita civilização oferece, ou torna-se incrédulo.
            
O incrédulo, então, esforçando-se em matar as crenças, negligencia que terá uma conta a pagar pelo uso que houver feito de sua inteligência.
            
Entretanto, o Codificador do Espiritismo, Allan Kardec, na obra Viagem Espírita em 1862, relata que “a incredulidade deixa atrás de si uma vaga inquietude. Por mais que o homem procure iludir-se, não pode furtar-se de pensar algumas vezes no que lhe sucederá depois; mau grado seu, a idéia do nada o enregela. Quereria uma certeza e não a encontra; então flutua, hesita, duvida e a incerteza o mata; sente-se infeliz em meio aos prazeres materiais que não podem preencher o abismo do anda eu se abre à sua frente, e onde imagina que será precipitado”.
            
É exatamente nesse ponto que o Espiritismo se apresenta como uma luz. Ele retira o incrédulo do vazio com provas irrecusáveis, pela observação dos fatos. O Espiritismo não diz: - Crede, porque eu vo-lo digo, mas: Vede, tocai, compreendei e crede.
            
O Espiritismo, assim como outrora disse Jesus a Tomé, refere nos dias de hoje (JOÃO 20:27): “Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e creia”.
            
É bem verdade, como disse Allan Kardec, que a falta de fé do homem no futuro é fruto da ideia que lhe dão, incapaz de satisfazer o seu gosto pelo positivo. Ideia vaga, abstrata. O Espiritismo, ao contrário, apresenta a alma como um ser circunscrito, semelhante a nós, menos o envoltório material de que se despojou, mas revestido de um invólucro fluídico, o que já é mais compreensível e faz com que se conceba melhor a sua individualidade. Fatos comprovados pela experiência com as relações incessantes do mundo visível e do mundo invisível, que se tornam solidários um com o outro.
            
O Espiritismo apóia-se sobre fatos. Esses fatos, de acordo com o raciocínio e uma lógica rigorosa, dão à Doutrina Espírita o caráter de positivismo que convém à nossa época” (Allan Kardec em Viagem Espírita em 1862, p.76, FEB Editora).

            
Dessa forma, o Espiritismo oferece uma via razoável e racional que acaba por satisfazer à inspiração instintiva do homem quanto ao futuro e o apresenta sob um aspecto que a razão pode admitir. 

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano que circulou entre os dias 23 e 24 de novembro de 2013.