segunda-feira, 26 de agosto de 2013

EM BUSCA DE LIBERDADE*

É de se observar que ao longo da história tanto o processo de evolução social e política da criatura humana como da sociedade tem sido lento e assinalado por dificuldades quase intransponíveis.
            
O Espírito Otávio Mangabeira, em comunicação oferecida através da mediunidade de Divaldo Franco, em Salvador-BA, referiu, com absoluta razão, que “o tirano tem governado mais do que o sábio. O guerreiro tem estado à frente dos países em maior número de vezes do que o pacificador. Os ditadores dominaram mais os povos do que os idealistas. E embora essas lições amargas da História, o ser humano em particular e os povos em geral não aprenderam a eleger seus dirigentes. A grande tragédia da dominação arbitrária tem vicejado através dos tempos”. (Luzes do Alvorecer. Editora Leal. p. 54)
            
Porém, o fatalismo da evolução é impostergável e apesar de todas as vicissitudes a marcha do progresso dá-se pouco a pouco. Com Jesus, o Legislador Ideal, os direitos humanos foram estabelecidos e a verdadeira fraternidade foi apresentada à Terra como um desafio, pagando Ele com a vida por sua audácia de programar um mundo melhor.
            
Com as luzes do Renascimento, os filósofos ressuscitaram os ideais de liberdade e vozes como as de Jean-Jacques Rousseau, o Marquês de Beccaria e retomaram a bandeira de dignidade do ser humano, incentivando contra o crime, tornado legal através da pena de morte, o direito divino dos reis e os preconceitos que denigrem as criaturas.
            
À medida que a ciência, a filosofia e as artes se libertavam do totalitarismo da Religião e da dominação dos vulgares elevados à condição de governantes, as doutrinas políticas e sociais começaram a abrir espaço para a implantação dos futuros ideais democráticos.
            
Otávio Mangabeira, ainda, alardeia que “enquanto o lar não se transforme em escola moralizadora e a Escola não se converta em santuário de edificação humana, o indivíduo caminhará dominado pelas suas paixões mais vis, impondo-se pela violência, por faltar o discernimento da razão para ajudá-lo a triunfar sem sujeitar o seu próximo”.
            
A Política, pouco a pouco, assumirá a postura de ciência, substituindo a politicagem soez que ainda domina, mas que vai sendo desmascarada, porque as consciências despertas já não aceitarão representantes que se digladiam nas tribunas por interesses mesquinhos e muito menos outros que montam estratégias e batem de porta em porta pedindo votos em troca de alguns benefícios.
            
Todos os seres nasceram para ser livres, particularmente o humano. O Espírito é desimpedido e o ser humano assim o é, momentaneamente no invólucro carnal, não necessitando de algema escravagista, porque o corpo já o limita enquanto no imo ele anela pela liberdade total.
            
Mas é o ser humano em si mesmo que merece todo o apoio e incentivo, auxílio e dignificação para a felicidade, jamais para a escravidão ou a subserviência.

            
A todos os homens que conhecem o Evangelho e a sua Mensagem, ou mesmo aqueles que não conhecem, mas que se impõem pela sua conduta reta, cabe a tarefa luminosa de apressar esses dias, para que seja lograda a conquista democrática dos direitos humanos, num mundo de paz onde todos tenham liberdade e fruam das condições essenciais para serem felizes.

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
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*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, que circulou entre os dias 24/08/2013 e 25/08/2013.