“12.
Não há homens dotados de uma faculdade especial que os faz entreverem o futuro?
Sim, aqueles cuja alma se desprende da matéria; então, é o Espírito quem vê; e
quando isso é útil, Deus lhes permite revelar certas coisas para o bem; mas há,
ainda, mais impostores e charlatães”. (Allan Kardec. O Livro dos Médiuns.
Segunda parte, cap. 26, item 289)
O Jornal Folha de São Paulo, na
edição do último dia 29 de maio, entrevistou o neurobiólogo Sidarta Ribeiro num
seminário sobre o sono, que ocorreu no Rio de Janeiro, e este afirmou,
categoricamente, que “o sonho joga estímulos elétricos em suas memórias e você
fica explorando todas as possibilidades, o que pode ou não acontecer. É mesmo
uma capacidade de ver o futuro”.
De acordo com o neurobiólogo, os
estudos realizados no Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte atestam que os sonhos ajudam a resolver problemas e até ver o
futuro.
Tal fato fez com que nos recordemos
de Carlos VI, Rei da França no século 15, que no auge de sua loucura assinou o
tratado de Troyes, deserdando o seu filho e constituindo Henrique de Inglaterra
herdeiro de sua coroa.
Carlos VI de França pelo pintor conhecido como Mestre de Boucicaut (1412) |
No ano de 1429, junto à tumba do
referido rei, um porta-voz proclama Henrique de Lancastre rei da França e da
Inglaterra. O rei deserdado, chamado à época de o “rei de Bourges”, se entregou
ao desânimo e à inércia, renunciando ao trono, ao qual já pensava não ter mais
direito. A França estava perdida e sem rumo. Mais alguns reveses e ela seria
levada ao silêncio da morte.
Nessa hora, a França, nação com o
encargo de disseminar a cultura pelo mundo, recebeu a assistência redentora, e
Léon Denis, com o depoimento do advogado do rei no Processo de Reabilitação de
Joana d’Arc em mãos, conta-nos como foi: “Certos
presságios parecem anunciar-lhe a vinda. Já, entre outros sinais, uma
visionária, Maria d’Avignon, se apresenta ao rei; vira em seus êxtases, dizia,
uma armadura que o céu reservava para uma jovem destinada a salvar o reino
(...). E como um raio de luz, vindo do alto, em meio dessa noite de luto e de
miséria, apareceu Joana ”. (Joana d’Arc – Médium. Editora FEB. p. 31)
Joana d'Arc |
Como vimos, quando é útil, Deus
permite revelar certas coisas para o bem, ora pelo desprendimento da matéria,
pelos sonhos, como nos confirma o cientista, ou através da mediunidade mesmo.
Mas, em meio a tudo isso, é preciso
notar que ainda se sobressaem os impostores e charlatães que se aproveitam da
credulidade humana para sua própria satisfação, o que nos indica sempre a
cautela e a investigação, porque a manifestação dos Espíritos não é um meio de
adivinhação.
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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josearturmaruri@hotmail.com
*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, na edição que circulou entre os dias 01 e 02 de junho de 2013 e que pode ser acompanhada, também, pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=88018&data=01/06/2013&ok=1.