“Eu vos rendo
glória, meu Pai, Senhor do céu e da Terra, por haverdes ocultado essas coisas
aos sábios e aos prudentes, e por as haver revelado aos simples e aos pequenos
(São Mateus, cap. 11, v. 25)”.
Negócios de grande monta são
celebrados a cada minuto entre grandes nações. Os homens utilizam-se,
diariamente, maravilhosas atividades do intelecto para viverem incessantemente
conectados a cotações de bolsas de valores e compenetrados no estudo dos
mercados, esquecendo que as bolsas mais fortes sofrerão crises e que o comércio
do mundo é versátil e, por vezes, ingrato.
Infelizmente, as pessoas vivem cada
vez mais iludidas com as conquistas efêmeras que o mundo pode proporcionar,
permanecendo assim por toda a vida, quando não, por várias encarnações.
Todas essas questões, num determinado
momento, fazem com que os homens adquiram a rompância do ser superior, do ser
infalível, tornando-se semideuses, o que contraria frontalmente as várias
lições de amor e humildade ministradas pelo Salvador Nazareno.
Allan Kardec, na obra O Evangelho
Segundo o Espiritismo, refere (cap. 7, item 6): “Ele (Jesus) toma uma criança como modelo da simplicidade de coração e
diz: Será o maior no reino dos céus, quem se humilhar e se fizer pequeno como
uma criança; quer dizer, quem não tiver nenhuma pretensão de superioridade ou
de infalibilidade”.
A pessoa não admitir que ela mesma ou
o seu semelhante possa estar equivocado, é assumir para si esse ar superior e
elevar-se na Terra, oferecendo glória aos negócios terrenos em detrimento dos
sentimentos eternos.
O Espírito Emmanuel, na obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, “Caminho, Verdade e Vida”
assevera (cap. 27) que “são muito raros
os homens que se consagram aos seus interesses eternos. Frequentemente,
lembram-se disso, muito tarde, quando o corpo permanece a morrer. Só então
quebram o esquecimento fatal”.
O Espiritismo, como o próprio Allan
Kardec ressalta, sanciona tal teoria com o exemplo de grandes no mundo dos
Espíritos aqueles que eram pequenos na Terrena e, repetidas vezes, bem pequenos
aqueles que nela eram os maiores e os mais poderosos.
Segundo o Codificador Lionês (O
Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 7, item 6) “é que os primeiros levaram, em morrendo, aquilo que, unicamente, faz a
verdadeira grandeza no céu e não se perde: as virtudes; enquanto que os outros
deveriam deixar o que fazia sua grandeza na Terra, e não se leva: a fortuna, os
títulos, a glória, o nascimento; não tendo nenhuma outra coisa, eles chegam no
outro mundo desprovidos de tudo, como náufragos que tudo perderam, até suas
vestes; não conservaram senão o orgulho que torna sua nova posição mais
humilhante, porque vêem acima deles, e resplandecentes de glória, aqueles que
espezinharam na Terra”.
Que possamos ser, desde já, como os
simples e os pequenos que Jesus se referia, para que rendamos glórias apenas ao
nosso Pai, observando virtudes eternas como a humildade, condição essencial
para a felicidade, mesmo que assim tenhamos que oferecer um testemunho
solitário aos olhos do mundo, mas iluminado para a vida eterna.
José
Artur M. Maruri dos Santos
Colaborador
da União Espírita Bageense
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josearturmaruri@hotmail.com
*Artigo publicado pelo Jornal Minuano, em Bagé/RS, edição de final de semana, dias 06 e 07 de abril de 2013. Pode ser lido também pelo link http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=86226