segunda-feira, 8 de abril de 2013

A HUMILDADE COMO VIRTUDE IMPERECÍVEL


Eu vos rendo glória, meu Pai, Senhor do céu e da Terra, por haverdes ocultado essas coisas aos sábios e aos prudentes, e por as haver revelado aos simples e aos pequenos (São Mateus, cap. 11, v. 25)”.

Negócios de grande monta são celebrados a cada minuto entre grandes nações. Os homens utilizam-se, diariamente, maravilhosas atividades do intelecto para viverem incessantemente conectados a cotações de bolsas de valores e compenetrados no estudo dos mercados, esquecendo que as bolsas mais fortes sofrerão crises e que o comércio do mundo é versátil e, por vezes, ingrato.
            
Infelizmente, as pessoas vivem cada vez mais iludidas com as conquistas efêmeras que o mundo pode proporcionar, permanecendo assim por toda a vida, quando não, por várias encarnações.
            
Todas essas questões, num determinado momento, fazem com que os homens adquiram a rompância do ser superior, do ser infalível, tornando-se semideuses, o que contraria frontalmente as várias lições de amor e humildade ministradas pelo Salvador Nazareno.
            
Allan Kardec, na obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, refere (cap. 7, item 6): “Ele (Jesus) toma uma criança como modelo da simplicidade de coração e diz: Será o maior no reino dos céus, quem se humilhar e se fizer pequeno como uma criança; quer dizer, quem não tiver nenhuma pretensão de superioridade ou de infalibilidade”.
            
A pessoa não admitir que ela mesma ou o seu semelhante possa estar equivocado, é assumir para si esse ar superior e elevar-se na Terra, oferecendo glória aos negócios terrenos em detrimento dos sentimentos eternos.
            
O Espírito Emmanuel, na obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, “Caminho, Verdade e Vida” assevera (cap. 27) que “são muito raros os homens que se consagram aos seus interesses eternos. Frequentemente, lembram-se disso, muito tarde, quando o corpo permanece a morrer. Só então quebram o esquecimento fatal”.
            
O Espiritismo, como o próprio Allan Kardec ressalta, sanciona tal teoria com o exemplo de grandes no mundo dos Espíritos aqueles que eram pequenos na Terrena e, repetidas vezes, bem pequenos aqueles que nela eram os maiores e os mais poderosos.
            
Segundo o Codificador Lionês (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 7, item 6) “é que os primeiros levaram, em morrendo, aquilo que, unicamente, faz a verdadeira grandeza no céu e não se perde: as virtudes; enquanto que os outros deveriam deixar o que fazia sua grandeza na Terra, e não se leva: a fortuna, os títulos, a glória, o nascimento; não tendo nenhuma outra coisa, eles chegam no outro mundo desprovidos de tudo, como náufragos que tudo perderam, até suas vestes; não conservaram senão o orgulho que torna sua nova posição mais humilhante, porque vêem acima deles, e resplandecentes de glória, aqueles que espezinharam na Terra”.
            
Que possamos ser, desde já, como os simples e os pequenos que Jesus se referia, para que rendamos glórias apenas ao nosso Pai, observando virtudes eternas como a humildade, condição essencial para a felicidade, mesmo que assim tenhamos que oferecer um testemunho solitário aos olhos do mundo, mas iluminado para a vida eterna. 

José Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador da União Espírita Bageense
Comente: josearturmaruri@hotmail.com

*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição de final de semana, dias 06 e 07 de abril de 2013. Pode ser lido também pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=86226