terça-feira, 4 de junho de 2013

O PRENÚNCIO DO BEM*


12. Não há homens dotados de uma faculdade especial que os faz entreverem o futuro? Sim, aqueles cuja alma se desprende da matéria; então, é o Espírito quem vê; e quando isso é útil, Deus lhes permite revelar certas coisas para o bem; mas há, ainda, mais impostores e charlatães”. (Allan Kardec. O Livro dos Médiuns. Segunda parte, cap. 26, item 289)
            
O Jornal Folha de São Paulo, na edição do último dia 29 de maio, entrevistou o neurobiólogo Sidarta Ribeiro num seminário sobre o sono, que ocorreu no Rio de Janeiro, e este afirmou, categoricamente, que “o sonho joga estímulos elétricos em suas memórias e você fica explorando todas as possibilidades, o que pode ou não acontecer. É mesmo uma capacidade de ver o futuro”.
            
De acordo com o neurobiólogo, os estudos realizados no Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte atestam que os sonhos ajudam a resolver problemas e até ver o futuro.
            
Tal fato fez com que nos recordemos de Carlos VI, Rei da França no século 15, que no auge de sua loucura assinou o tratado de Troyes, deserdando o seu filho e constituindo Henrique de Inglaterra herdeiro de sua coroa.

Carlos VI de França pelo pintor
conhecido como Mestre de Boucicaut (1412)
            
No ano de 1429, junto à tumba do referido rei, um porta-voz proclama Henrique de Lancastre rei da França e da Inglaterra. O rei deserdado, chamado à época de o “rei de Bourges”, se entregou ao desânimo e à inércia, renunciando ao trono, ao qual já pensava não ter mais direito. A França estava perdida e sem rumo. Mais alguns reveses e ela seria levada ao silêncio da morte.
            
Nessa hora, a França, nação com o encargo de disseminar a cultura pelo mundo, recebeu a assistência redentora, e Léon Denis, com o depoimento do advogado do rei no Processo de Reabilitação de Joana d’Arc em mãos, conta-nos como foi: “Certos presságios parecem anunciar-lhe a vinda. Já, entre outros sinais, uma visionária, Maria d’Avignon, se apresenta ao rei; vira em seus êxtases, dizia, uma armadura que o céu reservava para uma jovem destinada a salvar o reino (...). E como um raio de luz, vindo do alto, em meio dessa noite de luto e de miséria, apareceu Joana ”. (Joana d’Arc – Médium. Editora FEB. p. 31)

Joana d'Arc
            
Como vimos, quando é útil, Deus permite revelar certas coisas para o bem, ora pelo desprendimento da matéria, pelos sonhos, como nos confirma o cientista, ou através da mediunidade mesmo.
            
Mas, em meio a tudo isso, é preciso notar que ainda se sobressaem os impostores e charlatães que se aproveitam da credulidade humana para sua própria satisfação, o que nos indica sempre a cautela e a investigação, porque a manifestação dos Espíritos não é um meio de adivinhação.

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Coluna publicada pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS,  na edição que circulou entre os dias 01 e 02 de junho de 2013 e que pode ser acompanhada, também, pelo link  http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=88018&data=01/06/2013&ok=1.